CAPÍTULO 14

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Carl esperava do lado de fora de um café, encostado na parede enquanto as pessoas passavam

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Carl esperava do lado de fora de um café, encostado na parede enquanto as pessoas passavam. Seus olhos estavam fixos no chão, olhando os montinhos de neve suja envolvendo uma placa de trânsito. Ele se preparou para ver felicidade nos olhos dela. Se preparou para ver raiva. Constrangimento. Talvez tristeza.

Mas não para o fato ela não ter a menor ideia de quem eles eram.

No caminho, as engrenagens giravam em sua mente. A missão de Marinna na Alemanha tinha de fato dado errado, como todos contavam. Talvez ela tenha mesmo desaparecido, talvez Jovy sempre soube onde ela estava. Mas, se não, talvez ele tenha ficado dias, semanas, meses, anos procurando-a. E a encontrou. Sem fazer ideia de que ele existia. Nem seus sete filhos.

Talvez tenha encontrado o mesmo que eles, uma mulher diferente, com uma nova família e feliz.

— Danke. — Ethan agradeceu e fechou a porta da loja. Carl se desencostou da parede e acompanhou o irmão, o ignorando quando ele ofereceu um pedaço de pretzel. — Olha, não sei quanto tempo essa felicidade que ela colocou em mim vai durar, mas estou grato.

Marinna Stewerson lia e controlava emoções. Ela quase nunca usava os poderes neles, dizia que as emoções eram importantes para a formação humana e não interferia, apenas quando era necessário. Naquele momento, provavelmente foi.

— Isso foi um erro. — Carl murmurou, quando estavam saindo da cidade. — Vir aqui.

— Talvez, Carl, mas agora sabemos a verdade. Ela está feliz sem nós e tem uma família nova.

Carl olhou para Ethan, irritado. Talvez aquilo seja um dos motivos de ela não usar os poderes, não importa o que acontecesse, Ethan estaria insuportavelmente feliz e preso a felicidade até o efeito passar. Ethan ganhou um belo "cale a boca" e eles foram em silêncio para o jato. Ele se sentou atrás do volante e Carl no copiloto.

Ethan tirou da sacola uma garrafa média de whisky e a bateu contra o peito de Carl, que suspirou e segurou a garrafa. Eles levantaram voo com os escudos invisíveis ativados e ele deu uma boa golada no líquido ardente. O caminho foi silencioso, ambos com seus próprios pensamentos, embora os de Ethan fossem irritantemente felizes. Pensou que provavelmente era assim que Allen via o mundo, sempre perdido em seu próprio mundinho para notar o que acontecia.

— Temos mais dois irmãos. — Ethan sussurrou, depois de dez minutos que conseguiu ficar quieto, qualquer pessoa feliz tendia a falar mais e ele não queria levar um soco, mas já estavam longe da Alemanha quando escapou. — Essa mulher já pariu nove filhos, Carl.

— Será que dá para par...

O alarme no painel disparou, acendendo uma luz vermelha e Ethan sorriu.

— Eba, Carl, vamos ser abatidos!

Carl só teve tempo de passar um braço no peito de Ethan para segurá-lo antes do jato ser tingido por um solavanco intenso, seus corpos foram forçados contra o cinto de segurança enquanto eles rodaram no ar, Ethan tentou segurar o volante e retomar o controle, mas foi tarde. Múltiplos alarmes ecoaram ao mesmo tempo e Carl puxou a alavanca da altitude vertical, fazendo o avião descer o máximo possível para amenizar a inevitável queda.

Ascensão: ExtraordináriaOnde histórias criam vida. Descubra agora