Vitória Falcão
Elas saíram para a entrada, e ficaram uma de frente para a outra. Concentro minha atenção na lua novamente. Fico a admirando por um tempo, até meu olhar se desviar "sem querer" para as duas novamente. Lágrimas brotam em meus olhos, elas estão se beijando. Eu não acreditaria se não estivesse vendo. Pisco várias vezes, mas nada muda. As duas se afastam e Julia dá um selinho em Ana. Não aguento mais ver aquilo, e me viro para a lua novamente, enxugando as lágrimas.
Segundos depois Ana entra novamente.
— E ai, o que ela queria? Ai, desculpa, isso não é da minha conta. – falo com um tom de voz diferente, mesmo sem querer.
— Não precisa se desculpar, Cacheada. Vamos ir deitar? — ela responde, se aproximando um pouco.
— Sim. — eu concordo e nós andamos lado a lado, mas passo direto pelo seu quarto e entro para o quarto de hóspedes.
Fecho a porta, fico parada no mesmo lugar. Segundos depois de alguns segundos de silêncio, escuto Ana dar alguns passos e falar:
— Boa noite, Cacheada.
Logo depois uma porta se fecha. Respiro fundo e vou para o banheiro. Escovo meus dentes, prendo meu cabelo e me deito na cama. Pego meu celular e respondo as mensagens de Scott, Fernanda e Clarissa. Clarissa tá toda animada com essa minha viagem, Scott tá ocupadíssimo mas arrumou um tempo pra me mandar mensagem, e Fernanda tá com saudade minha.
Enquanto processava tudo o que aconteceu, acabei caindo no sono.
[...]
Acordei novamente com o despertador de Ana Clara, e sim, dá pra escutar ele daqui. Abro meus olhos lentamente até me acostumar com a claridade do quarto. Me espreguiço e levanto, caminhando em direção ao banheiro. Escovo meus dentes e lavo meu rosto, também prendo meu cabelo em um coque e volto para o quarto.
Respiro fundo antes de ir para a sala, onde Ana está.
— Ah, bom dia, cacheada! — ela fala quando percebe minha presença.
— Bom dia, Ninha. — sorrio e me sento ao seu lado no sofá.
Ana me dá um rápido selinho, me pegando de surpresa. O jeito que ela me olha, como se pudesse ler meus pensamentos e enxergar a minha alma... não tem nem como explicar.
— E ai, cê tá assistindo o quê?
— Tá passando uma novela aqui...
— Uma hora dessa?
— Sim. — ela responde, rindo. — Ó, eu vou ir comprar pão pro nosso café da manhã, viu?!
— Agora? — a pergunto, mas logo depois a morena se levanta concordando e vai para o quarto, voltando com uma roupa diferente.
— Já volto. — Ana fala enquanto calça uma rasteirinha e destranca a porta.
Depois que ela sai, me encosto no sofá. As cenas de ontem voltam como um flash na minha memória, me causando calafrios. Para, Vitória. Esquece isso, depois você resolve.
[...]
— E seu... marido... não te mandou mensagem, não? — Ana Clara me pergunta enquanto está deitada com a cabeça no meu colo.
— Ah, ele mandou mensagem ontem, mas foi rapidinho também, ele tá super ocupado.
— Ah...
Depois de minutos de silêncio, sinto a respiração de Ana pesar. A olho e vejo seus olhinhos fechados. A bichinha caiu no sono, meu Deus.
— Ana... — a balanço levemente — acorda, se não você não dorme a noite.
— Quem disse que eu vou dormir a noite? — ela me responde, ainda com os olhos fechados. — E nem você vai.
A bonita voltou a dormir depois que a última frase foi dita.
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Amor de verão
RomanceAna Clara Caetano, mora em Araguaína, é filha da dona de um pequeno hotel e um pai que trabalha na sua própria cafeteria. Vitória Falcão, mora em São Paulo, filha de uma estilista conhecida por todo o mundo e de um empresário. Vitória foi com os p...