XXVIII

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Vitória Falcão

Jogo metade das roupas do meu guarda-roupa em cima da cama, selecionando as que vou levar na viagem. No meio do monte de roupas, vejo as duas lingeries que comprei há um tempo atrás. Por que não, né?, penso comigo mesma e as coloco dentro da mala. Um segundo depois lembro da "namoradinha" de Ana Clara.

No fim, acabei fazendo duas malas, porém ainda tinha muita coisa que quis levar mas acabei deixando por falta de espaço.

Scott vai viajar amanhã, mas eu optei por ir hoje, até porque a viagem é longa. Visto uma calça jeans preta e um cropped branco, passo lip tint e vou para o banheiro arrumar meu cabelo. Molho e penteio, opto por deixar ele secar naturalmente. Volto para o quarto, pego meu celular, os documentos e as malas e vou para a sala me despedir de Scott. Assim que entro no cômodo, o vejo sentado no sofá. Quando ele percebe minha presença, não desvia seu olhar de mim.

— Ai, amor, eu vou sentir tanta saudade. — ele fala, me puxando para si.

[...]

Depois de algumas horas de viagem, recebo uma notificação. Olho no visor do celular e vejo uma mensagem de Clarissa.

[14:47] Clapi: Oi amigaa
[14:47] Quer vir aqui em casa?

Dou um sorriso de canto enquanto digito a resposta.

[14:47] Você: Oi Cla!
[14;48] Queria, mas tô viajando agora :(:

[14:48] Clapi: Uii
[14:48] Pra onde?

[14:49] Você: Araguaína!!

[14:49] Clapi: Sério??? Ai que tudoooo

[...]

Finalmente chego em Araguaína. Na metade do caminho para a casa de Ana, a mando uma mensagem avisando que estou chegando. Durante o trajeto, passei em frente à cafeteria do pai de Ana.

— Meu Deus, aconteceu tanta coisa aqui. — falo comigo mesma e suspiro, retomando o passo.

Minutos depois cheguei na casa onde irei ficar esse tempo. Minha mão vai até a campainha, mas eu simplesmente travo. Porra, isso é hora? Fecho os olhos e aperto a campainha. Escuto passos apressados em direção à porta, e logo depois a chave sendo girada. A porta é aberta e do outro lado vejo Ana Clara. Ela me analisa por longos segundos, e eu faço o mesmo.

— Oi, cach... Vi! — a morena se desliga do transe. — Entra, deixa que eu levo as malas. — ela vem até mim e pega uma das malas, mas eu continuo segurando a outra.

— Deixa que eu levo essa e você leva essa aí. — sorrio levemente, enquanto Ana puxa a mala consigo entrando na casa. — Não tá esquecendo de nada? —pergunto. Ela se vira para mim confusa, claramente não entendeu nada. Hesitante, vou até ela e dou um beijo em sua bochecha — Oi, Ana.

Eu posso jurar que nos cinco minutos seguintes suas bochechas ficaram coradas.

Amor de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora