XIII-Brett

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Brett odiou ser abandonado por Amélia assim que eles chegaram ao Acampamento Meio-Sangue. Ele sabia que era idiota falar aquilo, mas ele não pôde evitar. Na noite passada, ele ouvira a semideusa falar com tanto entusiasmo sobre aquele lugar, explicando como a comida aparecia magicamente no prato. Ele queria que ela explicasse para eles aquelas coisas, não aquela garota ruiva assustadora.

Aaron, o garoto loiro pra quem Amélia ligou logo após a batalha com Gerard, o incomodava. Desde que a garota ruiva começou a palestra sobre o Acampamento Meio-Sangue, aquele cara não parava de encará-lo. Brett tinha vontade de gritar e perguntar qual era o problema, mas tentou manter a calma.

Ele tinha outras coisas pra se preocupar agora, como a história que Satomi contou sobre sua família e o cordão que ele herdara. A alfa havia lhe alertado sobre os perigos de entrar naquele território, principalmente porque ele era um lobisomem. Mas ouvir Aaron falar sobre como semideuses e lobisomens não nasceram para ficar juntos, Brett sentiu uma dor no coração terrível.

Aquilo significava que ele e Amélia não poderiam ficar juntos. E, deuses, como saber disso doía.

Ele pensou também sobre o que Satomi disse à ele momentos antes de montar naquele cavalo e ter um pequeno infarto quando ele disparou para o céu. Brett odiava alturas. Mas, de alguma forma, fazer aquilo com Amélia fez com que seu estômago não embrulhasse. Antes, ele ficou com medo de vomitar na garota em pleno vôo, mas isso não aconteceu.

Satomi havia lhe instruído para que, assim que chegasse no acampamento, ele conversasse com Quíron e, se necessário, explicasse isso à Amélia.

—Quando você chegar, beretto, converse com Quíron. Diga à ele que você é descendente de Belerofonte, que seu pai é Filip Talbot, e ele saberá o que fazer.

Depois disso, ela entregou a corrente com um pingente sinistro. Era uma pequena placa de prata achatada, com o desenho de um homem montado em um cavalo com asas, exatamente como ele sonhara. Tudo aquilo havia feito a cabeça de Brett explodir, e ele rezava para que esse tal de Quíron soubesse quem era seu pai e esse fulano Belerofonte.

Brett era péssimo em mitologia grega. Precisou pesquisar um pouco na internet sobre deuses romanos e gregos. Mesmo tendo lido um pouco à respeito, ele precisaria de alguém que o guiasse. No entanto, ele tinha vergonha de pedir para Amélia. Achava que ela o consideraria burro e idiota por não saber sobre isso, e então pararia de falar com ele. Sendo assim, ele teria que buscar por conta própria.

—Essa é a Gerúsia. — disse Natasha. — Antigamente, a Gerúsia só era usada por velhos anciões que tinham famílias que governavam junto ao rei na Grécia Antiga.

—Pensei que você fosse romana... — lembrou Stiles.

—Sou.Mas faço parte desse mundo também. A rivalidade acabou há muito tempo.

Brett não sabia o que ela quis dizer com a rivalidade, mas ficou quieto. Estava chocado demais com a construção que estava bem à sua frente. Tinha pilares gregos de sustentação, ornamentados com detalhes em ouro. Olhando mais de perto, Brett pôde perceber que os detalhes eram imagens de guerreiros lutando uns contra outros. Em uma delas, estava um garoto com uma cicatriz enorme no olho, caído no chão, cercado por uma garota e um garoto.

Brett teve vontade de perguntar o que aquelas imagens retratavam, mas Natasha continuou seu tuor.

—Vocês vão poder ver o interior dela daqui algumas horas. Assim que Amélia terminar de conversar com Quíron, iremos almoçar, e aí vamos ter uma reunião de emergência do Conselho.

Brett não percebeu, mas seu estômago estava se contorcendo de fome. Estivera ocupado demais pensando em outras coisas e esqueceu-se de que já era hora de almoço. Natasha e Aaron foram até um grande pavilhão, que deveria ser o refeitório. Era sustentado por pilares de madeira, decoradas por algumas flores que se enrolavam em torno destas. O teto era feito de, basicamente, troncos de madeira posicionados horizontalmente, adornados por flores e trepadeiras.

A Herdeira De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora