Chapter fifty - prova de amor

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Félix Spielman



Aqui, deitado tranquilamente nesta cama aconchegante, sentindo o corpo pequeno dela sobre o meu, encontro-me mais feliz do que um dia sonhei em ser. Passamos por tantas turbulências, traumas, obstáculos. Mas sobrevivemos.

Alisava seus cabelos negros, passava meus dedos entre seus fios macios, sentindo o perfume das mechas. Respiro fundo devido ao cansaço da noite passada, mas sinto-me feliz demais para sequer pensar nas coisas ruins que me aconteceram ultimamente. Só quero agradecer as dádivas recebidas e o carinho da minha pessoa favorita no mundo, que atende pelo nome de Romana Rivera.

De repente ela se meche no meu peito, suas pernas enroscam-se nas minhas e seus braços me apertam como se sentisse que fugiria. Parece que está tendo mais um de seus pesadelos, e quando ela começa a gritar me assusto, pois Romana senta-se na cama tremendo em pavor.

"Calma amor, foi só um sonho ruim...estou aqui..." A abraço apertado, sentindo seu coração batendo a mil.

"Eu odeio isso...odeio esses pesadelos..." Romana me confidencia, enquanto se acalma.

"Quer me contar? Dizem que faz bem contar os pesadelos e não guardar para si, dividir sabe?" Aliso seu rosto, procurando ver se ela realmente já está bem.

"Tudo bem...quem sabe ajude mesmo..." A morena senta de frente para mim, segurando firme a minha mão.

"Eu...costumo sonhar com esse tipo de coisa frequentemente...mesmo que sinta que já superei." Romana começa. "Nesse tipo de sonho estou sempre fugindo dele...correndo em sua direção. Eu tento te alcançar, eu grito seu nome desesperadamente, mas nunca consigo chegar até você. Ele sempre me alcança. E quando toca em mim eu acordo..." Termina, me fitando com o rosto triste.

"Vem cá linda..." A minha primeira reação é abraça-lá, tão apertada ao meu peito quanto eu consigo. A trago para o meu colo, querendo protege-la de todo o mal do mundo, guarda-la em um potinho para que nunca mais sofra. "Obrigado por confiar em mim e me contar. Queria poder acabar com esses pesadelos, fazer com que você não se sinta mais assim." Beijo o topo da sua cabeça. "Estou aqui, estarei aqui para sempre, não vou sair do seu lado nem que me expulse, entendeu bem?" A encarei, para que sentisse que estou falando sério.

"Eu te amo, Félix Spielman..." Romana conseguia me deixar mais apaixonado somente com uma frase.

"Eu te amo mais Rom..." E como sempre nossa química inegável acendeu, e tomei posse de seus lábios naquele momento.

Foi um beijo tão lento e cheio de amor, sentia cada célula do meu corpo vibrando junto à dela, cada fibra do meu ser se tornando parte dela e vice-versa. Sua boca doce e viciante me deixava louco, suas mãos percorriam meu rosto com tamanha delicadeza, assim como as minhas mãos alisavam seu corpo macio. Estávamos perdidos naquela sensação de pertencimento, e sequer percebemos que havia alguém naquele quarto. Bom, até essa pessoa deixar cair algo no chão e o barulho nos tirar de nosso transe.

"Mamãe???" Visualizei Romana corar, cobrindo seu corpo nu com o lençol.

Fiz o mesmo, assustado com a presença da mãe de Romana. Não que não a tivesse visto antes. Já a conhecia, mas nunca conversamos. A via apenas de longe, o semblante gélido como o da filha. E agora não era diferente. A senhora Rivera nos observava chocada, tanto que deixou cair a xícara de café que trazia em sua mão.

"Eu...não sabia que estava acompanhada Romana...você nunca traz ninguém para o seu quarto..." A mãe de Romana ainda permanecia incrédula.

"Eu..." Pensei em começar um pedido de desculpas, mas Romana me calou.

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