• Capítulo Quarenta e Quatro

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Katrinne

Olho a cena a minha frente ainda sem acreditar, Peter sentado no chão com Phillipe em seus braços, seu peito está sangrando, Peter está apertando o local, Caleb me largou e foi até Nathália que está parada olhando para Phillipe.
- Vem logo caralho, ainda dá tempo – Caleb fala ao puxar o braço de Nathália.
Mas ela não se mexe, seus olhos ainda estão fixos em Phillipe que está olhando fixo para Peter enquanto tenta respirar.
- Eu fui sincero meu irmão, eu me arrependo de todo o mal que eu lhe fiz, mas eu nunca, nunca vou me arrepender de você Nathália, eu te amo, e vou te amar para sempre, cuide do meu filho, Peter – Phillipe fala antes de fechar os olhos.
- Não, Phillipe, meu irmão, por favor, volte, por favor, não me deixe, acorde – Peter fala em desespero.
- Seu desgraçado – Nathália fala pegando a arma que estava com ela e disparando vários tiros contra Caleb e eu apenas assisto todos aqueles tiros atravessando seu corpo, um atrás do outro... Só então eu tomo coragem e me rastejo até Peter e o abraço chorando, com sua mão cheia de sangue ele pega no meu rosto o acariciando.
- Você vai ficar bem meu amor – Peter fala. A polícia já havia entrado, Nathalia já havia caído algemada. Mas só agora Zara entrou. Ela para na porta e olha a sua volta.
Um grito ensurdecedor toma conta de toda a sala, Zara saca sua arma e aponta para Nathália que estava sendo levada por um policial.
- O meu filho, mãe – Phillipe fala com dificuldade.
Zara vem até nós e se joga de joelhos no chão. Ela o pega em seus braços e o aperta, dois paramédicos entram e pegam Phillipe e Caleb. Eu ainda estava abraçada a Peter, mas assim que toda aquela adrenalina se vai do meu corpo minhas pernas falham, minha visão se escurece, e então um grande breo se forma.

Peterson

Os paramédicos vieram e levaram Phillipe e Caleb em uma ambulância já que ambos tinham levado tiro. Katrinne acordou e se recusou a ir de ambulância, disse que não sairia de perto de mim, e disse que queria que eu q levasse, então eu vou logo atrás da ambulância. Ela desmaiou e não acordou mais, o homem que a olhou disse que ela está fraca, não estava se alimentando direito. Ela agora está sangrando, suas pernas... Suas pernas estão sujas de sangue, ela tá perdendo um sangue mais escuro, quase que marrom. Eu acelero o carro e começo a atravessar os carros a minha frente, não parei em dois sinais, minha pequena Kat está sofrendo e não vai ser um sinal vermelho que vai me deter de salvar ela.
Ao chegar no hospital eu peguei Kat no colo, travei o carro e sai correndo até a recepção, o pessoal do hospital já estavam informados de quem era ela, eu a coloquei em uma maca como pediram e eles a levaram, não me deixaram ir até ela, ou ficar ao lado dela como eu havia prometido. Algum tempo depois vejo Dean chegar, sua expressão é de preocupação, não irá vir nada de bom dessa conversa.
- Cadê minha mulher? – pergunto exasperado.
- Temos uma boa e uma má notícia senhor Grey – ele diz. – Vamos para minha sala, lá podemos conversar melhor.
- Eu do quero saber da minha mulher – falo sem tirar meu pé do lugar.
- Ela está bem na medida do possível senhor Grey.
Só então eu me movo e o sigo até sua sala, quando chegamos me sento na cadeira a sua frente e ele suspira antes de começar a dizer.
- Senhor Grey, a senhorita Brown está em um coma reduzido, pela perda de sangue esse será por enquanto a melhor forma de termos ela e o bebê em segurança – ele fala.
- Quanto tempo minha mulher ficará assim? Isso é realmente preciso?
- É de extrema urgência, é isso ou temos grandes chances de perde um dos dois, ou o senhor quer escolher entre a vida do seu filho e de sua mulher? – Dean.
- Tudo bem, mas por favor seja rápido – eu falo o mais educado possível já estou prestes a ter um ataque de nervos.
- A senhorita Brown perdeu sangue mais de uma vez, e apanhou bastante, ela não pode fazer muito esforço, mas essa gravidez vai ser de risco, é preciso que ela tenha acompanhamento vinte e quatro horas por dia, a família tem que escolher o melhor para ela, e o melhor é ela ficar no hospital.
- Eu vou conversar com ela, se precisar eu mesmo fico aqui do lado dela, mas eu vou fazer de tudo para o bem do meu bebê e da minha mulher – Eu falo – mas agora o que eu preciso é ver a Kat.
- Claro, me acompanhe – Dean. – É de extrema importância que o senhor converse com ela, você não terá resposta, mas ela escutará tudo, a fará muito bem saber que tem alguém por perto.
Ele me leva até o quarto de Kat, ela está repleta de hematomas, sua boca está cortada, abaixo dos seus olhos inchados, minha pequena sofreu tanto. Dean permitiu que apenas eu pudesse entrar quando eu quisesse e que poderia dormir aqui, é claro que não vou sair daqui enquanto minhas vidas não tiverem melhorado.

