californication

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oiee, como vocês tão?
antes de tudo, um aviso importante: se cuidem bastante, lavem as mãos o tempo todo, passem álcool gel pra caralho e tentem evitar os velhinhos, porque eles são o maior alvo do coronavírus, okay?
segundo: vou postar uma one-shot de blackpink ainda essa semana, então fiquem de olho
deixem votos e comentários pra animar minha quarentenakkkk
boa leitura!



Já estavam na estrada há quatro dias, parando em pequenas pousadas, quando chegaram em uma cidade costeira razoavelmente grande. Hyunjin decidiu que fariam uma parada mais longa ali, para tentar conseguir mais dinheiro.

— Sem falar que praia é sempre bom, né?

— Eu discordo. Não gosto de ir pra praia.

— Claro que não. Um hater do verão como você não pode gostar de algo tão incrível como ir pra praia.

— Hater do verão, é? Tudo bem, então.

— Eu não te entendo, Yang. É Sol, água, um clima gostoso, gente contente, sorvete... Como você não gosta disso?

— Não gosto de calor nem de nada que seja relacionado ao calor, só isso.

— Você é um sujeito amargurado, hein?

Jeongin riu.

— Você nem imagina, Sammy.

Silêncio.

— Sem falar que eu nunca entendi o que é tão atrativo numa praia. É só um monte de areia com água salgada.

— Ah, Yang, é o clima todo. É divertido, te deixa feliz. É um lugar pra curtir, relaxar. Eu adoro ir pra praia. Nasci numa cidade de praia, e eu sempre ia com meu pai ou com os meus amigos. A gente ficava nadando, fazia castelo de areia, tomava sorvete, pescava, e depois a minha avó cozinhava o que quer que a gente tivesse pescado. Me dá uma sensação de nostalgia gostosa, sabe?

— Você fala como um velho, Sammy.

— É, eu sei, mas é que parece que faz tanto tempo. Parece que fazem décadas desde a última vez que isso aconteceu, não sei explicar. O tempo foi passando e eu fui meio que perdendo isso. Sei lá.

— Minha mãe gostava de ir pra praia.

Sam virou a cabeça em direção à Jack, interessado. Ele nunca falava nada muito pessoal, então aquilo era inédito.

— Ela tá de biquíni na única foto que eu tenho dela. Ela e umas amigas, na praia. Elas parecem felizes, então acho que deve ter alguma magia nessa história toda de praia, né?

— Claro que sim. Olha, vamos fazer o seguinte: amanhã a gente começa a procurar algum lugar pra trabalhar que pague por dia, e hoje nós damos uma volta por aí e vamos pra praia, que tal?

— Você tá tentando provar um ponto, né, Sammy?

— O meu objetivo é te transformar num amante do verão, Yang. E eu vou conseguir, guarde minhas palavras.

— Uhh, ficou determinado. Devo ter medo?

— Talvez.

Eles riram.

Hyunjin estacionou a caminhonete num hotel pequeno localizado no centro da cidade. Eles decidiram ficar lá por cinco dias — era o que dava para pagar, e nenhum dos dois tinha interesse em parar tão cedo. Deixaram as mochilas no quarto e logo saíram; o calor era minimamente aliviado pela brisa marítima, e Jeongin podia sentir o gostinho de sal na boca.

Caminharam tranquilamente pelas ruas, sem saber muito o que fazer, até que Sam decidiu ir para o caís.

— Depois a gente vai dar um mergulho. Você sabe nadar, né, Yang?

— Uh, não.

— Sério?

— Seríssimo.

— Tudo bem, eu fico de olho e te impeço de se afogar.

— Se você quiser ir mais pro fundo, eu fico de esperando no píer.

— Tá legal.

Pararam em uma barraquinha de feira para comer. Jeongin ficou com o pé atrás, mas Hyunjin não hesitou em pedir uma porção de lulas fritas, e Jack acabou se rendendo e pegando uma para si. A fritura pingava óleo, e Sam assegurou que assim era bem melhor.

— Se eu pegar um câncer por sua causa, eu te mato, Sammy.

— Vai por mim, o teu câncer vai chegar. É só você começar a contar quantos cigarros você fuma por dia, Yang.

Jeongin teve a decência de ficar minimamente vermelho.

— Nem são tantos assim.

— Oh, então além de não saber nadar você também não sabe contar?

— Cala a boca, Sammy.

— Okay, eu me rendo.

Silêncio.

— Já acabou?

— Já.

— Ótimo. Vem, vamos nadar. Me dá sua carteira.

— Você vai deixar aí mesmo? E se a gente for roubado?

— Não vamos. Eu escondi bem. Se eu fosse você, eu tirava a camiseta e os sapatos, Yang.

Jack não deixou de reparar que Hyunjin tinha tatuagens demais para alguém de vinte e três anos.

— Deixa as coisas ali. Deixa só eu ver uma coisa... Okay, não é fundo demais.

— No que você tá pensando, Sammy?

— Confia em mim, Yang.

— Eu acho que isso é uma péssima ideia.

— A vida seria muito sem graça sem péssimas ideias.

E assim, sem mais nem menos, Sam agarrou o pulso de Jeongin e pulou do píer para a água.

let's hit the fucking road and never look back Onde histórias criam vida. Descubra agora