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Minha cara continua fechada até agora, quando terminamos de comer. Miguel e Lucas não pararam de falar do possível trabalho. Miguel manteve a pose de inocente, como se não soubesse de nada. Já o Lucas, pensou nas opções mais chatas possíveis de trabalho. Mas eu, não to acreditando que vou ter que levar esse garoto comigo.
De acordo com o papel, o meu compromisso é com um cara chamado Vinicius Xolly. Não sei o motivo do sobrenome, é bem estranho, mas pelo o que entendi ele irritou uma galera da pesada. E como eu to começando, as pessoas me querem pelo meu lindo histórico familiar. Voltando ao compromisso: Ele tem 22, 1 metro e 83 e um sorriso lindo.
Ele vai estar na boate Malik. Essa boate foi do meu pai, o meu "avô" roubou tudo que meus pais tinham e agora as boates estão soltas pelo conselho. Mas ainda tem o nome do meu pai. O que me torna uma rainha lá dentro. Não que eu não seja em todos os lugares.

Lucas- E como vai ser hoje?-  dirigiu a palavra a mim.
Eu- Você vai vestir um terno chique e eu vou vir buscar você aqui.- dei de ombros.
Lucas- Só?- assenti.
Eu- Eu faço o resto.
Lucas- Quero ser prestativo, gata.- me provocou.
Eu- E eu quero que você cale a boca. -forcei um sorriso.


   
        Terminei de passar batom e ajeitei a barra do meu vestido vermelho. Peguei as chaves da ferrari itália e desci as escadas tomando cuidado com o salto agulha preto em meus pés. Sai de casa e entrei no carro. Dirigi até a rua de baixo e parei na frente da casa dele, buzinei e esperei o bonito aparecer.
E quando apareceu.... Bonito se tornou apelido. O cara ficou extremamente gato de paletó. E o sorriso, ah, que sorriso em.
   Ele entrou no carro e sorriu pra mim.

Lucas- Tá atrasada.- fechei a cara, mas ele continuou com o sorriso malicioso no rosto.
Eu- Eu posso me atrasar, você não.- pisquei, e acelerei o carro.
Lucas- Pra onde vamos?
Eu- Uma festa. - o silêncio reinou e ele me olhou como se fosse óbvio.- O que foi ?
Lucas- Só isso? "Uma festa"? Eu quero saber tudo, Lia.
Eu- Ok.- respirei fundo.- É o seguinte. Você tá como meu acompanhante. Então vamos chegar juntos na boate. Ah, e a boate é praticamente dos meus pais, e não é como uma boate legalizada. Bom, ela é legalizada, mas não é qualquer pessoa que entra nela. Então, rola drogas de todos os tipos lá.
Lucas- E o que vamos fazer lá?
Eu- Eu não terminei de falar. - ele revirou os olhos.- Meu alvo é um cara rico, então eu vou ter que fazer o que eu faço de melhor enquanto você fica quietinho me esperando no andar de cima.
Lucas- Ok. - sorri forçado.

     
      Depois de 10 minutos, finalmente cheguemos na boate. Fui direto para a vaga nos fundos e descemos do carro.

Lucas- Posso te perguntar uma coisa?
Eu- Você já tá perguntando.
Lucas- Por que sempre para o carro nos fundos?
Eu- Corre menos risco de me matarem.- me olhou confuso.- E é a vaga da minha família.-  pisquei.
Lucas- Nunca sei quando você tá falando sério ou não.- resmungou e entramos na boate.

    A Luz azul invadiu nossos olhos e isso me fez rir. Lucas pegou minha mão e eu nos guiei até o bar.

Eu- Duas tequilas!- o barman sorriu pra mim.
- Lia! - sorri.- Quanto tempo.
Eu- Sabe como estão os negócios né.- sorri e ele nos entregou a tequila.- Vira!- falei e virei o meu, e bati com o copinho no balcão.- Viu o Xolly?
- Camarote, bom trabalho.- pisquei e puxei Lucas comigo.
Eu- Vou te levar pra um lugar, e você vai me esperar quietinho lá.
Lucas- E você vai fazer o que ?
Eu- Pegar uma pessoa.- sorri e subi as escadas.

      Abri uma das portas e um quarto chique, com uma cama redonda, tudo em detalhes pretos apareceu quando acendi a luz. Ele sorriu malicioso e o olhei com cara de nojo.

Eu- Me espera aqui.- tirei minha faca e meu isqueiro do meu vestido e pus na mesinha que tinha.
Lucas- Pra que isso?
Eu- Você vai ver.- pisquei.- Não sai daqui.- ele assentiu e eu saí do quarto.

     Cruzei a boate e subi as escadas do camarote. Xolly é um cara bem bonito. Infelizmente ele vai ter que morrer.
Tem várias mulheres em volta dele. O que não vai dificultar meu trabalho. Quando um homem é muito desejado, ele não vai atrás do que já tem, ele vai atrás do que quer conquistar. E isso me leva a ter que ficar na sacada, bem na frente dele, de costas olhando pra baixo. Não é tão difícil. Quando o garçom passou, peguei um copo de vodka com limão e comecei a brincar com o canudo, segundos depois sinto uma não nas minhas costas.

- Você é nova aqui?- falou perto do meu ouvido.
Eu- Não muito. - sorri com malícia e ele me devolveu o sorriso.
Vinicius- Eu nunca te vi por aqui, quer que eu te mostre o lugar?- me inclinei.
Eu- Seria ótimo.- sussurrei no ouvido dele.

O mesmo pegou minha mão e me guiou pelos lugares. Cruzamos a boate e.... bom, acabamos subindo as mesmas escadas que eu tinha descido minutos atrás. Não esperei muito e me adiantei, o empurrei contra a parede mais próxima da porta do quarto e o beijei. Não nego que o beijo foi bom. Seria mais fácil de ele beijasse mal.

- Nossa.- sorri e abri a porta ao meu lado, o empurrando pra dentro.
Eu- Senta!- tranquei a porta atrás de mim e ele me olhou sem entender.- Não vou falar de novo, docinho.- pisquei e ele se sentou, peguei a primeira corda (ou coisa parecida) que vi pela frente e o amarrei no poli dance.
Lucas- Você demorou.- reclamou e peguei minha faca com ele.
Eu- Quer me esperar lá fora? - me olhou confuso.- Vai ser feio.
Lucas- Quero ficar!
Eu- Então me ajuda.- olhei pro Vinicius.- Amarra a boca dele, vai ser mais fácil assim.- coloquei o copinho com vodka e limão no chão e me abaixei  pra olhar o garoto nos olhos.- Desculpa, não é você, sou eu. - molhei a faca na vodka e peguei o isqueiro.- Fui contratada pra matar você, sabe como é né.- dei de ombros e me aproximei dele com a faca em chamas.- Eu tenho que cumprir com o trabalho.- os gritos dele sendo abafados pelo pano me fez rir.
Lucas- Liah...- não deixei ele terminar e cortei a garganta dele, a cabeça tombou pro lado.
Eu- Oi?- levantei e fui até o banheiro.

   Lavei a faca na pia e a guardei no vestido. Joguei o isqueiro no chão e virei o copo com a vodka.

Eu- Vamos?
Lucas- Pra onde ?
Eu- Comemorar!- puxei a mão dele pro andar de baixo, e dessa vez, comecei a me divertir de verdade.

The RussianOnde histórias criam vida. Descubra agora