• Capítulo Trinta e Oito

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Peterson


Quando pego a bolsa de Kat em minhas mãos sinto meu coração apertar, uma sensação que nunca tive antes, e a única coisa que vem em minha mente é Kat.
- Socorro!!! Eu acabei de ver dois homens colocarem a Kat dentro de um carro preto!! – Andréia entra gritando.
Toda a música para, todos olham para Andréia e para mim, ninguém se move, ninguém fala nada. Eu não sei o que pensar ou o que fazer, se isso for uma brincadeira, foi de muito mal gosto.
Finalmente eu tomo coragem e começo a correr para fora do salão, vejo meu pai e meu irmão vir comigo, quando chego do lado de fora não vejo Kat em local nenhum, minha mãe já acionou a polícia, eu não me cansei de procurá-la, ela deve estar em algum lugar, isso é só uma grande brincadeira.
A festa acabou, vários carros de polícia chegaram, tiraram depoimento de muitas pessoas, mas nenhuma sabe de nada, a única quem realmente vou algo foi a Andréia, nem eu mesmo posso ajudar.
As luzes já se apagaram, não tem mais casamento, não tem mais alegria, não tem mais o sorriso da minha Kat.
E eu nem pude falar com ela o que eu queria dizer, não pude vê-la mais uma vez... Eu não pude fazer nada por ela...
- Meu Deus, e se acontecer alguma coisa a ela? Ao meu bebê – Eu falo depois de ter rondado todo o local.
- Filho, só temos a Andréia como testemunha, e você foi o último a estar com ela, então precisamos do seu depoimento também – Minha mãe fala.
- Mãe, eu não posso, eu tenho que continuar a procurar ela, e se acontecer alguma coisa mãe, porque ela? Ela está esperando um filho meu, eu não sei mais viver sem essa mulher mãe, eu vou pegar meu carro e vou rodar toda essa cidade – Eu falo e minha mãe me abraça, me permito chorar em seu ombro, não sei por quanto tempo mas só sei que chorar não vai adiantar – Eu tenho que ir, quanto mais tempo eu ficar parado mais eles vão se afastar, depois eu dou o meu depoimento mãe, eu preciso ir.
- Peter, você não é policial, deixe que eu e os caras que são treinados para isso vamos fazer o possível e o impossível para achar a Kat, mas você tem que estar longe disso, está me ouvindo Peter? – Minha mãe fala autoritária.
- Estou mãe, mas eu... – Eu começo mas minha mãe me impede de terminar.
- Peter, nós vamos achar ela, eu não vou deixar os desgraçados que pegaram a mãe do meu neto – Eu a corto.
- A Kat já deixou bem claro que vai ser menina – Falo em um sorriso de lado.
Minha mãe sorri para mim e passa a mão em meu rosto – Eu não vou deixar os filhos da puta que pegaram a mãe da minha neta saírem em leso, eu juro para você meu filho, eu pego esses desgraçados – Minha mãe fala.
Minha mãe conseguiu fazer com que amanhã um policial fosse lá em casa para pegar o meu depoimento, agora eu não tenho condições de pensar ou falar nada com ninguém.
- Meu irmão – Phillipe fala depois de colocar a mão no meu ombro.
Eu me viro para ele e sem falar mais nada eu o abraço forte, tão forte que acho que ele ficou sem ar por alguns segundos, eu desabo mais uma vez em seu ombro, volto a chorar como se tivesse um oceano em mim, que fosse capaz de soltar toda a água em meu corpo.
- Por que ela? Porquê? Ela não fez nada a ninguém, desde que chegou nessa família ela só tem ajudado, olha só para Hanna, como ela está feliz, a Sophi, meu Deus, a Sophi ela não vai entender... A Kat prometeu a ela que nunca iria embora – Eu falo.
- Meu irmão, eu não sei o que te falar para te ajudar, me desculpa – Phillipe fala.
- Não fala nada, eu só preciso sair daqui, preciso ir para casa – Falo e me desfaço do abraço.

