Lana Stewerson sempre foi cercada de fatos curiosos: uma série de desgraças que acometeram sua vida desde que nasceu, um par de olhos de cores diferentes e seis irmãos: homens, barulhentos e super protetores. Apesar disso, sua vida era tranquila e f...
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- Vai chamar a Lana - Alex forçou uma voz mais fina enquanto andava pelo corredor. - Por que eu? Porque você não falou com ela ainda. Você é o irmão mais velho. Porque não Carl? Ele está ocupado. E nós somos covardes. Ah, que inferno.
Alex bateu em sua porta e esperou. Depois de um tempo decidindo quem iria falar com ela, o nome dele surgiu. Alex não se importaria se ela gritasse ou jogasse coisas nele, muito pelo contrário, ele jogaria de volta nela o que quer que ela arremessasse. E nenhum deles queria arriscar irrita-la ainda mais, mas ela mal saía do quarto a cinco dias.
Carl disse que seria bom construir uma rotina ali dentro, então combinaram de todos os dias de semana treinarem durante a manhã e eles fizeram isso pelos últimos dias. Lana disse que precisava de um tempo para pensar, e eles deram, mas já estavam ficando preocupados.
Lana teve bons dias para absorver tudo. A cada dia parecia mais aceitável a ideia de estar no meio de uma guerra, não arregalava os olhos quando alguém dizia a palavra dominer, embora ainda não conseguisse manter uma conversa civilizada com seus irmãos. Até de Logan ela deu um tempo.
Não que ela gostasse de ficar sozinha - ela odiava, para falar a verdade -, mas precisava organizar as coisas em sua cabeça para conseguir perdoá-los. Ela ainda os amava mais que tudo no mundo e era o mesmo com eles. Lana notava como eles entravam no quarto tentando puxar algum assunto para tirar aquela cara triste de seu rosto, mas não funcionava muito.
Allen chegou a trazer suas lagostas para ela. Eles estavam tentando de verdade.
Então quando abriu a porta, Alex forçou um sorriso e tentou ser amigável.
- Oi. Lembra de mim?
A piada não funcionou, então ele apenas bufou e voltou com a expressão irritada e rotineira. Lana deu as costas para ele, deixando-o entrar e se sentou no chão. As coisas dela estavam espalhadas em grupos ridiculamente organizados por post-its e listas, as caixas estavam empilhadas no canto. Ela estava debruçada sob suas fotos que ficavam na parede do quarto, as quais Louis teve a sensibilidade de não deixar para trás.
- Está arrumando suas coisas?
- Não vamos ir embora, não é? - resmungou. Alex não respondeu, apenas observou o que ela fazia. Ia chama-la para descer e depois que levasse um não, ia embora, mas a voz dela interrompeu suas pretensões. - Qual é a sua e daquela garota?
- Clair?
Lana revirou os olhos.
- Não, minha avó.
- Ah, que lindo, agora você é rebelde? - Alex se sentou na cama dela e ganhou um olhar feio. - Vai ficar respondendo? Vai pintar o cabelo de preto, fazer tatuagens e virar uma decepção?
- Por que está se descrevendo?
Alex sorriu, sem acreditar naquilo. Lana rebelde não era algo que ele esperava ver na vida, não quando ela grifava livros da escola com um complexo sistema de cores e gostava de tricotar.
