De ódio empáfio, me embrulha
as vísceras de ingratidão.
Se não me dizes mirífico,
condena-te à solidão.
Parasita se orgulha
da própria desilusão.
Nutre-se da tolerância
que tiro do coração.
Bendito aquele que engole
o falar mal do cortês.
Em prol do próprio viver:
eis o quieto freguês.
Esperto é quem se cala
diante do hospedeiro.
Quem consente com seu grito
e o digere por inteiro.
O verme, sem lucidez
vive de seu devaneio.
presente é calar-se,
(não obstinar o que semeio).
Porque a vida é difícil
para quem come silêncio.
Quem afoga-se na falta
de revelar seu suplício.
E condenado a extinguir-se
é aquele que reclama
pois parasita que fala
é indigno da própria cama.

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Martírio
PoetryBoas vindas ao Martírio, uma viagem adentro das piores emoções humanas. Atente-se ao pôr-do-sol das aparências - aqui não fingimos prudência ou moralidade -, quando a noite cai, a encaramos e a enfrentamos sem medo. Quando as luzes se apagam, a verd...