Ladra? Quem disse?

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Gina encarava Saulo com um misto de desconfiança e orgulho.  Sim, ela havia dito que ele poderia ser o Professor, mas não era bem assim. Não era ele já que recebeu uma ameaça também e mais outras antes daquelas. Olhando as mensagens juntos, o grupo mais estranho da Bishop percebeu que as mensagens enviadas para Saulo viera antes da de todos eles. Fora exatamente cinco minutos depois do assassinato de Tyler.

- O que exatamente está acontecendo aqui? 

- Saulo não é o Professor. - Gina diz, pouco se importando com o olhar incrédulo de Saulo.

- Acharam que eu era ele? Como...

- Temos vários suspeitos, não fique emocionado. 

- Pare de ser inconveniente. 

- Realista - Gina morde a isca, mas o que ela poderia fazer? Era orgulhosa como o pai. - E sim, achamos que você era ele porque de nós, você é o mais suspeito. O que você sabe?

Saulo não responde. Parece mais incomodado do que nunca e isso deixou Gina com uma pontada de confiança para soltar mais farpas provocativas, mas Alice a interrompeu. 

- Se mentir fosse crime, todos nós estaríamos presos. 

A frase pairou, deixou tudo em silêncio. O primeiro a levantar foi Jonas, ele, Gina percebeu, estava sorrindo mais que antes e ela se sentia diferente na presença dele agora, era algo mais... Forte. Ela queria lhe falar isso, mas parecia impossível com ele cercado de amigos. E o momento nunca parecia ser apropriado. 

- Temos que ir para a aula. 

Todos saíram do dormitório de Alice e Gina. 

Outra pessoa também os viu sair.



Gina decidiu não ir diretamente para a escola. Foi ao Lowen's comprar um café forte, pois precisava para enfrentar o hoje. O dia em que encontraria seu pai no bosque, o mesmo em que se escondeu quando Luke quase morrera afogado, o mesmo em que, ela sabia, outros alunos já tinham ido para transar ou fumar.

- O que vai ser? 

Gina levantou o olhar e saiu dos seus devaneios para dar de cara com um novo funcionário. Ele é moreno, mais moreno que Sagan. Tem olhos escuros e lábios rosados, perfeitos. Gina encarou os lábios dele antes de falar seu pedido, mas o garoto também a encarava. Ela leu o crachá dele. Theo. Então ela soube exatamente quem ele era. 

- Ai meu...

- Como vai, caixa eletrônico? - O garoto riu. - Vou buscar seu café. Tente não furtar a caixa registradora. - Murmurou ele e saiu antes que Gina desse uma resposta a altura.

Ela tremia de tão nervosa que estava. Theo Wilson era apenas uma das vítimas do seu pai. Gina sabia a maioria das pessoas que caíra no golpe que seu pai dera, as famílias que perderam dinheiro, mas não o suficiente para ficar desconfortável. E havia famílias que perdera tudo que tinham e agora teriam que lutar para conseguir tudo de volta - Theo era uma dessas famílias.

O garoto voltou dois minutos depois. 

- Seu café. 

Gina estendeu o dinheiro para ele e o entregou. 

- Não precisa contar - Ela o interviu no meio do processo. - Está tudo certo.

Para a surpresa de ambos, Theo corou fortemente e gaguejou ao dizer:

- É uma mania. Comecei a trabalhar há pouco. Faço sempre.

Gina não disse mais nada, achou que não poderia, mas sua mente rodou quando ela percebeu que Theo estava quase para matá-la com o olhar. Ele havia sofrido, ela sabia, a familia perdera tudo do dia para noite e agora sabe-se lá como poderiam se reerguer. Gina não era uma boa samaritana, mas poderia pelo menos fazer algo que seus pais não fizeram. Ela gostaria disso. Ela o fez.

The PerfectionistsOnde histórias criam vida. Descubra agora