a night like this

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faltam só mais cinco capítulos e eu acho que a fic tá uma bosta e que ninguém tá gostando yey
boa leitura





Jeongin acordou encharcado de suor naquela madrugada. Sentiu os cabelos úmidos quando passou as mãos pelos fios negros, e não demorou a tirar a camiseta molhada que usava para dormir. Tateou o criado-mudo em busca do maço de cigarros e deu uma olhada em Sam; ele estava absorto demais em seu sono para perceber qualquer movimentação que fosse.

Jack afastou as cortinas com cuidado, evitando fazer algum barulho, e então abriu a porta de vidro que levava para a escada de incêndio. Estando do lado de fora, colocou o filtro de um dos cigarros na boca, acendeu a outra ponta e se debruçou na grade metálica, observando a noite. Nova York era uma cidade que nunca dormia, uma cidade impessoal que lhe causava desgosto e uma espécie de excitação ao mesmo tempo.

Olhava a fumaça sumir pelo céu como se aquela fosse a coisa mais interessante do mundo, e no momento era mesmo, porque Jeongin não queria de jeito nenhum pensar no pesadelo que acabara de ter.

— Você esqueceu seus óculos, Yang.

— Sammy? Eu te acordei?

— Eu levantei pra ir no banheiro e vi que a sua cama tava vazia. Aí eu vi a porta aberta e deduzi que você tava aqui.

— Parabéns, Sherlock.

— Você é cínico demais. Toma, isso é seu.

— Valeu. Quer um trago?

— Por que não?

Silêncio.

— Não gosto da quantidade de luzes que tem por aqui.

— Ah, é? Achei que você tava apaixonado, Sammy.

— E tô, mas tem tanta luz aqui que nem dá pra ver as estrelas.

— Você manja de astronomia?

— Manjar num manjo, mas eu curto olhar pro céu e ver um monte de pontinhos brilhantes. Sempre fez com que eu me sentisse menos sozinho.

— Por quê? São só estrelas. Talvez algumas delas já estejam até mortas e você nem sabe.

— Talvez, Yang, mas esse é um pensamento muito racional. Pra mim, as estrelas são uma companhia que nunca vai me abandonar, entende? Eu sei que sempre vão ter mais e mais delas no céu.

Um vento frio passou, e Hyunjin viu Jack estremecer de leve, já que ele estava sem camisa. Tentou não prestar atenção demais naquilo, mas era difícil. Sam se perguntava se aquele rapaz tinha uma mínima noção do quão bonito era sob a luz da Lua tímida que saía por entre as nuvens. Ou se Jeongin sabia dos solavancos que causava em seu pobre coração.

— Tá pensando em quê?

— Em você.

— Em mim?

— É.

— Posso saber no que, exatamente?

— Em como seria melhor se você trocasse esse cigarro maldito pela minha boca.

Jack riu.

— Você não perde uma, né, Sammy?

— Não, não perco.

— Então me diz: o que é que você tá esperando?

Hyunjin não hesitou em puxar Jeongin pela cintura, e o cigarro, que antes jazia entre os dedos do mais novo, não demorou a parar no chão. Jack sentiu suas costas serem pressionadas contra a grade fria, e um arrepio percorreu toda a sua coluna conforme os lábios de Sam se encontravam com os seus.

Ele era caótico, e Jeongin gostava daquele caos específico. Gostava de como Hyunjin era capaz de afastar suas preocupações, ainda que momentaneamente, com tão pouco. E gostava — muito — de beijá-lo. Era diferente e não tinha lógica, e seu coração acelerava numa taquicardia louca, mas ele adorava o sentimento. Fazia com que seus impulsos e vontades mais secretas retornassem com força total, e de repente ele se viu empurrado Sam para dentro do quarto, sem sequer desgrudar-se do corpo alheio.

Quando seu corpo caiu sobre a cama e Jack continuou com aquilo, Hyunjin percebeu quais eram as intenções do rapaz. Afastou-o minimamente de si, ofegante, e o encarou diretamente nos olhos — quer dizer, quase diretamente, porque os óculos de grau ainda estavam ali.

— Yang...

— Sammy.

— Você tem certeza disso?

A voz de Jack saiu num sussurro.

— Certeza absoluta.

Sam deu um sorrisinho.

— Ãn, você tem camisinha?

— Claro, eu sou um homem precavido.

Dessa vez, foi Hyunjin quem revirou os olhos, e Jeongin quem o puxou de volta para um beijo.

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