let's hit the fucking road and never look back

break on through (to the other side)

oieee, como vocês tão??
não tenho muito o que falar, então deixem votos e comentários, por favor
ahh, sim, e obrigada pelas 400 visualizações!! eu tô feliz demais, não achei que LHFR fosse crescer tanto em tão pouco tempo
boa leitura!!!

O silêncio que se instaurou no quarto prevaleceu por um tempo razoavelmente grande. Jeongin estava muito ocupado com seu cigarro, tentando esquecer que, pela primeira vez, havia desabafado sobre a tragédia que era sua vida. Hyunjin, do outro lado, tentava pensar no que fazer.

Quer dizer, ele não esperava por aquilo, decididamente não. E Sam nunca foi bom em consolar as pessoas; na realidade, ele era péssimo com palavras no geral. Era um sujeito das ações, que mais fazia do que falava. Mas não podia largar Jack ali, naquela situação íntima e bastante constrangedora.

— Eu nem sei o que te dizer, Yang.

Jeongin sorriu perante o riso nervoso de Hyunjin.

— Gosto da sua honestidade, Sammy. Não se preocupe, eu não esperava que você dissesse alguma coisa. Digo, o que é que você poderia dizer, né?

— Ah, sei lá, né. Mas você é um moleque forte, Yang. Pra ter conseguido passar por tudo isso e ainda estar vivo, você é duro na queda.

— Não foi por falta de tentativa. Mas, é, acho que eu aguento o tranco.

Silêncio.

— É por isso que você não dorme?

— Acho que, no fundo, eu tenho medo de acordar e voltar a ter quinze anos, desesperado, perdido e drogado, com vontade de morrer. De perceber que todo o meu esforço foi em vão, sabe? E que na verdade eu ainda tô lá em Nova York e nunca vou conseguir sair.

— Mas você conseguiu, né? Você saiu de Nova York, e arranjou um emprego, e ficou sóbrio. Você é foda, Yang, não esquece disso.

Jack sorriu.

— Obrigado pelo elogio.

— Você merece.

Jeongin desviou o olhar.

— Bom, já tá tarde, Sammy. Vamos dormir?

— Você que sabe.

Ele tinha perguntas, claro que tinha; queria saber quando é que Hyunjin iria deixar a máscara cair — porque ele certamente usava uma máscara — e lhe contar um pouco mais sobre si. Jeongin achava que seria Sam quem se abriria primeiro. Nunca se imaginou falando para alguém sobre sua adolescência pateticamente desastrosa, mas cá estava.

Hyunjin se levantou primeiro, jogou o cigarro no lixo e voltou para a cama. Jack repetiu o ato. No fundo, sentia que nenhum dos dois conseguiria dormir depois daquela conversa, mas, surpreendentemente, acabou pegando no sono até que rápido, e dormiu a noite toda.

Sam, por sua vez, não conseguiu pregar o olho.

Não sabia como lidaria com toda aquela informação recebida, porque não pensava que Jack Yang lhe diria tantas coisas tão pessoais, mas ele havia pedido aquilo, afinal de contas. E sentia que falar faria bem para Jeongin. Ele parecia estar constantemente afundando em suas angústias e sendo sufocado por seus demônios, então talvez se abrir fosse uma boa ideia.

Ou talvez Hyunjin só tivesse piorado tudo, vai saber. O fato é que ele teria que esperar pelo dia seguinte, porque Jack já tinha dormido.

Sam foi, novamente, quem acordou primeiro, e tornou a deixar Jeongin em paz, optando pelo seu banho matinal. Não estava tentado a ficar parado, portanto, foi atrás de algo que servisse de café da manhã. Quando voltou para o quarto, Jack estava se espreguiçando, a cara ainda amassada por conta do travesseiro.

— Bom dia, Sammy.

— Bom dia, Yang.

— Já arranjou comida, é?

— Não queria te acordar, e também não queria ficar esperando.

Jeongin sorriu.

— Tudo bem, eu te perdoo. Passa aí uma maçã, por favor.

— Toma.

Ficaram em silêncio enquanto comiam, e continuaram assim dentro da caminhonete.

— Posso sintonizar um pouquinho na rádio?

— Claro.

The Velvet Underground estava tocando, e eles sorriram.

— Que coincidência, né?

— Nada melhor do que uma música dessas pra aumentar nosso astral, não, Yang?

Jack revirou os olhos, e Hyunjin sentiu que, apesar dos acontecimentos da noite anterior, estava tudo bem.