Inadequada

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Me ignorando completamente a loira chegou perto do André e eu pude perceber como sua postura mudou

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Me ignorando completamente a loira chegou perto do André e eu pude perceber como sua postura mudou. Com o olhar baixo, mas sem esconder um sorriso, ela se dirigiu à ele. E eu, claro, me esforcei para escutar o que ela diria.

- Senhor, eu gostaria muito de uma nova sessão. Eu nunca encontrei alguém que me desse tanto prazer como você - ela disse com uma voz irritante.

Não pude conter minha reação. Se antes eu disfarçava para ouvir, agora eu me virei para eles e esperei o desfecho da situação.

André estava calmo, sua posição não havia mudado.

- Eu estou acompanhado, e não quero ser incomodado. Procure outro mestre - André disse em tom autoritário, o mesmo que usa comigo quando jogamos.

Me senti com ciúmes. Tanto pelo tom de voz, quanto pela escolha de palavras dele.

A loira me fulminou com o olhar, mas eu não abaixei a cabeça. Se ela sabia intimidar, eu também. E contrariada, ela se foi. Olhei para André e ele estava impassível, nada disso parecia anormal para ele.

Eu virei o copo sentindo o líquido ainda gelado descer pela garganta e fiz sinal pro barman.

- Onde fica o banheiro? - perguntei quando ele se aproximou.

Sim, eu poderia ter perguntado ao André. Estava sendo infantil? Talvez. Mas nesse momento eu não me importei, só não queria falar com ele agora.

Levantei e me dirigi para o local que o  barman me apontou, sem olhar para trás. Aparentemente o luxo do local se estendia aos banheiros também. Usei o vaso sanitário em uma das cabines, e imaginem minha surpresa quando saí para lavar as mãos e encontrei a loira aguada encostada na pia de mármore branco.

A ignorei solenemente, mas ela não aceitou fácil.

- Você claramente não é uma submissa, não é queridinha? - ela disse com um sorriso falso.

- Correndo o risco de parecer grossa, te pergunto o que você tem a ver com isso? Queridinha... - eu disse imitando seu tom debochado.

- Bem, eu só queria ajudar. Pois eu bem sei como aquele homem pode ser selvagem na cama. Sabe como é... técnicas que só uma sub experiente pode proporcionar - falou a loira venenosa.

Se fosse possível eu teria espumado de raiva. E uma dúvida me passou pela cabeça... será que todo esse tempo André comia essa mulher? Será possível que quando sumia, era na cama dela que ele estava? Me doeu demais pensar nisso.

- Não estou precisando da sua ajuda, pode pegar seus conselhos e sumir da minha frente - cuspi as palavras.

- Nossa, olha como ela ficou toda irritadinha. Deve ser porque eu estou certa e no fundo você sabe que ele não é homem de sexo baunilha e tapinhas inspirados no filme "50 tons". Aqui é realidade garotinha, não um parque de diversões. Logo ele vai se cansar de você, vai enjoar. E eu vou estar bem aqui esperando, de pernas abertas pra ele se afundar - ela disse e piscou ao dizer as últimas palavras.

Desgraçada! O pior é que eu nem tive resposta, só queria sair dali. Eu tentava segurar as lágrimas mas os olhos já estavam marejados e ardiam. Já na porta encontrei André me esperando.

- Mariana, o que houve? - ele perguntava parecendo confuso.

- Eu quero ir pra casa, já - eu disse rápido antes que a voz me faltasse.

André não fez mais perguntas, só veio me seguindo em silêncio. E em uma última olhada para trás, eu vi a loira parada com um olhar que parecia ser um misto de tristeza com surpresa. Não sei porque e nem quero saber, só preciso da minha casa.

Fizemos todo o caminho em silêncio. Ao estacionar na calçada eu desci do carro, André também. Estendi minha mão esperando a chave, mas ele segurou minha mão e levou até a boca depositando um beijo suave.

- O que aconteceu lá bebê? - perguntou com tranquilidade.

- Nada demais - respondi rispidamente.

- Não mente para mim - ele disse apertando minha mão.

- Só compreendi algumas coisas, achei peças que faltavam nesse quebra-cabeças que é você. E parece que estamos aqui nadando só para depois morrer na praia, mais cedo ou mais tarde - falei puxando minha mão e pegando as chaves.

- Eu vou entrar, e nós conversamos - ele disse já parecendo preocupado.

- Não, eu estou cansada. Sem cabeça para isso - falei e já fui me encaminhando para a entrada do prédio.

- E você vai me deixar assim? Sem entender o motivo de tudo isso? - André questionou ainda parado.

- Você não entende ou finge que não entende?... Não importa. Eu quero ficar sozinha - virei as costas e subi as escadas.

Abri a porta do meu apartamento, a fechei e me encostei nela. Logo minha pernas perdiam força e escorreguei pela porta até me sentar no chão. As lágrimas lavavam meu rosto, pelo menos agora eu podia chorar.

Mariana - Simples e deliciosoOnde histórias criam vida. Descubra agora