A Herdeira De Zeus

XX-Brett

Brett queria ter uma vida normal. Queria poder sair com amigos normais e fazer coisas normais. Mas aparentemente quem quer que tivesse decidido seus passos tinha olhado pra cara dele e dito: LOL, seu noob!

Ele nunca tinha pedido pra ser um lobisomem. Muito menos um semideus. E quando descobriu que era os dois, quase pediu para que o matassem de novo.

Sério, por que ele? O que ele tinha feito que tinha irritado tanto os deuses? E o pior de tudo era que ele teria que aprender a controlar seus poderes de novo. Aprender isso na lua cheia já tinha sido demais. Agora poderes com água? Fala sério!

Quando Amélia disse que os deuses normalmente não eram presentes, Brett sentiu uma dor no coração. Não fazia diferença para ele, já que Poseidon deveria ser talvez o seu tataravô mais distante do mundo. Provavelmente ele também nunca o veria, mas aquilo era ignorância com os outros.

Brett pensou que talvez isso tudo não passasse de um sonho. Então ele acordaria de manhã com o despertador e riria de si mesmo e de sua imaginação.

Aparentemente, aquilo não era um sonho.

Amélia tinha lhe dito que logo ele aprenderia a controlar seus poderes e que aquilo era muito mais intuitivo do que racional. Ainda sim, ele não queria precisar fazer aquilo. Era muita responsabilidade. Sem contar o medo de que ele machucasse alguém que ele amasse por conta de sua instabilidade. Como Amélia lidava com aquilo? O peso de ser uma General e a filha do rei do Olimpo deveria ser insuportável.

Agora ele estava sentado na beira de sua cama, no chalé dos visitantes. Não tinha ninguém além da alcatéia de Scott lá. Liam apareceu e se sentou de frente para Brett.

—Ei cara, você tá bem? — ele perguntou.

Brett suspirou e deu de ombros.

—Eu não sei. Tô com uma impressão horrível. — Brett disse. — Queria poder falar com Satomi.

—Amélia mandou aquela mensagem de Íris pra aquele cara loiro. — disse Stiles. — Por que você não faz o mesmo?

—Vai ter que arrumar um dracma de ouro. — disse Lydia.

Todos olharam para ela, que penteava o cabelo como quem não quer nada. Ela fez uma careta e ergueu as sobrancelhas.

—O quê? Eu sou observadora.

—É. Talvez eu peça mais tarde. —disse Brett. — Tenho certeza de que eles estão bem.

Scott balançou a cabeça em afirmativo e sorriu. As garotas se levantaram da cama e começaram à ir em direção à porta.

—De qualquer forma — disse Lydia. — Não se matem. Estamos indo para o chalé de Afrodite.

—Encontramos vocês daqui a pouco. — falou Kira.

    

Brett odiou vestir uma túnica grega. Se sentiu pelado com o pouco tecido, mas não tinha o que fazer. Ele olhou para o céu,já escuro e estrelado, e amaldiçoou quem criou aquelas vestimentas. Não se importava se tinha ofendido um deus ou algo do tipo. Vestir aquele negócio era ridículo.

Os garotos da alcatéia também não gostaram daquela roupa. Era constrangedor. Mesmo que Brett fosse um semideus, não se sentia parte daquele mundo. Vestir aquilo era forçar algo que nunca aconteceria.

Ainda assim, os garotos saíram do chalé. O vento frio fez os pelos de Brett se eriçarem. Olhou ao redor e notou que o Acampamento estava todo iluminado com tochas de fogo. Quem quer que tivesse acendido-as, tinha demorado bastante.