The Russian

12

     Voltei pra Santa Monica, são exatamente 4:26 da tarde. O que me leva a lembrar que em 30 minutos minha casa vai estar vazia de novo. E que a única pessoa que vai ficar comigo é o Miguel. E que eu não vou precisar dirigir. Ele ainda não sabe disso, mas não me preocupo com o que ele vai achar. Parei o carro na garagem do subsolo e sai da mesma. Tirei os saltos enquanto subia as escadas e os larguei no closet do meu quarto. Ignorei, obviamente, todos por quem passei. Tomei banho, dessa vez molhando o cabelo. Coloquei roupas normais e sai do quarto, desci as escadas e todos já arrumaram as malas. Encontrei Tyler, Lucas e Miguel conversando, fui até eles.

Eu- Miguel?- parei entre o Tyler e o Miguel, me sentindo uma anã por eles serem altos e eu não.

Miguel- Eu dirijo.- ele revirou os olhos e eu ri, ele ja sabia que eu pediria.

Lucas- Eu posso levar você, se quiser. O Miguel tava falando em parar com a Lidya pra... você sabe.

Eu- Eu não vou a lugar nenhum com você.- fui sincera.

Lucas- Eu só estava sugerindo.- me olhou na defensiva.

Eu- E eu não te perguntei.- sorri e sai de lá.

Yan andou até mim e se apoiou em mim.

Yan- Não acredito que vamos ter aula amanhã.- assenti, tirando o braço dele do meu ombro.- O que aconteceu?

Eu- Nada, só achei que ele era diferente.

Yan- Ele é homem, nunca será diferente.- dei de ombros.

Eu- Queria dormir.

Yan- Você vai com a gente?

Eu- Claro que não, eu odeio ônibus. E eu tenho que levar o meu carro de volta.

Yan- Me diz, você tem quantos carros seus?

Eu- Três. Um Bugatti, um Zenvo St1 e um Audi r8.

Yan- Como conseguiu isso tudo?

Eu- Eu trabalho.- falei como se fosse obvio, porque é. Mas parece que ele demorou um tempo pra entender.

Yan- O que?- praticamente gritou e isso me fez revirar os olhos

Eu- O que? Nunca passou pela sua cabeça que eu mato pessoas?- ele negou, perplexo.

Yan- Me conta isso direito.

Eu- Meus pais sempre acharam que eu precisaria me defender, caso alguma coisa acontecesse com eles. O que não é impossivel, considerando como eles trabalham.- ele assentiu- Então eu comecei a fazer luta quando eu tinha três anos. Com 6 eu aprendi a apagar alguém temporareamente. Com 12 aprendi a atirar. Com 14 aprendi a matar. E com 15 eu comecei a fazer isso por dinheiro.- pisquei.

Yan- Você nunca foi presa?

Eu- Claro que ja, mas sempre tem um jeito de se livrar. - ou um preço a se pagar por isso.

Yan- Nossa, amiga.- assenti e chamaram todos pra entrarem no ônibus.- Te vejo amanhã?- assenti e ele saiu.

Minha viagem com o Miguel não demorou muito. Fomos o caminho inteiro cantando e conversando sobre as pessoas que dormimos. E sobre como eu fiquei mal ontem. Vida que segue.

Quando chegamos em casa, ele parou o carro na minha garagem e saímos do carro. Pedimos comida japoneza e assistimo filmes. Esse foi o resto da nossa tarde.

Miguel- Vamos pra boate hoje?

Eu- Eu estava pensando em ir pro racha.- ele abriu um sorriso enorme.