the kids aren't alright

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oieee, como vocês estão?? tudo tranquilo na quarenta (insira risos nervosos aqui)?
bom, só queria dizer que a minha one-shot de blackpink já foi postada, o nome dela é gatinha comunista e ela é bem gostosinha e descontraída, então se vocês puderem dar uma olhada seria bem legal :)
enfim, deixem uns votinhos e comentários, por favor
AH É
OBRIGADA PELAS 300 VISUALIZAÇÕES
PUTA QUE PARIU VOCÊS SÃO DEMAIS💓
boa leitura




A semana que se seguiu na cidade praiana foi agradável, muito embora Hyunjin ficasse bravo com alguns clientes que frequentavam o fast food em que ele estava trabalhando. Jeongin, por sua vez, conseguiu um emprego como barista. Ambos deram sorte; conseguiram convencer os chefes a adiantar o pagamento explicando a situação em que se encontravam.

No sábado pela manhã, com as mochilas nas costas, a estadia paga e um dia absurdamente quente — para a infelicidade de Jack —, eles se viram frente a frente com a caminhonete de novo. Em uns trinta minutos, aquela semana de trabalho e praia tinha sido deixada para trás, e estavam novamente na estrada.

— Olha, Yang, ainda dá pra ver o mar.

— Olha só. Abre a janela, Sammy, por favor.

Sam o fez.

— A gente já tá nessa há nove dias, Yang. Caraca, passou muito rápido.

— Você tá contando?

— Eu passei muito tempo planejando essa viagem, é óbvio que eu tô contando os dias, Yang.

— Ah, é? E pra onde você pretende ir?

— Não tenho um lugar na cabeça.

— Achei que você tinha planejado a viagem, Sammy.

— E planejei. Mas planejei à minha maneira.

— Uma maneira sem planejamento, devo presumir.

— Existe uma lógica muito complexa por trás das minhas ações, Yang, você não entenderia.

Eles riram.

— Sempre pensei em você como um cara do carpe diem.

— Bom, eu sou um cara do carpe diem. E você?

— Hum, acho que eu já fui, mas não sou mais.

— Agora é você que tá falando que nem um velho, com toda a sua experiência de vinte e um anos de idade.

— Olha, Sammy, eu tenho mais experiência do que você imagina.

— Ah, é?

— É.

Silêncio.

— Você já viu aquele filme, chama Sociedade dos Poetas Mortos?

— Por incrível que pareça, sim. Eu tinha um amigo todo inteirado nos filmes, né, e ele me fez assistir isso aí. Eu tinha uns dezessete anos, acho. Gostei demais.

— Eu também. Nunca fui muito de ir no cinema, mas teve um dia que a gente assistiu isso no colégio por algum motivo, eu tava com catorze, e achei lindo. A coisa toda, sabe, a relação deles com o professor e o jeito que ele abre os olhos deles, e toda aquela coisa de subir na cadeira. E o carpe diem. Foi a primeira vez que eu ouvi isso, aí fiquei pensando por um tempão nessa história de carpe diem.

— É que, sei lá, você tem que saber que você vai morrer, sabe?

— Uh, não.

— Tipo, chegar à conclusão de que você é mortal. Quando você se vê cara a cara com a morte, você meio que percebe que qualquer dia da sua vida pode ser o último. Aí entra o carpe diem.

— Você já se viu cara a cara com a morte?

— Algumas vezes, e de jeitos bem diferentes.

— Jeitos diferentes?

— Quando a minha avó morreu, foi meio que o momento em que eu percebi que todo mundo morre, sabe? Que ninguém é imune à morte, nem mesmo as pessoas que a gente ama. E você sempre acha que tá preparado. Sempre acha que vai aceitar a morte, mas a morte, pra mim, pelo menos, é inaceitável. Tipo, na minha cabeça de adolescente, meu pai era imortal. Meus amigos eram imortais. Eu era imortal. E isso tudo é mentira.

Silêncio.

— E você, Yang? Já se viu cara a cara com a morte?

— Infelizmente.

— E aí?

— Eu dei sorte. Tinha um canivete, e ele meio que salvou a minha vida.

Hyunjin encarou Jeongin, esperando uma explicação melhor, profundamente interessado.

— E aí?

— Como assim, "e aí"? E aí eu meti a lâmina naquele traste, joguei ele pra longe e meti o pé. Daí eu encontrei um conhecido e pedi ajuda, e ele fez o favor de sumir com o cara.

— Você matou um cara?

— Não, né? Não tem como matar alguém só enfiando um canivete nele, Sammy.

— Claro que tem.

— Mas eu também não fiquei esfaqueando o cara. Eu tava assustado, só agi por legítima defesa.

— Tá legal, relaxa. Eu só me confundi, desculpa.

Jack acendeu um cigarro.

— Mas ele morreu. O cara, digo.

— Como você sabe?

— Quando você pede pra "sumirem com alguém", Sammy, você tá encomendando um assassinato.

Silêncio.

— Você se arrepende? De ter encomendando um assassinato?

— Não sei. Parte de mim se sente culpado, parte pensa que eu só tinha quinze anos e tava morrendo de medo, parte acha que ele mereceu. E parte de mim queria ter matado ele com as minhas próprias mãos.

— Wow, isso é... estranho?

— Te assustei?

— Um pouquinho, sendo sincero. Mas tudo bem.

— Você tá levando isso muito na boa, agora eu tô assustado.

Sam sorriu.

— Eu já te disse, Yang, você não me conhece.

let's hit the fucking road and never look back Onde histórias criam vida. Descubra agora