Chapter sixty five - ligeiramente grávidos?

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Félix Spielman



Corri até o banheiro, o coração palpitando depressa demais. Abri a porta e visualizei Romana agachada no chão do banheiro, estava vomitando. Ajudei-a, segurando seus cabelos, enquanto ela colocava tudo para fora. Alisava suas costas, tentando aliviar a tensão, se isso adiantasse de alguma coisa. 

Assim que o mal estar passou, peguei a toalha para que ela se limpasse e no processo vislumbrei seus olhos marejados. Estava prestes a quebrar, prestes a demonstrar uma vulnerabilidade que por muitas vezes ela preferia esconder de mim. Romana nunca gostou muito de demonstrar fraqueza. Mas a mulher à minha frente parecia estar precisando desesperadamente de ajuda, e um abraço apertado. Eu daria à ela tudo que precisasse.

Romana era minha mulher agora, e faria tudo que estivesse ao meu alcance para vê-la feliz.

Estávamos abraçados no chão do banheiro do avião, sentia Romana fungando em meu pescoço, tentando controlar as lágrimas que insistiam em cair. Beijava seu ombro, querendo transmitir tranquilidade, alisava seus cabelos, tirando-os de seu rosto. A morena parecia uma boneca frágil em meus braços, e assim que seu batimento cardíaco se acalmou, resolvi finalmente tirá-la de lá.

"Está se sentindo melhor amor?" Perguntei baixinho, recebendo um aceno de cabeça em resposta.

A peguei no colo, levando-a para a pequena cama que ficava nos fundos do jato, a cobrindo com o edredom, e depositando um beijo em sua testa. 

"Eu já volto, vou mandar prepararem um chá para você..." Se já não estivéssemos no ar, mandaria que retornassem.

Romana tomou o chá meio relutante, sentia seus pensamentos longe, sua feição preocupada me deixava agoniado e sua falta de palavras mais ainda.

"Rom...acho que você está grávida..." Disse, tentando manter a calma, mesmo que por dentro estivesse uma pilha de nervos.

"Mas eu me cuido tanto...como isso é possível? Será mesmo que eu posso estar?" Ver minha mulher tão cheia de dúvidas era algo novo para mim.

"Todos estes sintomas...a tontura, o enjôo, não é coincidência demais?" Continuei lhe dando motivos mais do que plausíveis para que o fato se tornasse real.

"Sim...não! Eu...pode ter sido pelo trauma, não é?" Romana tentava justificar de todas as formas, evitando afirmar que pudesse ser verdade.

"Suas regras...elas...vieram este mês?" Queria descartar todas as possibilidades.

"Eu não...estava me preocupando com isso estes últimos dias...eu...acabei esquecendo deste detalhe..." Romana forçava a mente tentando lembrar, mas percebi que era em vão.

"Acho que você deve fazer um teste quando chegarmos à Estocolmo...só para garantir..." Agora quem estava querendo saber se seria pai era eu.

"Tudo bem..." Romana concordou, graças à deus. "Mas...se eu estiver grávida Félix? O que vamos fazer?" Aqueles olhos castanhos me fitavam cheios de medo e incertezas.

Claro que este bebê não foi planejado. Claro que se Romana estiver mesmo grávida a nossa vida mudará drasticamente. Estou preparado para assumir este papel?

"Rom...qualquer que seja o resultado...conseguiremos superar...juntos!" A fitei, pousando minha mão sobre sua barriga. "Se estiver mesmo crescendo em seu ventre um filho meu...quero que saiba que darei o meu melhor...tentarei ser o melhor pai que esta criança poderia ter..." A encarei, dando-lhe toda a esperança de que tudo ficará bem. "Amarei esta criança tanto quanto eu te amo..." Finalmente selei nossos lábios em um beijo, enquanto nossos corações batiam no mesmo ritmo.

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