• Capítulo Seis

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Katrinne

Acordo e percebo que Peter não está mais na cama e então vou para o banheiro fazer as minhas necessidades, assim que termino volto para o quarto e arrumo minhas roupas e escolho apenas uma blusa de frio preta com um short jeans da mesma cor e resolvi ficar com minha pantufa do Stitch, faço um delineado gatinho e passo um glós, depois jogando todo o meu cabelo para um lado.
Assim que termino de arrumar todas as minhas coisas eu dou uma volta pelo quarto para poder ver melhor, a cama de casal no meio do quarto com duas mesinhas de cabeceira, o chão é todo de carpete, a parede em que a cama fica encostada é toda de espelho e de frente para cama tem uma televisão, e de um lado da cama tem uma parede dividindo as portas que dão uma para o banheiro e a outra para o closet.
Termino de olhar o quarto e desço as escadas, não vejo ninguém a não ser Peter sentado no sofá sozinho com uma xícara na mão.
- Peter - o chamo.
- Ah, Kat, bom dia, como você dormiu? Está bem? - ele se levanta.
- Passei a noite muito bem obrigada, e está tudo bem sim, só estou morrendo de fome - falo chegando perto e me sentando ao lado dele - Onde está todo mundo? - pergunto.
- Estão todos sentados a mesa, eu não quis ficar lá com meu irmão, sem você lá eu não teria para quem olhar, espera você está de pantufa?
- Ah, que gracinha, estou sim, porque, não gostou?
- Olha pro meu pé querida, achei que eu fosse o único que ficava andando de pantufa de manhã - ele fala esticando os pés e ele está com uma pantufa simples, mas não deixa de ser uma pantufa.
- E acabar esfriando o meu pé logo de manhã? Não obrigada, prefiro passar vergonha a não ter meus pés quentinhos - rimos - então, vamos para mesa? Agora que eu estou aqui você tem para quem olhar, não é mesmo? - me levanto e estendo a mão para ele que logo a pega - mas você que tem que ir na frente, eu não conheço a casa.
- Então eu vou te apresentar antes de irmos para mesa, tudo bem?
- Eu vou amar - falo.
- Bom aqui é a sala.
A sala é bem grande, tem um sofá branco com almofadas nas cores cinza e marrom, uma mesa de centro marrom com algumas decorações nela e duas poltronas, o chão é totalmente de carpete igual ao quarto e o corredor que leva a escada que vai para o andar de cima, onde se encontra os quartos, o que da a entender que a casa toda é assim, tem um lustre enorme suspenso sobre a mesinha de centro.
Uma porta que leva a lavanderia e outra que leva para fora da casa que ele falou que vai me mostrar por último.
Depois de me mostrar a sala seguimos em um corredor que vai direto para a cozinha, que é muito fofa, é em tons de branco com marrom e tem algumas plantinhas espalhada.
A cozinha pelo menos tem o chão de mármore e não de carpete, a cozinha está toda arrumada e tem uma mulher de cabelos grisalhos e bem baixinha preparando alguma coisa no fogão.
- Berta, essa aqui é minha noiva, Katrinne - Peter fala.
- Olá senhorita Katrinne, como ela é linda Peterson.
- Me chame de Kat, Berta - falo.
- Ah sim, me desculpe, Kat - ela fala.
- Não tem problema querida.
- Agora tenho que leva-la estou mostrando a casa para ela - Peter fala e Berta sorri
- Apenas a parte que lhe interessa certo? Sala, cozinha, bar e quarto - Fala Berta e rimos.
Peter coloca a mão na curva entre minha coluna e minha bunda me direcionando a um quartinho quase escondido.
- E esse é o bar, o resto da casa você conhece depois.
Entramos em um lugar um pouco mais escuro com a luz mais amarelada, tem duas geladeiras cheia de bebidas e no bar sai uma luz que muda de cor a cada alguns segundos.
Assim que saímos do bar Peter pega minha mão.
- Preparada? - Ele pergunta.
- Preparada!! - Falo.
Ele me leva até a porta que disse ser o jardim que me apresentaria depois e a abre, vejo toda sua família lá inclusive Nathália e dois homens que eu não tinha visto antes.
A parte exterior da casa é linda, tem uma piscina e uma parte toda de grama onde está a mesa em que esta a família Grey.
Assim que Sophia me vê ela abre um sorriso enorme.
- Titia, titia, voxe acodo!! - Ela se levanta e vem até mim correndo.
Eu me abaixo e a pego no colo rodando com ela e todos na mesa nos olham.
- Me parece que eu perdi o meu papel de tio preferido né Sophi?
- Clalu ti não titio, voxe é o tio ela é a tia - Sophia fala.
- Que menina inteligente - eu falo olhando para ela.
