Capítulo 8

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                          Audrey

Decidi ir à casa de Jackson pela noite e acabei raspando o cabelo dele. 

Mas antes que pensem que o fiz como uma forma de torturá-lo, queria dizer que ele mesmo me pediu. Nós não sabíamos muito bem o que fazer com seus fios alaranjados, então, raspar tudo foi a melhor forma de solucionar o problema. 

Não poderia dizer que Jake havia ficado bonito com uma careca a qual brilhava com a luz, mas definitivamente ficava melhor sem o cabelo laranja.

Sempre gostei de cabelo ruivo, entretanto, não era uma cor que combinava com meu namorado. 

Passei a noite lá, mas nós não conversamos muito, pois dei a desculpa de estar com enxaqueca. A preocupação dele partiu meu coração em pedaços.  Jackson fez o que pôde para me ver bem e confortável, enquanto eu fazia o possível para focar no momento e esquecer a minha tarde com Casey, o que me fez sentir dor de cabeça de verdade. No final de tudo, não foi uma mentira completa. A enxaqueca veio com tudo e eu quase chorei de dor. 

A segunda-feira chegou e eu me deparei com uma cena estranha no colégio, enquanto caminhava pelo gramado do instituto, mais uma vez atrasada para a aula, observei duas pessoas tentando pular o muro, sendo que uma delas se parecia muito com a Julia. 

Franzi o cenho, estreitando os olhos enquanto cruzava os braços contra o peito, sem conseguir entender o que estava acontecendo ali. Julia não era de faltar aula, tampouco o faria com um bolsista, uma vez que  estava claro que ela não ia muito com a cara deles. 

Cheguei na sala e não a encontrei. Acabei contando para Jake a cena presenciada lá fora.  Ele riu de mim, afirmando o quanto aquela situação era improvável. 

Falei até com Michael, mas ele não me deu ouvidos, e deixou claro que os dois não se falavam há dois dias, de modo que pouco se importava com o que ela fazia ou deixava de fazer. 

Bom, deveria ser uma pessoa muito parecida. 

Decidi passar o intervalo na biblioteca, não porque estava interessada em estudar, mas sim porque me sentia meio cansada para interações sociais. 

Antes de entrar no local, Casey estava parado na porta ao lado de Marina. Ela ria, inclinando o corpo para próximo dele, enquanto jogava o cabelo de um lado ao outro, como se estivesse flertando. 

Não observei muito para prestar atenção na postura de Casey e saber se ele correspondia ao flerte, mas aquela cena em si foi o suficiente para me deixar enciumada. 

Passei pelos dois, que mal notaram minha presença, e sentei na última cadeira, bem lá no fundo, enquanto tirava um livro de física da mochila e folheava as páginas, fingindo estar concentrada. 

Casey sentou-se ao meu lado alguns minutos depois, e quando eu levantei a cabeça para encará-lo, ele já estava olhando na minha direção. 

Passei o olhar rapidamente pela biblioteca. Nada de Marina. 

— Oi. - Decidi quebrar o silêncio. 

— Oi. - Ele sorriu. - Você não respondeu minhas mensagens. 

— Ah, eu estava ocupada… - Tentei inventar uma desculpa, mas nada parecia relevante o suficiente para o meu tempo estar tão curto ao ponto de não poder responder algumas mensagens.. - Física e tudo mais. - Apontei pro livro à minha frente.  

Casey assentiu, endireitando-se na cadeira. Parecia pensativo. 

— Compreensível. - Ele riu sem humor, fazendo com que eu me sentisse mal. 

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