XVI-Brett

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Brett odiou a ideia de fazer um Caça Sei lá O Que aquela hora da noite. Já estava cheio por conta do jantar e mal tinha forças para levantar um dedo sequer. Tudo que ele queria era deitar na sua cama e dormir até mais tarde, como ele e Lori costumavam fazer quando eram mais novos.

Por incrível que pareça, Selene escolheu ficar com eles durante a atividade estranha, e Quíron permitiu de bom grado.

Outro problema que ele ainda não tinha resolvido: conversar com Quíron. Faria isso amanhã, de qualquer forma. Agora ele estava mais preocupado em como iria usar aquela espada de bronze.

—Você vai ter a oportunidade de aprender isso daqui um tempo. — explicou Amélia. Ela apertou os feixes da armadura, ajustando-a no corpo de Brett. — Mas você tem reflexos rápidos, o que é ótimo pra usar ela.

Brett concordou com a cabeça, tentando não demonstrar seu desespero. Alguns semideuses encaravam o lobisomem e pareciam achar graça da necessidade dele de precisar de ajuda para colocar uma armadura.

—Como funciona? — perguntou Scott.

—Cada equipe possui uma bandeira. O objetivo é pegar as de todas as equipes o mais rápido possível. Vocês tem de proteger a de vocês e pegar a dos outros. — disse Amélia. Ela terminou de ajeitar a armadura de Brett e deu um sorriso para ele. — É um jogo de estratégia.

—Você vai jogar com a gente? — perguntou Brett.

—Não. — disse Amélia, com pesar. — Vou jogar com os romanos. Mas se eu pudesse, jogaria com vocês.

—Selene é uma semideusa e vai jogar com a gente. —argumentou Liam.

—Eu sou nova nesse mundo. Prefiro ficar aqui. — Selene falou. — Sem contar que Amélia é a General romana. Ela tem de ir com o povo dela.

—Vocês também são meu povo. E é só um jogo. — disse Amélia. Ela deu de ombros e seguiu em direção aos romanos. — Que vençam os melhores.

       

Brett sentiu um arrepio percorrer o seu corpo e concluiu com terror que a noite não acabaria nada bem. Ele estava de guarda, protegendo a bandeira, no topo de uma árvore, junto com Liam, Malia e Lydia. Ele fora o único que teve de ficar em um lugar alto, o que foi terrível. Morria de medo de alturas.

A noite fria fazia seus poros dilatarem. Já faziam pelo menos meia hora que ele estava ali, e ninguém tinha aparecido. Brett ouvia o som de espadas baterem uma com as outras, arcos e flechas serem disparados e xingamentos em outra língua.

Ele começou a mentalizar o que teria que fazer nos próximos dias: aprender a usar a espada e qualquer arma mitológica sinistra. Já estava cansado de ver Aaron se exibir por aí com aquele arco e flecha ridículo dele e sua armadura reluzente. O semideus era a personificação da perfeição: um bom soldado, bonito, musculoso e obediente.

Exatamente o tipo de garoto que deveria ficar com Amélia. O pensamento fez Brett rosnar.

À dois metros, um arbusto se mexeu. Brett pôs a mão no cabo da espada e aguardou. Ele nem sabia porquê exatamente estava usando ela, já que tinha suas garras.

Uma cabeleira loira se mexeu, e Brett pôde perceber que se tratava de Aaron. O semideus foi correndo em direção à bandeira, mas foi surpreendido por Brett e os demais que ficaram de guarda.

Aaron brandiu furiosamente sua espada em direção à Brett que, por incrível que pareça, conseguiu se defender. Os dois começaram uma luta de espadas, com a lâmina de Aaron quase pegando alguma parte do corpo de Brett quase sempre. Logo, um grupo de semideuses gregos -que tinham uma faixa laranja no ombro- apareceu, e os amigos de Brett tiveram de se manter ocupados.

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