• Capítulo Quarenta e Seis

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Peterson

Volto para casa puto da vida depois da conversa que tive com Kat, eu só queria estar perto dela, mas ela tem sempre que me comparar com ele, ela tem sempre que achar uma maneira de trazer ele para o nosso presente, nem morto essa desgraça me deixa em paz. Quando chego em casa me sento no sofá ao lado de Hanna que estava assistindo um filme com a Gabi. Hanna atende o celular e sai correndo da sala, parece estar preocupada, algum tempo depois Hanna aparece com uma bolsa dela e sai de casa sem contar nada a ninguém, eu achei suspeito, mas resolvi não dizer nada. Vou para o meu quarto onde eu tomo um banho e vou dormir, não estou afim de voltar a brigar com Kat, prefiro ficar na minha, mais tarde eu volto ao hospital, eu sei que sou muito filho da puta por deixar ela lá sozinha nesse momento, mas eu sou orgulhoso de mais para ir até lá.

...

Acordo no susto e quando olho as horas já se passaram quase cinco horas desde que deixei Kat sozinha no hospital.
- Merda!!! – Eu quase grito ao cair da cama na tentativa de levantar correndo.
Vou até o banheiro e tomo um banho bem rápido me visto e desço correndo para ir até o hospital. Ao chegar no hospital vejo Dean com cara de quem não está entendendo nada.
- O sei irmão ainda não pode receber visita senhor Grey – ele fala.
- Eu não vim ver meu irmão, eu vim ver a minha noiva, a Kat – Eu falo.
- Mas, a senhorita Brown já está de alta, ela me disse que te ligou, e que você não podia vir busca-la, mas que mandaria sua irmã – Dean fala.
- Merda!! – eu falo – Obrigada doutor – falo e saio correndo do hospital.
Ligo mais de trinta vezes para Kat, mas só cai na caixa postal, mando um monte de mensagens perguntando onde ela está mas ela nem visualiza.
- Não quer falar comigo? Ótimo, não fala – jogo meu celular contra a parede do quarto e saio dele.
Vou até o bar onde começo a beber, minha vida é resumida a isso, eu faço merda, ou alguma merda acontece comigo e eu vou beber, é bem fácil de resolver assim.

...

Não sei o quanto eu bebi, e nem se ainda sei meu nome...
- Meu nome é... Peter, ainda me lembro, preciso beber mais – falo comigo mesmo pegando uma garrava de Rum River Antoine Royale Grenadian – Agora eu não vou me lembrar nem onde estou – falo enchendo o copinho de dose e virando ele.
O líquido desce rasgando na minha garganta, minha visão embaça e eu acabo rindo, rindo por está aqui chorando pela mulher que eu amo, e que eu nem sei onde está. Eu volto para o meu quarto cambaleando e pego meu celular no chão, ele trincou a tela, mas mesmo assim eu vou até o WhatsApp onde minhas mensagens então apenas visualizadas.
- É Peter, perdeu! – Eu falo.
A porta do quarto se abre e Hanna passa por ela, ela parece preocupada, ou melhor ela parece se sentir culpada por algo.
- Peter, a gente precisa conversar, não dá para te ver assim.
- O que você quer Hanna?
- Eu sei cadê a Kat, foi eu quem busquei ela no hospital, ela me pediu para não contar nada, mas não dá para te ver assim, ela está no Royals, o hotel na entrada da cidade – Hanna fala rápido e sai do quarto.
Escovo meus dentes correndo e ainda cambaleando eu vou até o lado de fora de casa, eu ia pegar meu carro, mas não consigo nem enxergar o buraco onde coloca a chave, então eu decidi ir de Uber.

