A Herdeira De Zeus

VI-Amélia

Amélia acordou assustada. Seus sonhos ainda faziam sua cabeça doer. Ela olhou ao redor. Selene estava deitada, roncando, na cama ao lado da sua. A luz do sol batia preguiçosamente na janela do quarto, deixando alguns feixes de luz penetrarem pelo vidro.

Ao lado de sua cama estava um conjunto de roupas e um cartão, escrito:

“Te emprestei essas roupas. Hoje iremos às compras.—Lydia.”

Amélia franziu levemente as sobrancelhas. Um conjunto também estava disposto ao lado de Selene, junto à uma carta idêntica. Ela levantou e foi até o banheiro. Lavou o rosto e se olhou no espelho.

As olheiras fundas tinham ido embora, mas Amélia ainda parecia cansada. Já não se sentia tão fraca quanto antes, mas não estava totalmente recuperada. Sentia que precisava de alguns dias para isso.

Enquanto se vestia, Amélia pensava sobre o sonho que tivera. Aaron e a garota ruiva, que se chamava Natasha, conforme Amélia se lembrou mais tarde, estavam procurando por ela. Então ela pertencia à algum lugar. E tinha gente com quem se importava.

Esse tal de Acampamento Júpiter também era algo que ela se lembrava. Não complementamente, apenas de detalhes físicos. Como o grande Senado, o Campo de Marte...

Queria poder se lembrar logo de uma vez. Assim poderia ajudar seus amigos. Mas enquanto não se recuperava da repentina amnésia, ela teria que ficar na alcatéia. Não poderia proteger seus amigos se não estivesse 100%.

Além disso, ela também precisava proteger as alcatéias. Tinham lhe acolhido tão bem que Amélia se sentiria mal se ela não pudesse retribuir.

Então ela pensou no estranho sonho com James. Sentiu seu coração doer muito mais agora. Ela sabia que tinha tido algo com ele. Ou ainda tinha, talvez. Não se lembrava. Isso a deixava mais preocupada do que gostaria.

Um namorado do mal? Essa era uma das coisas que ela não tinha planejado pra vida dela. Pensou na invasão eminente no Acampamento Meio-Sangue. Precisava entrar em contato com alguém,embora suspeitasse que todos já estavam cientes. O problema era: com quem ela iria falar? Iria telefonar? Mal sabia seu nome, como iria se lembrar do telefone de contato deles?

Sem contar que isso soava estranho. Ligar para o acampamento parecia estranho. Ela pensou que talvez não fosse assim que deveria avisá-los. De qualquer modo, teria que descobrir e,pra isso, precisava se lembrar.

Amélia saiu do banheiro já vestida. Lydia tinha separado uma calça estilo militar pra ela e uma blusa preta justa. Não se sentia a vontade usando roupas dos outros, mas fez o que pôde. Selene tinha acordado e foi direto para o banheiro, sem dizer nenhuma palavra.

—Parece que alguém acordou de mal humor.— resmungou Amélia.

—Eu ouvi isso, Collins!—disse Selene.

Amélia gargalhou e saiu da cabana, respirando o ar puro. Devia ser nove horas da manhã. O sol erguia-se no horizonte, majestosamente. O céu estava limpo, anunciando que seria um dia produtivo e caloroso.

Alguns lobisomens da alcatéia de Satomi estavam ao redor de uma mesa de madeira. Scott, Stiles e Brett também estavam lá, e ouviam o que um homem barbudo e musculoso dizia, apontando para algo que estava sob a mesa.

Amélia se aproximou.

—.... temos que investir reforços por aqui.—o homem disse, apontando para uma área que estava marcada por um X vermelho.— Vamos fortalecer esse lado.

—Isso é burrice.— Amélia falou.

Todos os homens da mesa levantaram o olhar para ela, surpresos. O homem fortão a fuzilou com o olhar. Aparentemente, ele era o estrategista militar, que na concepção de Amélia, precisava urgentemente de umas aulinhas.