Amélia acordou sentindo suas pálpebras pesarem toneladas. Teve que se esforçar muito para abrí-las e olhar ao redor. Tinha a sensação de que havia acabado de acordar de um sono muito pesado, daqueles que você se esquece até do ano que está vivendo.
Ela franziu levemente as sobrancelhas quando a luz da lâmpada do teto ofuscou sua visão. Assim que tudo desembaçou, ela olhou ao redor.
Estranhamente, não sabia onde estava. E o pior: teve que se esforçar para lembrar seu nome. Ok, pensou ela. Onde estou?
Amélia se levantou de onde estava deitada. Achou muito estranho ter duas agulhas em seus dois braços. Uma aparentemente tirava seu sangue, e a outra injetava um líquido preto sinistro em suas veias.
Ela retirou aquilo do seu corpo rapidamente, desesperada, pensando se aquele líquido era algo tóxico. Sentia-se fraca e cansada, mesmo tendo acabado de acordar. Tinha sonhado com uma guerra, mas as imagens estavam borradas demais para serem vistas com clareza.
Ela desceu da maca que estava e olhou ao redor. Estava em um quarto de hospital, ao que parecia. Um monitor cardíaco pairava ao seu lado e ela pode sentir fagulhas de eletricidade vindo deles.
-Certo - ela murmurou. - Isso não deve ser normal.
Amélia ouviu passos no corredor e tratou de se esconder logo atrás da porta. Esperou que alguém entrasse em seu quarto, mas nada aconteceu. Sentia sua cabeça latejar, o que dificultava o raciocínio.
Ela sabia que tinha de sair dali. Sentia isso. Algo na sua nuca, uma espécie de arrepio. Um calafrio que percorria todo o seu corpo e mandava espasmos por ele, avisando-a do perigo.
Olhou ao redor, procurando por alguma arma ou objeto que ela pudesse usar para se defender. Até onde ela sabia, nenhum hospital injetaria uma substância preta e grossa como aquela que estava em seu corpo, e ela rezava para que ela desse conta de pelo menos sair dali.
Do lado direito, bem abaixo da janela, havia uma pequena mesa de madeira. Nela, um bracelete e um relógio. Amélia franziu o cenho e andou calmamente até eles. Lembrava-se daqueles objetos, pelo menos o suficiente para saber que eram dela.
O bracelete de ouro era fino e possuía alguns retalhos. Quando Amélia encostou na jóia, ela rapidamente se transformou em um escudo grande, feito de ouro. A garota o observou atentamente, pesando-o.
Tinha alguns desenhos esculpidos, provavelmente esculturas gregas. Tinha o peso ideal para ela, como se tivesse sido feito sob medida.
Em seguida, ela pegou o relógio. Era um daqueles bem antigos, de couro. Parecia uma relíquia de família, algo que sua bisavó tinha lhe dado, inofensivo. Ela observou o relógio com atenção.
De repente, estava segurando uma espada-uma perigosa arma de fio duplo, afiadíssima.Seus dedos encaixavam-se perfeitamente na empunhadura. Tudo era feito de ouro: punho, lâmina e haste.
Amélia não sabia exatamente porque aquilo era dela, mas teria de servir. Ela tinha de sair dali e fugir. Só não sabia para onde.
Apressada, Amélia transformou suas armas em joias e as colocou nos punhos. Olhou, através da pequena janela da porta,o corredor escuro e mal iluminado do lugar. Não tinha visto ninguém, então logo se apressou para sair dali.
Sem fazer nenhum barulho, ela andou pelo extenso corredor. Todos os seus sentidos estavam em alerta no caso de ouvir alguém andando. Sabia que estava no território inimigo e, por isso, tinha que tomar cuidado para não chamar a atenção de ninguém.
Encostou em uma parede logo que ouviu vozes. Prendeu a respiração, tensa. Abaixou-se para não ser vista pela grande janela e aguardou.
- Os resultados foram positivos, senhor. O sangue daquela garota loira ressuscitou o lobisomem. - disse uma voz feminina.
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A Herdeira De Zeus
AventuraUma filha de Júpiter, General dos Acampamentos grego e romano, é sequestrada e exposta aos perigos do mundo mortal e divino. Ela é obrigada à provar seu valor e liderança diante de sua repentina amnésia, enquanto tenta se lembrar de sua vida passada...