Katrinne

Acordo no meio da noite com uma batida na porta, olho no relógio e já são quase três da manhã. Me levanto ainda sonolenta e então vou até a porta, pergunto quem é mas a pessoa não me responde, olho pelo olho mágico e mesmo assim não vejo ninguém, até que batem na porta de novo, e eu a abro. Vejo Peter encostado na parede ao lado da porta me olhando com um sorriso de lado mas sua expressão é triste.
- Peter? – eu falo um pouco assustada.
- Kat! – Ele fala com a voz trêmula.
- Você estava bebendo? – eu pergunto mas já sei a resposta.
- Não, você acha mesmo que eu ia beber porque você me deixou... Não, não bebi – ele fala sarcástico.
- O que você quer Peter?
- Você, eu quero você Katrinne, toda vez sou eu quem vou atrás, então aqui estou eu, atrás de você de novo igual a um cachorrinho, então agora é com você, ou você pega o cachorrinho e leva junto a mudança, ou deixa ele em casa para outra família cuidar... – Peter fala tudo embolado e eu acabo sorrindo.
- Entra Peter – eu falo séria.
Ele entra um pouco desconfiado, seus passos são estranhos, ele bebeu muito, mais um pouco e ele não tem nem equilíbrio.
Ele se joga sobre minha cama e de lá fica me olhando do outro lado do quarto o encarando de braços cruzados.
- Vem, eu vou te dar um banho... gelado – eu falo e Peter faz careta.
- Se você tomar banho comigo... – ele fala – Ah, você não pode, vai fazer mal o nosso feijãozinho.
- Vem Peter, você está fedendo – Eu falo e ele se levanta já tirando a blusa, ele não me deixa tocar nele, sozinho ele tira toda a roupa e entra no chuveiro que está quente, eu acabo ficando com dó e deixo.
- Kat, você está com raiva de mim? – ele fala manhoso.
- Não Peter, foi você quem foi embora, foi você quem saiu com raiva, eu só vim embora – eu falo.
- Eu... Me desculpa, eu já coloquei a casa a venda, você não quer eu entendo – ele fala.
- Porra Peter, deixa de ser cabeça dura, eu não te disse um não, eu te falei que a gente precisava conversar, Peter, eu quero morar com você, mas a gente precisa conversar, tem a Margarida que mora comigo.... Eu nunca te disse um não Peter, nunca – eu quase grito com ele.
- Kat... – ele começa mas não termina.
- Termina seu banho, eu vou pedir para eles trazerem café para você, depois eu peço um táxi, só, termina o seu banho.
Eu saio do banheiro e uma lágrima escorre pelo meu rosto, até que um corpo molhado é posto contra o meu, eu viro meu pescoço para trás e vejo Peter completamente nu me abraçando.
- Eu sou um idiota Kat – ele fala – eu não queria ser grosso com você lá no hospital, você acabou de sair de um sequestro, eu não devia.
- Não Peter, dessa vez a idiota foi eu, você estava todo feliz com a ideia e eu nem te ouvi direito, me desculpa – eu falo.
Ele não me responde apenas me beija e então me pega em seu colo e começa a andar comigo, ele me leva até o banheiro e nos coloca dentro de box, ligando o chuveiro em seguida.
- Peter, eu estou de roupa – eu falo.
- Acho melhor assim Kat – ele fala e eu acabo rindo.
Tomamos nosso banho fazendo carícias um no outro, eu estive durante todo o banho de roupa, mas Peter deixou claro que nesses primeiro dias vamos ter que nos esforçar bastante. Com o banho tomado, nós dois nos deitamos na cama e ficamos assistindo um pouco, Peter ainda está alterado pela bebida, mas está bem melhor do que chegou, eu o ajudei a escovar eu lavei sua cueca na pia do banheiro e a sequei com o secador de mãos que tinha ali.
- Vamos dormir meu amor? – Peter.
- Não, eu vou pedir uma garrafa de café para você e morango com Nutella para mim, e o senhor vai tomar tudo, eu sei que está se esforçando para não falar embolado – Eu falo e ele faz careta.
- Tudo bem, eu aceito que perdi, mas vai ter que dividir os morangos comigo – Peter.
- Por mim tudo bem, nosso feijãozinho aceita dividir – eu falo.
Ligo para recepção e faço meu pedido, pedi para eles trazerem o café mais amargo que puderem, Peter vai me matar, mas é pro bem dele, e eu pedi para fazerem pouco, certeza que ele só vai tomar uma xícara. Quando o pedido chegou no quarto eu fiz Peter tomar todo o café, o menino de três anos parecia que estava tomando o pior remédio do mundo o que me fez rir muito. Depois de ter certeza que não tinha mais uma gota de café eu peguei os morangos e comi com ele, nem preciso dizer que estamos precisando de um outro banho, até o lençol da cama ficou só a nutella, parecemos dois papagaios, não sabemos comer sem derramar tudo. Depois do nosso segundo banho eu e Peter nos deitamos e fomos assistir um filme de desenho animado que estava passando, Peter acabou indo dormir, já que estava bêbado.
Peter está certo, eu ando tendo sangramento, vai ser difícil quando minha barriga crescer, e se eu preciso de repouso total, não tem como eu ir para a faculdade, de qualquer jeito eu vou ter que fazer aulas online quando eu já estiver com a barriguinha maior, Peter só está pensando em mim, e ele está certo de qualquer jeito.
Me viro para o lado me aconchegando a ele e acabo dormindo com esses pensamentos rondando a minha cabeça.