...

Já se passaram uma semana e hoje minha morena teve um grande avanço em sua melhora, ela acordou essa noite, mas não era capaz de se mover ou de falar, eu fiquei deitado com ela durante toda a noite, a única coisa que ela sabia fazer era chorar, e aquilo partiu meu coração, porque eu não sabia o que fazer, e vê a mulher que eu amo, mãe do meu filho assim, corta meu coração em muitos pedaços. Acordo e vejo que minha morena ainda dorme, ela ainda não se mexeu, deve ser pelos remédios.
- Aah, Peter, está doendo, tá doendo, faz parar – Ela começa a gritar e em um susto eu corro até ela.

Katrinne

- Amor, meu amor, onde está doendo, eu vou chamar o doutor – Peter fala e eu vejo desespero em seus olhos.
- Peter eu tô com cólica – digo começando a ficar desesperada.
- Calma linda respira, já apertei o botão aqui, o doutor já vai vir – logo que ele fala isso sinto alguma coisa escorrendo de mim, coloco a mão na minha calcinha e meu desespero aumenta.
- Ah não! Peter eu tô sangrando... o meu bebê, Peter eu estou... – não termino a frase.
- Puta merda – Peter – Vai ficar tudo bem linda, se acalma, só fica calma, Merda – a última palavra ele sussurra.
Começo a chorar, um choro baixo e cheio de tristeza. Deab chega no quarto e me examina as pressas, ele tenta tirar Peter do quarto mas eu não deixo, começo a chorar mais e implorar para deixar Peter lá, ele também está chorando, eu estou assustando ele, mas também estou muito assustada.
- Doutor promete pra mim que o meu bebê vai fica bem – digo chorando, a essa altura Peter também já desabou, o doutor vem e toca minha barriga.
- Dói?! – ele me pergunta.
- Não – respondo soluçando.
- Calma meu amor, vai ficar tudo bem – diz Peter me acalmando.
- Isso é bom – o médico diz pegando a máquina de ultrassom.
- O sangue doutor, é normal? – Peter.
- Seria normal se fosse pouco – Nicolae.
- Então qual o problema com meu bebê? – pergunto me acalmando.
- O problema é o saco gestacional, pode ter tido um sangramento por causa do deslocamento dele, ele está se moldando no seu útero então é extremamente necessário o repouso.
- Então o meu bebê está bem?! – pergunto.
- Não tenho essa certeza, pois você sangrou muito e nesse caso de deslocamento da placenta o sangue é pouco e a cor do sangue é marrom, o seu caso foi muito sangue e a cor vermelha – o médico diz.
- Então o que isso quer dizer?
- Isso quer dizer que você pode ter um aborto senhorita Katrinne – Dean.
- Um aborto? – pergunto em uníssono com Peter.
- Sim, um aborto espontâneo, ocorre muito em gravidez de alto risco – Dean.
- Então minha gestação é de alto risco? O que acontece se o bebê não chegar aos nove meses? – pergunto com receio da resposta.
- O bebê pode não sobreviver – ele diz e faz uma pausa – mas vamos pensar positivo.
- O que fez a gravidez dela ser de risco?! – pergunta Peter.
- A gravidez de risco é muito variável, pode acontecer por vários fatores, mas um deles são agressão – ele diz olhando pra mim.
- Filha da puta do Caleb – digo.
- Merda – diz Peter.
- Eu sei que está muito cedo pra isso, mas queria muito que o bebê nascesse de parto normal - digo a ele.
- Veremos ao longo das ultrassonografia, agora o que recomendo é repouso absoluto, sem muitas emoções psicológicas, e abstinência – Nicolae.
- Sem sexo?! -pergunto um pouco mais alto do que gostaria.
Peter ri da minha cara e o médico se retira com um sorriso também.
- Vai ser uma tortura ficar nove meses sem te tocar – resmungo.
- Se controla Katrinne!! – ele diz rindo – O importante é que nosso bebê esteja bem, não é mesmo?! - ele pergunta e assinto com a cabeça.
Peter me ajudou a levantar e a tomar um banho, ele colocou a roupa em mim, meu corpo está doendo muito, não tem como eu mexer os meus braços nesse nível. Peter me pegou no colo e me colocou na cama e depois deitou do meu lado, eu me aconchego sobre seu peito e fico o olhando, ele está deitado e seus olhos estão fechados com a respiração leve, uma cena que eu pedi tanto a Deus para poder ver novamente, e está bem aqui, acontecendo na minha frente.

🌻 Namorada De Aluguel 🌻Onde histórias criam vida. Descubra agora