Capítulo 10

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- Jackson, sai de cima dele! - Eu gritei, enquanto Jackson e Casey rolavam no chão em uma briga ridícula.

Jackson conseguiu ficar por cima de Casey, desferindo socos em seu rosto, que me fizeram gritar à medida que eu corria na direção dos dois, agarrando a camisa do meu ex-namorado e tentando puxá-lo dali, mas ele era mais forte que eu, e estava tão transtornado que nem parecia notar minha presença.

Em pouco tempo, formou-se uma aglomeração em volta de nós. As pessoas olhavam curiosas, e logo dois rostos conhecidos saíram no meio da multidão: Alex e Julia.

Alex conseguiu tirar Jackson de cima dele, o empurrando para longe da sua vítima, e então, sussurrou algo em seu ouvido. Acho que pediu para que fosse embora, porque Jackson deu o fora logo depois.

Me ajoelhei ao lado de Casey, minhas mãos tocaram seu rosto machucado, e eu tentava fazer isso com a maior delicadeza do mundo, uma vez que tinha medo de machucá-lo, mas mesmo assim o garoto gemeu de dor quando encostei em sua pele ferida.

- Você está bem? - O tom de preocupação era evidente em minha voz.

- Sim... - Mentiu, se levantando com um pouco de dificuldade. Era óbvio que não estava.

- Cara, o Jackson pirou. - Disse Julia, que nunca usava cara como gíria. Provavelmente pegou a mania de Alex, pois o garoto possuía o hábito de usar a palavra em todas as suas frases. - Eu nunca vi ele fazer uma coisa dessas. - Ela olhou para Casey, os olhos tão arregalados que parecia ter visto um fantasma.

- Agora ele faz, aparentemente. - Casey disse, meio ranzinza, e Julia pareceu ofendida com o fora, mas eu achei compreensível. Também estaria puta da vida se tivesse acabado de levar porrada de um maluco.

- Vamos embora daqui. - Foi a vez de Alex falar, tirando as chaves de seu carro do bolso ao mesmo tempo que girava os calcanhares e caminhava para o outro lado do estacionamento. O seguimos igual três pintinhos atrás de sua mãe. Acho que nós nos sentíamos desnorteados demais para tomar qualquer atitude por si só, e acabamos precisando de alguém para guiar a gente.

Até Julia, conhecida por ter o espírito de liderança bem acentuado não estava tomando decisões pelo grupo.

Entramos no carro de Alex em silêncio, e eu fiz uma cara de nojo, porque o carro dele fedia muito. Tinha pacotes de biscoito largados por toda parte, além uma caixa de pizza no banco da frente, que estava pela metade e parecia ter sido deixada lá há dias.

- Alex, você é nojento. - Julia foi a primeira a falar.

- Por favor, não reparem na bagunça. Não sou muito de receber visitas. - Ele debochou, e então, pegou uma fatia de pizza e a aproximou do rosto de Julia, fingindo que iria esfregar a comida no seu rosto. Ela gritou, me empurrando para o lado em uma tentativa de se afastar do perigo, de modo que fiquei espremida entre Julia e Casey por alguns segundos.

Depois, Alex fingiu que ia comer aquela coisa. Nós todos gritamos um "não" em uníssono, arrancando boas gargalhadas do garoto, que logo depois largou a pizza onde estava e começou a dirigir tranquilamente, como se não tivesse acabado de aterrorizar a gente.

......

A casa de Alex era bem menor do que a casa de Casey, e assim como o seu carro, era bem bagunçada.

Havia garrafas vazias de cerveja espalhada por todos os cantos, assim como pacotes de biscoito pela metade.

Dei um passo para frente, pisando em um pedaço de Cheetos jogado no chão. Eu gritei de primeira, pois achei que tinha pisado em um rato ou algo do tipo, mas relaxei quando vi que não tinha destroçado nenhum ser vivo.

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