Chapter fourty seven - acordando do pesadelo

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Romana Rivera

Dormia tão pacificamente, como se nenhum mal o afligisse. Velava seu sono, segurando sua mão grande na minha. Dedilhava o contorno da sua palma com meus dedos, fazendo pequenos círculos, observando o soro introduzido em suas veias. O curativo em seu peito não me deixava esquecer todos os acontecimentos do dia anterior.

Leonardo estava morto. Quando a policia chegou, juntamente com a ambulância, que rapidamente vieram ao socorro de Félix, já inconsciente no chão, sentia meu peito doendo, pulsando uma dor agonizante. O loiro ainda tinha pulso e a equipe médica o imobilizou para transporta-lo na maca até o veículo.

Ao longe vi Benjamim sendo algemado, ajoelhado no chão, Julian e Bastian ao lado dos policiais contando todo o ocorrido. Sabia que todos seríamos interrogados, mas agora tenho coisas maiores para me preocupar, como Félix inconsciente naquela ambulância. O acompanhei durante todo o trajeto, os enfermeiros tentavam reanima-lo, mas nada parecia estar adiantando.

Segurava o choro, não queria ser fraca. Mas a emoção falou mais alto e as lágrimas desceram por conta própria. Eu não podia perde-lo. Não agora que enfim estamos juntos novamente. O trajeto até o hospital foi assustador.

Assim que chegamos, Félix foi levado ao centro cirúrgico, e não tive mais notícias dele. A espera não foi nada fácil, liguei para Miranda e Paola, mas elas não atendiam. Tentei Theo, Samanta, qualquer um. Ninguem respondia. Sera que a policia levou todo mundo para a delegacia?

Andava de um lado para o outro naquela sala de espera. Roía as unhas em pura aflição, até alguém finalmente sair para me dar alguma notícia. Félix estava fora de perigo, seu quadro era estável, mas devido à cirurgia que fez para a retirada da bala estava em repouso.

E aqui me encontro desde a hora que ele saiu da sala de cirurgia, esperando que acorde. Beijo sua mão gélida, fazendo carinho em seu braço, pensando em como a vida é curta e em quantas merdas já nos colocamos na vida.

"Bebê...eu sei que provavelmente você não está me ouvindo, mas eu tenho que falar mesmo assim..." Logo que comecei meu monólogo, o choro veio junto. "Você...se jogou na frente daquela bala e tomou o tiro que teria sido para mim...você me salvou! Você ja me salvou de tantas formas...e pensar que demorei tanto tempo para perceber o que estava bem embaixo dos meus olhos o tempo todo..." Limpo minhas lagrimas com a palma das mãos, prosseguindo meu discurso. "Estava tão imersa na minha própria solidão que não percebi o quanto você se sentia da mesma forma. Vivíamos cercados de pessoas, dormimos com várias, mas ainda assim nos sentíamos vazios. Eu buscava algo que nem sabia exatamente o que era. Mas o fato é que tudo mudou naquela noite na limusine." Segurei sua mão apertada na minha, esperando que ele de alguma forma estivesse escutando. "Por mais que eu quisesse negar para todo mundo que foi só uma transa de momento, no fundo eu sabia que tinha sido muito mais que isso...foi naquela noite que eu te vi, pela primeira vez, sob um novo olhar. Eu vi aquele cara, que tinha a maior fama de pegador, rendido a mim. Eu vi você. Eu realmente te vi. Seus olhos verdes são tão transparentes que isso me assusta. Eu me vi refletida nos seus olhos, eu me vi sendo desejada como nunca fui antes por ninguém. O seu toque...faz meu corpo ferver. O seu beijo é a combinação de todas as coisas gostosas que existem, a sensação de dois corações em um quando fazemos amor..." Suspirava e fungava, não necessariamente nesta ordem. "Bebê...você é o amor da minha vida todinha...eu vou te amar para sempre..." Concluí, mais uma vez me declarando para o homem mais importante para mim. Permanecia com a cabeça baixa, quando ouvi aquela voz terna que arrepiava meu corpo.

"Para sempre?" Félix respondeu, o tom arrastado como de quem acabava de acordar.

"Amor...você ouviu? Você estava ouvindo esse tempo todo?" Sentia vontade de bater nele, mas sabia que não podia.

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