v i n t e

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Depois de uma caminhada consideravelmente longa pelos corredores da mansão, finalmente achamos a sala do pai de Archie.

Ele sabia onde ficava a central das câmeras, então destraiu alguns empregados para modificar a gravação dessa sala para mostrar as imagens do dia anterior.

A sala de Jimmy tinha um tamanho padrão, havia estantes com inúmeros livros e arquivos. Uma janela grande atrás de sua escrivaninha nos mostrava uma visão completa do jardim.

Archie caminhou focado até as gavetas da escrivaninha. Aproveitando essa deixa, fui até os arquivos vasculhar.

—Você sabe, descobriu algo, me conte. — digo alto o suficiente para ele escutar. — É assim que as coisas irão funcionar a partir de agora.

Ele levanta seu olhar até mim parecendo avaliar a situação, depois de segundos Archie assente.

—Fizemos um acordo, não fizemos? — diz como se fosse óbvio.

Sorrio de lado, finalmente feliz por ele estar sendo recíproco.

Volto a prestar atenção nas estantes e nos papéis, mas nada fazia sentido para mim. Poderia muito bem estar em grego que não faria diferença.

—Foi o que imaginei. — ouço Archie dizer e me viro para vê-lo com uma pasta em mãos.

Pisco para ele e vou até lá, seus olhos encontram os meus:

— A universidade está pronta, eles irão inaugurar em cerca de três meses. Aqui está alguns nomes de quem está por trás disso. — ele me conta e eu peço a pasta para ver com os meus próprios olhos os nomes.

—Meu avô está aqui. — digo ao ver o nome dele ali. — Conheço esses nomes também, eles ainda trabalham lá. Richard e Gary, são tipo empreendedores da St Louis, mas meu pai nunca se deu muito bem com eles. Teve sempre muito atrito entre eles, já teve brigas feias.

Archie morde seus lábios olhando para longe parecendo pensar melhor.

—Pense Sophie, nada é por acaso. Se estamos no ano em que a universidade foi inaugurada, quer dizer que algo não estava bom no presente.

Assinto.

—Será que eles pensaram em mudar algo, transformando isso em uma reação em cadeia para resolver o presente? — questiono.

Ele sorri.

—É, provavelmente.

Entrego a ele os arquivos sentindo suas expressões mudarem.

—Archie, por favor, não me diga o que eu acho que você me dirá. — digo a ele um pouco hesitante, percebendo suas intenções.

Ele põe o arquivo de volta na gaveta e seu olhar cruza com o meu. Archie parece pensar por um momento, mas logo conclui.

—Sinto muito Sophie, mas sim. Temo que teremos que ficar aqui até a inauguração acontecer.

Meu coração parece errar as batidas. Sinto minha boca secar.

Archie se aproxima de mim e põe sua mão em meu cotovelo.

—Ei. — ele me encoraja a olhar em seus olhos. — Você ficará bem, eu prometo. Nós ficaremos. Minha mãe não nos mandara embora, e durante esses meses podemos achar um jeito de voltar.

Mordo meu lábio inferior e me contráio.

Três meses.

Não verei Jack, nem Katie e muito menos meu pai.

Balanço a cabeça.

—Não sei se devemos, não dou mais a mínima para os problemas da St Louis. Eu só quero ir para casa.

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