q u a t o r z e

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Imagens dos últimos minutos invadem a minha mente, as informações tentam se organizar mas estava tudo fora de eixo.

Observando ao meu redor percebo que definitivamente não estávamos na Universidade St. Louis, estávamos na calçada de um enorme prédio que eu poderia dizer pelas ruas e pelos trajes desatualizados — porém não tanto — que não se tratava de nossa atual realidade.

O barulho da cidade era exuberantemente alto, fazia tempo que eu não saia da universidade e ouvia isso.

Os dias de visita eram somente em datas especiais, e como meu pai ficava pelo campus na maioria das vezes, eu o acompanhava para que ele não ficasse sozinho.

Não que eu tenha algo pela qual valha a pena sair para fora daqueles muros.

— Por favor, diga para mim que apenas nos teletransportamos. Será um pouco fora do normal, mas será melhor de digerir, apenas pegamos um taxi ou o que quer que seja, até mesmo a droga de um avião se for preciso e voltamos para o campus. — desabafo para Archie mesmo sabendo que isso tinha um alto grau de mentira.

Archie me ignora, seus olhos varriam cada mínimo detalhe daquele prédio, da rua e das pessoas que agora apareceram.

—Não acho que qualquer transporte vá nos ajudar nesse momento. — ele diz me encarando com os seus olhos firmados nos meus.

Estremeço com sua afirmação.

Um casal passa por nós e não deixa mascarar suas expressões de desconforto com nossa presença no meio da calçada vestidos desse jeito.

Pude jurar que a mulher me lançou um olhar de nojo em minha direção ao olhar para o meu vestido.

Encaro ele tentando ver se havia algo errado, mas pelo menos na minha concepção eu estava normal.

Archie observa o casal se aproximar da porta do prédio em nossa frente, havia um segurança parado com uma lista em mãos onde provavelmente confirmava os nomes e os liberavam para entrar.

Olhei em direção a Archie rapidamente sabendo o que ele estava pensando

—Não.

Ele assente.

—Sim.

Balanço a cabeça repetidas vezes.

—Archie, não sabemos onde estamos muito menos em que ano estamos. Não podemos aproveitar para dar uma pausa e ir em uma festa! — afirmo sendo convincente em meu ponto.

Ele revira os seus olhos mostrando um pouco de sua falta de paciência e se aproxima de mim.

—Não estou querendo entrar para curtir, e sim para descobrir algo. Vamos ser sinceros, não será aqui fora que encontraremos respostas.

Ele estende sua mão para mim, como uma oferta para confiar nele. Eu não tinha muitas opções naquele momento, muito menos outra pessoa.

Archie era tudo o que eu tinha.

Desisto de lutar aquela batalha perdida e aceito sua mão.

Ele nos conduz até a porta e o segurança a abre para nós.

—Boa noite. — Archie diz educadamente e eu o sigo com um sorriso no rosto.

O segurança nos dá uma olhada, avaliando cuidadosamente. Suas bochechas ficam coradas quando ele olha para mim.

—Boa noite. — ele diz com um sorriso no rosto nos cumprimentando.

Archie leva seu braço até minha cintura e sorri para o homem. Seus braços em volta de mim já estava se tornando hábito no dia de hoje, perdi as contas de quantas vezes ele havia feito isso.

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