Peterson

Acordo de manhã com uma dor de cabeça enorme, do lado da cama tem um bilhete de Kat.
Bom Dia meu príncipe, amor eu tive que sair, tenho algumas coisas para resolver, coisas da faculdade, mas eu deixei uma cartela de remédio para dor e você pede alguma coisa para tomar café.
Te amo, Kat.
Acabo dando um sorriso bobo e nem sei o porquê, mas faz tantos dias que não escuto o meu bom dia príncipe que até por carta isso me alegra de mais. Levanto e vejo uma roupa em um cabide, uma camisa azul escuro, uma calça jeans neutra e uma jaqueta de couro.
Me visto e faço o pedido do meu café da manhã.
Depois de comer eu voltei a me deitar na cama e assisti algum programa de fofoca que estava passando na tv.

...


A porta se abre e Kat entra no quarto, ela está com alguns papéis na mão e assim que me vê ela sorri para mim. Ela joga os papéis sobre a mesa e vem até a cama e pula por cima de mim, ela faz uma careta mas depois sua expressão muda para um sorriso.
- Bom Dia meu príncipe – ela fala manhosa.
- Bom Dia minha princesa, ainda dói muito?- Eu falo.
- Não como no início... fui resolver algumas coisas da minha faculdade, mas agora a gente precisa conversar – ela fala séria e autoritária já se levantando e ficando sentada.
- Era pra estar com medo? – eu brinco mas ela não rir – Ok, agora eu estou!
- Peter, eu estive pensando, aliás, eu pensei muito, tanto ontem a noite quanto hoje de manhã, eu quero morar com você, e eu jurei para mim mesma que vou esquecer o Caleb, a Hanna me contou que ele morreu, ele não faz mais parte da minha vida e não merece ter toda essa influência sobre mim, Peter, a gente vai ter um bebê, e já estamos noivos, de qualquer forma um dia moraremos juntos – ela fala em um tom tão sério que eu me assusto.
- Kat, eu só não estou entendendo onde você quer chegar com essa conversa, você não precisa se justificar, eu entendo que não é o que você quer agora – eu falo e ela da uma pequena risada nasal um tanto quanto debochada.
- Não Peter, não é isso – ela coloca a mão sobre minha bochecha a acariciando com um sorriso – Peter, você está disposto a largar a sua empresa na mão de uma outra pessoa por mim, você está disposto a deixar tudo por mim Peter, e a única coisa que eu soube fazer foi ser egoísta e só pensar em mim, eu não olhei para você e ver tudo o que vocês estava fazendo por mim, mas agora eu vi, e se não for tarde de mais eu estou disposta a deixar tudo por você, eu já fiz a minha transferência de faculdade, Peter, eu quero morar com você, desde agora, quero poder construir nossa família juntos meu amor – ela me dá um sorriso maior.
- Você está falando sério Kat? – Eu falo e sem me responder ela se levanta e vai até a mesa onde ela pega os papéis e trás até mim.

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Requerimento de transferência de Unidade Escolar.

Sr. Diretor da Unidade Escolar Theo Ricardo Monteiro,

O abaixo assinado, responsável legal pelo aluno Katrinne Brown Oncelotte, regularmente matriculada no Vellmon Model Art, sobo n° +1, atualmente cursando moda, vem respeitosamente requerer a TRANSFERÊNCIA DESSA UNIVERSIDADE ESCOLAR.
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- Olha Peter esses são os papeis da transferência, eu te amo muito e estou disposta a morar com você aqui em Missouri, eu sonho em poder criar nossa família aqui, em ver nossos filhos crescer, ter nossos filhos correndo pra lá e pra cá, e eu também gosto muito dessa cidade, desse estado, das pessoas que moram aqui, que se tornou minha família em tão pouco tempo, você ainda quer morar comigo Peter? Porque eu pensei muito nisso e essa é a minha decisão – Kat fala séria e ao mesmo tempo alegre.
Eu encho meus olhos d’água e a beijo, ela me beija de volta, e é um beijo tão doce e calmo. Partimos o beijo mas ficamos com as testas coladas olhando um para o outro.
- Amor estou muito, muito feliz com isso, eu prometo te fazer a mulher mais feliz desse mundo junto com nossos filhos, eu te amo Kat, te amo muito meu amor, você e o nosso pequenino – eu falo. Kat já está chorando, o que me faz chorar também, ela me abraça forte e eu beijo sua testa, e mesmo em silêncio fazermos a promessa de um amor eterno um ao outro.
- E, Peter, é nossa pequenina – Kat fala e a gente acaba rindo.
- Eu sou o homem mais sortudo do mundo Kat, por ter você e o nosso feijãozinho na minha vida – Eu falo.
- Eu te amo príncipe – fala e volta a me beijar novamente.
- Eu te amo gatinha – falo ao cortar o beijo.
Nos deitamos de conchinha na cama enquanto estávamos planejando o quarto da nossa bebê, e claro que depois de muita luta eu consegui fazer ela imaginar como seria se fosse menino.

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