Katrinne


Acordo em um lugar todo escuro, tento me mover mas meus pulsos doem, estou acorrentada a alguma coisa, com a mão livre eu tento pegar no que está ao meu lado, estou presa na cabeceira de uma cama, estou em um quarto, pelo que parece.
- Oi, Tem alguém aí? Por favor, você pegou a pessoa errada – Eu grito.
A porta se abre e pela pequena linha de luz que se passa do outro lado eu consigo ver uma parte da cama.
- Eu conheço esse lugar – Eu sussurro.
Um homem passa pela porta, eu não consigo ver seu rosto, mas ele parece ser muito forte, tá mais para um armário do que para um homem.
- Olha, a mocinha acordou – O homem fala ao se aproximar.
- Por favor, me solte, o que eu estou fazendo aqui, vocês pegaram a pessoa errada – Eu falo.
- Não pegamos não lindinha, a moça deixou bem claro quem era para pegar – Ele fala e enfia a mão no bolso tirando um papel de lá – E ela me parece muito com você – Ele fala e me mostra uma foto minha.
- É por dinheiro? Se for eu pago o quanto você quiser, por favor, me solte – Eu começo a chorar.
- Cala sua boca vadiazinha – Ele grita e me dá um tapa no rosto – Fique quietinha que isso não vai mais acontecer – Ele fala e sai do quarto o trancando em seguida.
Meu Deus, porquê isso está acontecendo comigo? Eu não fiz nada a ninguém, Peter deve estar preocupado.... Meu Deus, meu bebê.
Começo a entrar em desespero, eu não sei o porquê eu estou aqui, não sei o que eu fiz para essa pessoa me querer aqui, eu não fiz mal a ninguém.
- Por Favor, alguém me ajuda, eu estou presa aqui – Eu grito o mais alto que posso.
A porta é aberta mais uma vez, dessa vez dois homens passam por ela, um deles liga a luz, eles sorriem para mim e então um vem em minha direção e tira a minha algema.
- Lembra que eu te falei que se você ficasse quietinha a gente não viria aqui? E você não ficou, então agora você vai pagar por isso, está me ouvindo? – Um deles fala.
- Não, por favor, eu prometo que não vou mais gritar, por favor eu juro, vou ficar quieta, não faz nada comigo – Eu falo em desespero e já chorando.
- Ah, pobrezinha, ela não fará mais isso, mas olha, a gente precisa mostrar a você o que acontece se caso inventar de gritar novamente – O homem fala e eu recebo um tapa no rosto.
- Acho que isso foi muito fraco – o outro fala me pegando pelo cabelo e me jogando no chão em seguida.
Um deles sorri, meus olhos estão fechados, não tenho coragem de abri-los, então de repente sinto um chute na minha costela me fazendo arfar e prender todo o meu ar, eu cerro mais os meus olhos e choro desesperadamente.
- Ele falou nenhum Piu garota – O outro fala e então sinto um chute muito forte na minha barriga – Agora cala sua boca – O homem fala e ambos saem do quarto me deixando jogada no chão.
Em questão de segundo sinto algo escorrer pela minha perna, algo quente, e eu sei o que é, começo a chorar com medo, medo de ter acontecido, medo de ter perdido algo com quem eu já amo tanto sem nem mesmo ter conhecido, medo de ter perdido minha última chance de ser feliz novamente. Vou passando minha mão pelo meu corpo bem devagar até chegar na minha calcinha, ela está molhada meu choro se intensifica, vou voltando minha mão e quando a olho vejo que estava coberta de sangue.
- Não, não, o meu bebê não, por favor, não, eu não posso perder você também minha pequena – Eu falo e volto a chorar abraçando minha barriga.
Me levanto de vagar e vejo a porta do banheiro, eu sei onde eu estou, eu estou no chalé que Peter me trouxe ontem, eu conheço esse lugar, foi alguém que o conhecia que mandou me sequestrar, mas quem?
Vou até o banheiro e me limpo com um papel, meu choro sai baixo para eles não voltarem aqui, ainda estou com o vestido da festa, pela janela vejo que ainda é noite, será que já deram minha falta?
Meu choro começa a se intensificar quando penso em Peter, se esse sangramento não for normal, eu acabei de perder o sonho dele, e a minha oportunidade de ser uma boa mãe, de ter uma família novamente, eu acabei de perder a minha única esperança.

🌻 Namorada De Aluguel 🌻Onde histórias criam vida. Descubra agora