- Vamos blincar titia?
- Você já comeu tudo meu amor? - eu falo.
- Não tô com fominha - ela fala passando a mão na barriguinha.
- Se você comer a titia vai brincar com você do que você quiser, mas tem que comer - eu falo.
- Tá - ela fala.
- Tá de brincadeira, nem eu consegui fazer essa criança comer tão rápido - Peter fala - Agora quem está com ciúmes sou eu!
Eu e a Sophi caímos na gargalhada e logo vamos para mesa.
- O que vocês tanto conversavam? - Zara pergunta.
- Eu prometi a Sophi que se ela comer tudo nós vamos brincar depois do café, não é princesa? - ela apenas balança a cabeça.
- Eu estou revoltado, nem eu consegui fazer ela comer tão rápido, acho que vou te devolver, quero mais não.
- Num vai naum titio, eu te vou te devolvi, e vou fica cum a titia - ela fala e todos a mesa riem, menos Nathália.
Eu olho para Peter que está né olhando torto de brincadeira e lhe dou um selinho.
- Está parecendo que a filha é de vocês e não minha - Sam fala.
- Ah, meu Deus, onde estão meus modos, o senhor deve ser o Jonathan, me desculpem mas essa garotinha aqui é muito sapeca, fico feliz em finalmente conhecer o pai do homem que eu amo - falo me voltando a um homem mais velho que estava a mesa.
- Não se preocupe querida, eu sei como minha neta pode ser, perspicaz - ele fala e todos rimos.
- E você deve ser o Phillipe - Falo me virando para um outro sentado a mesa.
- Exatamente, é irmãozinho, parabéns, você deu sorte - ele fala.
- Eu sei, graças a aquela chuva eu tinha que mudar a minha rota e acabar esbarrando nessa mulher incrível. - Peter fala.
- Me contem, como se conheceram - Samanttha fala.
Eu e Peter nos olhamos e sorrimos e ele acena para eu poder contar a história.
- Bom, em uma terça-feira eu vi o Peter sentado em uma calçada com uma garrafa de vodka na mão - paro e o olho e ele está meio confuso - Brincadeira gente - Todos olham para cara branca de Peter e depois caem na risada pela cara que ele fez - Eu estava saindo do shopping com um copo de café na mão e o Peter sendo o Peter passou por mim e esbarrou no meu braço derrubando o meu copo de café no chão, aí ele falou que só deixaria eu sair dali se caso eu deixasse ele me pagar outro café, nisso ele pegou meu número e aí saímos mais umas cinco a seis vezes até o tão esperado primeiro beijo, desde então não desgrudamos mais um do outro.
- Um verdadeiro clichê como ela mesma fala - completa Peter.
- Que gracinha - Hanna fala.
- E seus pai Katrinne, cadê eles - Nathália pergunta e logo a minha expressão de felicidade some e sinto uma lágrima descer por meu rosto.
- Perdão gente - falo me levantando da cadeira e saindo correndo.
- Eu falei que não era para perguntar sobre Nathália - Ouço Tom gritar.
- Katrinne - ouço a voz de Peter.
Vou para o quarto e fecho a porta não a tranco porque quero que Peter venha, quero que ele me abrace e fale que tudo já passou. Deito na cama e tudo o que eu sei é chorar, um choro alto e cheio de dor. Peter abre a porta e a fecha novamente e vem até mim e me dá o abraço que eu tanto esperava, apertado e com seu cheiro amadeirado.
- Você quer me falar o que aconteceu?
- Quero, mas por favor, não fala nada até eu terminar, tudo bem? Se não eu perco a coragem, eu nunca falei com ninguém sobre isso, mas eu sinto tanta confiança em seus braços. - Falo.
- Eu prometo gatinha, quando você estiver pronta.
- Eu comecei a namorar o irmão do Tom, o Caleb com 17 anos, ele no início era super atencioso, me dava presentes, chocolates, me levava para sair, íamos no cinema toda semana e sempre assistíamos os filmes que eu escolhia, ele sempre foi muito amoroso. Com seis meses de namoro ele foi começando a mudar, me proibia de usar algumas roupas, não podia falar com meus amigos, a gente parou de sair, eu não recebia mais presentes, ele começou a falar que eu estava feia e engordando e eu comecei a fazer dietas absurdas para estar magra por ele, ele me tocava sem minha permissão e falava que eu tinha que fazer porque ele era homem, e quem mandava na relação era ele, em uma dessas dietas eu parei de comer e até de beber água, não ingeria nada só um remédio de emagrecer sem prescrição médica, nessa mesma época ele começou a me bater, em uma dessas surras eu não aguentei e acabei desmaiando, ele achou que eu tinha morrido e me levou para o hospital alegando que eu estava fazendo dietas para tentar ser perfeita, assim que eu acordei ele estava lá, do lado da minha cama, vários jarros de flores por todo o quarto, ele me pediu desculpa, falou que ia mudar, falou que me amava e que não vivia sem mim - Começo a chorar descontroladamente e Peter me aperta mais em seus braços - Eu aceitei a voltar com ele, tudo ficou bem por uns três meses, ele voltou a ser perfeito e eu fiz meus 18 anos e fui morar com ele, desde então ele voltou a ser o homem que era antes, ele me batia e depois abusava de mim, ele ia trabalhar e me trancava em casa, até que um dia ele chegou em casa e deixou a porta destrancada enquanto tomava banho, e eu fui embora para casa dos meus pais, liguei pra ele e terminei tudo, ele aceitou na boa.
