VII-Brett

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Brett dormiu no chão do seu quarto. Assim que Amélia adormeceu, ele não soube o que fazer. Pensou em carregá-la até o seu chalé, mas imaginou que aquilo daria trabalho. Decidiu que a colocaria em sua cama e a deixaria descansar.

Ele considerou dormir na cama, ao seu lado, mas depois hesitou. Seria vergonhoso. Talvez Amélia achasse que ele estivesse se aproveitando do momento, então decidiu que dormiria no chão mesmo.

Quando acordou, ela não estava mais na cama. Sentiu uma pontada de tristeza, depois ele se corrigiu. Tristeza por que? Que diferença faria se ele acordasse primeiro?

Ele se trocou, ainda pensando em Amélia. Aquele momento que ele a olhou com seus olhos dourados, não pôde deixar de achá-la linda. Aquela aura de poder que a banhava tornava as coisas muito mais difíceis para ele.

Tipo, ela era muito gata. Muito mesmo. E aquele ar prateado ao redor dela, que realçava seus olhos azuis eletrizantes e seu cabelo louro, deixavam ela mil vezes mais linda. Ele sabia que não tinha chance com ela.

Ela era inteligente, linda e violenta. Exatamente seu tipo. Quando Amélia interrompeu Tom Yankes quando ele estava apresentando as estratégias militares, ele sentiu um calor estranho pelo seu corpo. Ela o enfrentando e agindo daquele jeito realmente mexeu com Brett.

Ele não sabia muito bem o porquê. Nunca sentira aquilo na vida, aquele calor e a falta de ar quando ela estava por perto. Pensou que estava apressando demais seus sentimentos.

Ela pode ter um namorado, ele pensou.

Mas ao mesmo tempo, ele não parava de imaginar como seria beijar aqueles lábios. Deveriam ser macios e doces, do jeito que ele idealizou.

Brett balançou a cabeça, tentando livrar-se do pensamento. Tentou focar em outras coisas. Hoje eles teriam que terminar de planejar as linhas de defesa contra Gerard e Monroe. Satomi e Scott achavam que eles estavam muito próximos de um ataque e, por isso, eles precisavam se adiantar.

Ele vinha treinando seu arco e flecha e sua luta no combate desarmado, mas ainda sentia algumas dores por todo o corpo. Sentia-se frustrado quando isso acontecia. Antes, Brett costumava ser o melhor guerreiro de Satomi. Não que ele precisasse treinar para lutar em uma guerra antes, mas fazia aquilo por diversão.

Agora que ele precisava e não conseguia dar seu 100%, tinha vontade de gritar. Em grande parte porque era mil vezes mais difícil de se concentrar em algo, mas agora ele tinha reflexos muito melhores, o que era estranho, para um morto.

Isso também era outra coisa que Brett não conseguia tirar da cabeça, além de Amélia, claro. Todas as noites ele tinha o mesmo sonho: um cara grande e moreno, de talvez 1,70 , montado em um cavalo negro com asas. Ele vestia uma armadura de bronze e tinha uma espada enorme. Ele lutava contra diversos homens, derrubando-os e dilacerando seus membros.

Por mais que parecesse estranho, aquele cara era muito familiar, embora Brett não soubesse como e porquê. Perguntaria para Satomi depois, juntamente com as outras milhares de perguntas que ele tinha para ela.

Satomi tinha agido de forma bastante misteriosa desde que Amélia chegara na alcateia. Pensou que talvez fosse porque ela ainda tinha certo receio da garota, mas não sabia muito bem. Deixaria para depois também.

Brett vestiu uma roupa qualquer. Não estava animado para se preocupar com suas vestimentas. Ele saiu do quarto e olhou ao redor. À sua direita estava Charles e Chris conversando enquanto soldavam algumas armas na brasa quente.

À sua esquerda estava uma mesa, repleta de mapas e papéis variados. No meio dela, estava Amélia. Ao seu lado estavam Scott, Stiles, Liam, Mason e outros garotos da sua alcatéia. Brett sorriu, pensando que não haveria outro lugar possível para Amélia estar.

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