X-Aaron

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Aaron estava meio para baixo. Uma semana já havia se passado e ele nem ninguém do acampamento havia tido notícias sobre Amélia. Restava apenas uma semana para o prazo final das buscas encerrarem e ele sentia que seu mundo estava prestes a desabar.

Por um momento, Aaron desejou que tudo o que ele estivesse vivendo não passasse de um sonho. Que ele acordasse desse pesadelo horrível e encontraria Amélia e Natasha, sentadas na areia da praia, conversando. Os três jogariam vôlei e aproveitariam a tarde no acampamento como costumavam fazer, ou então iriam para a cidade e tomariam café no restaurante favorito deles.

Ele sentia saudades daqueles dias, que eram basicamente tradições desde que eram pequenos. Aaron ficou pensando no dia que ele e Amélia se conheceram. Ele deveria ter uns 7 anos e ela, 5. Amélia tinha acabado de chegar ao Acampamento Meio-Sangue, estava assustada e havia acabado de perder sua mãe,mal sabia quem era seu pai e muito menos onde estava. Tudo que ela precisava era de um amigo, e Aaron foi aquela pessoa.

Ele apresentou todo o acampamento e o pessoal. Ficou ao lado dela durante todos os segundos a partir de então. Aaron sabia que desde aquele dia ele estava completamente e perdidamente apaixonado por Amélia, mas nunca teve coragem de dizer. Agora ele se odiava por isso.

Aaron estava sentado na mesa de Apolo no pavilhão do refeitório, comendo seu jantar. Tinha acabado de voltar de uma missão de busca de dois dias que não havia tido sucesso. Ele olhou para o seu prato, intocado, que continha batatas e frango assado, seu prato favorito. Não estava conseguindo comer muito durante esses meses.

—Cara, você tem que comer alguma coisa. — disse Garret, um irmão. Ele apontou o garfo para o prato de Aaron e continuou. — Vai ficar doente. Não sei como você ainda mantém esses músculos todos depois de tanto tempo sem comer.

Aaron endureceu o maxilar e fitou o nada. Não gostava que ninguém pegasse no seu pé, mas ele sabia que não podia continuar a ficar sem comer desse jeito. Ele pegou o copo de suco de laranja, seu preferido, e o levou até a boca.

Todos os semideuses, romanos e gregos, estavam no refeitório. Quíron tinha feito o anúncio do retorno sem sucesso de Aaron, o que deixou muitos semideuses para baixo. A maioria ali gostava de Amélia e a via como uma líder. E era exatamente o que Amélia era: uma líder. Não é atoa que ela foi nomeada como General das Forças Especiais Armadas Greco-romanas, a maior autoridade, depois de Quíron, no acampamento. Na verdade, nos dois acampamentos.

Aaron ergueu o olhar e fitou a mesa vazia de Zeus. Uma fumaça densa começou a tomar forma em cima da mesa, o que fez Aaron franzir as sobrancelhas. Todos do refeitório se calaram e observaram a névoa terminar de se formar, em expectativa.

Quando Aaron finalmente pôde ver quem estava mandando a mensagem de Íris, seu coração disparou, quase saindo pela boca. Ele se levantou de supetão e saiu tropeçando até a mesa de Zeus, onde Amélia estava. Quer dizer, onde a mensagem de Íris que ela estava mandando estava.

Aaron ficou de frente para Amélia, sentindo as lágrimas quererem banhar seu rosto. Mas ele as segurou e tentou permanecer forte.

—Mia, onde você está? Está tudo bem?

Natasha apareceu ao seu lado, junto à Quíron. Amélia deu um sorriso fraco.

—Aaron, sei que vocês tem muitas perguntas. Prometo explicar tudo assim que estiver aí. — disse Amélia. — Eu estou em uma cidade chamada Beacon Hills. Estou bem. Amanhã mesmo estarei no Acampamento.

—Vamos mandar um pégaso para te buscar. — disse Quíron.

—Na verdade, vamos precisar de cinco pégasos.

A Herdeira De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora