Parte II
Ascensão: Início
Incerteza ou não, ele já havia feito uma escolha. Não existia mais volta. Era sua escolha e, futuramente, sua consequência. No entanto, colocou em sua mente que era necessário para obter o poder que desejava. Não importava os meios.
Em meio há um lugar desconhecido, Percy Jackson pensava no futuro; seu futuro. Ele não percebeu que já não pisava na terra avermelhada do Tártaro, apesar do cheiro ser parecido. – Um gemido involuntário escapou de sua boca. E, olhando para suas próprias roupas esfarrapadas, lembrou-se da ferida que não havia sido curada.
Se eu não fosse um deus, certamente teria morrido. – riu sem humor não acreditando em sua própria sorte. Os deuses quase tiveram sua grandiosa vitória ao livrar-se dele de uma vez por todas. – Porém, à uma pessoa que não me deixaria morrer. Não é mesmo, Caos?
Falando em sua própria mente, virou-se para encarar o Ser presente atrás de si ignorando a dor que sentia. E era verdade que ele poderia não estar presente, mas estaria ouvindo seus pensamentos em algum lugar. Se não estivesse, quem poderia lhe julgar?
— Temos um acordo. E eu preciso de você vivo para concluir. — respondeu com um toque de diversão.
— E em quanto tempo eu termino? — era uma pergunta simples. Mas ainda sim o antigo herói queria uma resposta.
— Esqueça sobre a Terra Perseu. — Caos falou sério entendendo a pergunta do seu atual aprendiz. No entanto, era dupla o sentido de suas palavras. — Cada lugar que lhe levarei haverá suas próprias peculiaridades. Nada igual a Terra, eu garanto.
— Caos. — foi a única fala do herói ao continuar observando o rei dos primordiais. E após um minuto de silêncio, concluiu sua frase: — Se você quer que eu esqueça, me faça esquecer daquele maldito planeta. – falou altamente demonstrando sua insatisfação e quando terminou, estava ofegante.
Assim como uma promessa cumprida, que já não precisava de atenção, Percy Jackson afastava de suas origens.
Na verdade, ele repudiava seu planeta natal.
Eu jamais me esquecerei da humilhação sofrida. Não voltarei para aquele lugar e, caso eu volte, juro que pagaria na mesma moeda. – não era raiva ou ódio, mas algo ainda mais profundo: a quebra de sua moral, a lealdade.
Observando o herói, Caos ficou confuso com as expressões do seu aprendiz. Deveria haver resto de humanidade nele? Ou seria lento esse desapego?
Mas realmente a pergunta que não saia de sua mente era: O que Tanâtos fez? – Porém, o descontentamento ganhou espaço ao prestar mais atenção no antigo herói. Caos percebeu que teria uma longa jornada ao tirar o ódio que esse imortal sem humanidade tinha no coração. E a resposta da sua pergunta foi meio respondida:
Tanâtos havia lhe dado um trabalho chato e cansativo ao escolher retirar a humanidade do deus menor dos mares. O criador do universo jurou algum dia perguntar o motivo.
— Você é o Guardião-Mor da Terra. Não se esqueça. — disse em lembrete e recebendo o silêncio como resposta. Suspirando de leve, Caos mudou de assunto: — Nesse planeta, você aprenderá sobre equilíbrio.
A mente do filho de Poseidon parou na palavra planeta. – Analisou tudo ao redor com confusão. Percy prestou com atenção ao lugar que estava pela primeira vez. E certamente nunca se esqueceria.
As estranhas árvores roxas pareciam ser bem saudáveis à sua percepção. Os frutos negros pareciam quase idênticos ao caule e o chão parecia ter sido queimado. Talvez ele ficasse com medo do lugar que havia sido jogado, mas não possuía sentimentos profundos dentro de si ou não se importava o suficiente. – Percy Jackson olhou ao redor em busca de uma saída, mas só havia mais árvores tapando o caminho. Ou ele estaria realmente preso?
De repente, sua mente já não conseguia raciocinar. E na penumbra da noite sua pele ficou pálida e seca. – Piscou algumas vezes tentando ignorar sua visão embaçada, mas sem sucesso. Percy tocou com tremor em sua roupa rasgada e travou ao senti-la pingando em seu sangue vermelho escuro.
Olhou para seu mentor com um rosto abatido e frágil.
— Terei muito tempo para fazer você entrar nos eixos Perseu. Por enquanto, descanse. — foi tudo o que o filho de Poseidon ouviu, contudo, tinha certeza da calmaria nessas palavras. E assim, entregou-se para a escuridão total. Também havia sido a última coisa que Caos falou enquanto via seu aprendiz perder seus sentidos e quase cair no chão. – Com um aceno nas mãos, o herói adormecido flutuava.
Eu não disse antes, mas, bem-vindo as Ilhas Sombrias.
Notas:
Olá pessoas! Estou de volta! – mentira, não vou voltar por agora. Porém, quero deixar essa introdução como um prólogo da segunda parte. Pode mudar? Sim, mas essa é a idéia que quero passar como o final de um ciclo para começar outro.
Estão aninados para segunda parte?
Em breve posto mais um cap como sinal de que não abandonarei a história.
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Percy Jackson: Ascenção Dos Co-primordiais
FanfictionApós Percy Jackson ser traído, esquecido e humilhado, uma proposta irrecusável aparece em sua frente. E, mesmo não sabendo sobre as verdadeiras intenções de seu suposto salvador, o antigo herói aceita o acordo. Cinco mil anos depois ele retorna a c...