Paro e olho para Peter que também está chorando.
Então eu o coloco meu rosto em seu peito e o abraço o mais forte que eu posso e o vejo suspirando.
- Um ano havia se passado e eu não tive nenhuma notícia dele, comecei a namorar com um cara que era maravilhoso para mim, ele sim era um verdadeiro príncipe, no dia do meu aniversário de 19 anos eu recebi uma mensagem do Caleb, me desejando feliz aniversário, e que se eu não poderia ficar com ele não ficaria com ninguém, eu não levei aquela mensagem a sério e fui curtir minha festa de aniversário, a festa foi perfeita, tudo maravilhoso, no final o meu namorado ficou de levar meus pais e meu irmãozinho de 8 anos para cara, uns 20 minutos depois que eles saíram da festa me ligaram falando que meus pais meu irmão e meu namorado haviam falecido depois de um acidente de carro - me agarro a blusa de Peter - Eles não mereciam, eu deveria ter morrido ali naquele carro, a perícia descobriu que cortaram os freios do carro, do meu carro, o carro que eu iria embora, se eu tivesse lá dentro o meu irmão poderia ter se formado Peter, ele poderia ter tido uma vida, você entende? Mais ou menos uma semana depois eu recebi uma mensagem do Caleb me perguntando se eu havia gostado do presente, eu mostrei aos policiais que o acharam e o prenderam, ele ganhou 4 anos com domiciliar.
Me desmorono de vez na camisa de Peter e o abraço com força depois me desfaço do abraço e o olho.
- Você tá chorando! - Falo limpando seu rosto.
- Como tem um ser humano que tem coragem de fazer algo assim? O que ele tinha na cabeça, era só uma criança meu Deus - Peter fala.
- Obrigada - eu falo.
- Pelo que?
- Por me escutar, por me deixar falar, deixar desabafar, eu estava precisando.
Em um ato inesperado Peter me dá um selinho e minha língua pede passagem na sua boca e ele sede, nosso beijo vai ficando mais desesperado e cheio de desejo, a mão dele explora meu corpo e a minha ao dele, passo minha mão por dentro da sua camisa molhada e cheia de rímel e delineador - acabo rindo entre o beijo.
- O que foi? - ele pergunta.
- Vai ser difícil de tirar - falo apontando para sua camisa branca quase preta.
- Ah, não, é bem fácil - ele fala arrancando a blusa - eu não te falei.
Ele vem para cima de mim e volta a me beijar e vai me encostando na cama devagar.
- Eu estava falando da sujeira que eu fiz aí seu pervertido - Bato em seu braço - Ei, eu não quero fazer isso sem sentimentos, de novo não tá? Por favor, eu te beijo com maior gosto, mas não quero passar disso se caso não tiver sentimentos entre nós dois.
- Tudo bem, eu não vou passar do beijo - ele fala.
Assim que voltamos a nos beijar a porta é aberta e eu ouço a risada da Sophia.
- Titia, como voxe agenta esse peso todo? O titio é goido - Ela fala.
Peter sai de cima de mim e se levanta da cama correndo até Sophia que corre e vem até mim gritando.
- Pega eu titia - ela gargalha - pega eu...
Eu a pego no colo e a colo em cima da cama e a escondo dentro da coberta.
- Aqui ele não vai te achar - falo e pisco para Peter.
- Cadê essa garotinha? - Peter fala.
- Ele não tá me vendo titia - Sophi fala.
Peter então pula na cama e entra por baixo da coberta e eu o escuto cochichar com a Sophia e os dois saem da coberta com um sorriso sapeca.
- Porque eu acho que deu ruim pra mim? - pergunto.
Nenhum dos dois me respondem apenas pulam em mim me fazendo cosquinhas e eu começo a chorar de tanto rir até que os dois param e se jogam do meu lado na cama quando olhamos para a porta do quarto estavam todos lá nos olhando e rindo.

🌻 Namorada De Aluguel 🌻Onde histórias criam vida. Descubra agora