hoje é meu aniversário, yey
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boa leitura!As horas se arrastavam ao som do rádio de Hyunjin. Dentro do carro, eles mal conversavam. Sam às vezes se dava ao luxo de cantarolar uma música ou outra que gostava, mas nunca alto o suficiente. Não era muito afinado.
Jeongin se admirava com a mudança de paisagem. Cidadezinhas vinham, cidadezinhas iam. Postos de gasolina vazios, bares de beira de estrada. Carros novos, carros velhos, motos, umas poucas bicicletas. Muita gente diferente, com objetivos diferentes, percorrendo uma mesma estrada. Quantas histórias haviam ali? Quantas mudanças, quantas mesmices? Ele nunca chegaria a saber, mas era algo a se pensar.
A caminhonete fez um barulho estranho, e eles se entreolharam. As sobrancelhas de Jack estavam franzidas, e Hyunjin aparentava uma pequena preocupação.
— Talvez seja melhor nós fazermos uma parada, hein?
— Pode ser.
— Acho que vou ter que olhar o motor de novo, que saco.
— E olha que eu tinha torcido para o carro não dar pau.
Eles riram.
— Aí você aproveita e pega alguma coisa pra gente beber. Esse calor tá infernal.
— Nem me fala. Odeio o verão.
— Odeia, é?
— Acho insuportável.
— Ah, entendi. Eu gosto. Quanto menos roupa melhor, huh?
— Meu Deus, você é um canalha.
Sam riu. Jeongin revirou os olhos, mas exibiu um sorrisinho.
— Você tem ideia de onde parar?
— Não. Pretendia só encostar na próxima espelunca que aparecesse mesmo.
— Okay, então. E você tem dinheiro?
— Claro, não sou tão burro assim, Yang.
Jack deu de ombros.
— Nunca se sabe, né?
— É impressão minha ou você tá me insultando?
— Você vai ter que descobrir sozinho, Sammy.
Alguns quilômetros se seguiram até chegarem em um posto de gasolina; um barzinho fora construído ao lado. Hyunjin deu o dinheiro ao outro garoto, pediu que comprasse uma água e uma Coca. Estacionou e pediu para que o carinha do posto enchesse o tanque e desse uma olhadinha no motor, que estava fazendo um barulho esquisito.
Jeongin adentrou no bar e parou em frente ao balcão; pediu duas águas, uma Coca e decidiu levar um pacotinho de batatas industrializadas também. Não sabia quando seria a próxima parada, portanto, aproveitou a oportunidade e foi ao banheiro, só por via das dúvidas — Sam fez o mesmo, mas o banheiro do posto encontrava-se em um estado muito pior do que o do bar.
Estava pagando pela comida quando sentiu um cutucão nas costas, e virou-se para ver um Felix sorridente parado atrás de si.
— Jeongin! Há quanto tempo, cara.
— Nem me fala.
— Caramba, não esperava te encontrar por aqui. Você não tá mais em Nova York, né?
— Não, não. Já fazem uns quatro anos que saí de lá. E você?
— Ah, dei uma rodada por aí, sabe como é. Parei um pouquinho em New Orleans, mas logo que consegui grana peguei um ônibus e vazei.
— Conseguiu um emprego, pelo menos?
— Que nada! Tô vivendo de bicos, que nem antes.
— Que droga, hein?
— É pior do que você imagina.
Silêncio.
— E você, por onde andou?
— Ah, fui parar num fim de mundo. Uma cidade, ó, desse tamanho. Mas aí esse cara da minha rua disse que iria embora, atravessar o país e sei lá o quê, e eu embarquei nessa.
— Tá louco? E se o cara for um assassino?
— Confio nele. E se ele quiser me matar...
Silêncio. Felix coçou a nuca, desconfortável.
— Você que sabe. Bom, eu vou indo, meu ônibus já deve passar. A gente se tromba por aí, Jeongin.
— Tchau, Felix.
Ele estava quase na porta quando se voltou para Jack.
— Ei, Jeongin!
— Ãn?
— Eu tava te devendo isso, pega!
Foi bem a tempo que ele agarrou o maço de Marlboro vermelho. Sorriu para Felix, que piscou um dos olhos e foi embora do bar.
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let's hit the fucking road and never look back
Fanfic[escrita entre 2019 e 2020] O ano é 2006. Hyunjin não aguenta mais aquela cidade minúscula em que está preso, um cantinho esquecido dos Estados Unidos. Ele não tem nada a perder, apenas a ganhar, quando decide entrar na sua amada caminhonete preta e...