XIV-Amélia

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O salão inteiro permaneceu em silêncio, com todos os olhares na direção de Amélia. Ela normalmente sabia lidar com pressão e aquele tipo de coisa, sem falar que ela simplesmente adorava ser o centro das atenções. Mas aquilo a deixou nervosa. E se houvesse a possibilidade de o sangue de Érebo que foi injetado em seu corpo interferisse no julgamento do lasso?

Naquele momento, todos os seus neurônios estavam surtando. Ela nem sabia como responder Jones mais. Felizmente, Mare, a outra Coronel grega, continuou por ela.

-Jones, podemos suar o lasso da verdade nela. Mas talvez seja melhor Amélia nos atualizar sobre o tempo que esteve fora.

O Tenente bufou, murmurando alguns palavrões em latim que Amélia não quis prestar atenção. Ele voltou a se sentar e a fitar o chão. Mare limpou a garganta e virou suavemente na direção da General, sorrindo de forma carinhosa.

-Mia, você poderia nos dizer o que exatamente aconteceu nos últimos dois meses?

Amélia balançou a cabeça em afirmativa. Evitou encarar Aaron, pois sabia que ele teria um surto logo logo pelo o que lhe aconteceu. Então ela explicou como fugiu da fortaleza, encontrou a alcateia de Scott e como eles a levaram até a alcateia de Satomi. Explicou que ela foi muito bem recebida- e evitou de falar sobre aquele caso de machismo na estratégia- , sobre o ataque de Gerard e Licaón e como recuperou sua memória.

Quando terminou, ela recebeu alguns olhares de pena, o que a incomodou. Ela odiava quando os outros se sentiam mal por ela. Amélia tentou passar confiança e parecer forte, mas em alguns momentos teve vontade de chorar. Ter contado para Quíron não tinha sido tão difícil, e ela pôde, inclusive, chorar de cansaço. Agora, em frente à todo o Acampamento Meio-Sangue e o Acampamento Júpiter, ela não poderia chorar. Tinha que permanecer forte, como uma General deveria ser.

Ela não contou sobre o sangue de Érebo ter sido injetado em seu corpo, justamente porque Quíron havia lhe pedido. O centauro a avisara de que, se os membros do Conselho que ainda eram conservadores sobre a união de gregos e romanos soubessem sobre, uma revolução iria começar. E ela não queria criar uma guerra civil novamente.

—A questão é que nós deveríamos unir nossas forças. — disse a filha de Júpiter. — Érebo está se levantando, cada vez mais forte, com ajuda de mortais e monstros. Nós também devemos nos unir.

O Tenente Jones abriu a boca pra falar, mas Frank Zhang, sentado ao lado direito do semideus, o fuzilou com o olhar. Jones se remexeu desconfortável e voltou a fitar o chão.

—Como sabemos que eles são confiáveis? — perguntou Aaron.

—Eles me acolheram, Coronel. Satomi, a alfa da alcatéia, sabia que eu sou uma filha de Júpiter. — Amélia disse com convicção. Ela voltou seu olhar para Brett e não pôde deixar de sorrir. — Eles se tornaram minha família.

Aaron a fitou. Normalmente ela sabia ler suas expressões, mas agora ele estava indecifrável. Seus olhos castanhos estavam nebulosos e densos, sua expressão firme e impossível de entender. Por um segundo agonizante, eles ficaram daquele jeito. Então Percy Jackson, o Capitão dos gregos, limpou a garganta.

—Eu confio em você, Amélia. — o filho de Poseidon voltou seu olhar para a alcatéia de Scott. — E por isso acho que devemos unir nossas forças e lutar contra Érebo. É nossa melhor opção.

Os semideuses do Conselho começaram a murmurar em aprovação.

—Isso é um infame! — disse Jones. À esse ponto, Amélia já não pôde deixar de revirar os olhos. — Eu não acredito em nenhuma palavra do que você disse!

Amélia respirou fundo.

—Eu exijo que usemos o Lasso da Verdade! — continuou Jones.

—Pois bem. — disse a General. Ela se levantou, furiosa. — Usem- no.

A Herdeira De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora