My Romeo

•°T w e n t y O n e°•

•Narrado por Eunji•

Youra me acorda calmamente, eu olho ao redor identificando o local em que me encontro. O céu se encontra enegrecido e salpicado por pontos luminosos formando constelações, ao meu lado o garoto de cabelos negros se remexe. Eu o encaro admirada de sua beleza, com certo receio levo minha mão a sua face a acariciando com delicadeza. Jun abre calma e lentamente os olhos, nossos olhares se encontram e me sinto presa a ele sem poder desviar de sua atenção, ambos estamos hipnotizados um pelo outro ignorando qualquer outra presença existente no local. O maior levanta e se senta com certa dificuldade, ele brevemente solta um suspiro desviando seu olhar do meu.

— Já está tarde, temos que ir. — diz Youra com a cesta branca de piquenique em mãos.

— Certo. — digo a garota.

Eu me levanto juntamente de Jun, a garota se abaixa recolhendo o forro tingido de amarelo. Estou distraída observando a mesma quando repentinamente maior ao meu lado me puxa para um abraço apertado, ele deposita um selar no topo de minha cabeça enquanto acaricia meus cabelos. Posso ouvir seus batimentos cardíacos levemente acelerados e me pergunto se ele pode ouvir meu coração que bate forte por nossa proximidade. Quebrando o abraço, o garoto segura meu rosto em suas mãos, ele examina calmamente minha expressão, afasta um pouco a franja de meus olhos a arrumando e repentinamente inclina seu rosto sobre o meu. Para a surpresa de todos, Jun sela nossos lábios em um selinho demorado.

A ação inesperada me choca mas fecho os olhos apreciando seus lábios macios sobre os meus. Ao afastarmos do beijo, o garoto me abraça novamente. Meu coração acelera mais do que o devido assim como o do maior, sinto o rubor tomar minha face. A garota que nos observa com a boca coberta pela mão esquerda, pisca algumas vezes tentando — assim como eu — processar o que acabara de acontecer. Youra limpa a garganta e caminha até seu cavalo, ela rapidamente monta no animal. Jun separa nosso abraço e novamente rouba um beijo meu, ao notar minha surpresa ele sorri e se aproximando mais, sussurra para mim:

— Perdão, eu não resisti mas você não me impediu então creio que tenha gostado.

— Se eu disser que não gostei estarei mentindo, gosto de sua audácia. — ele sorri.

— Bom saber disso.

Eu caminho até meu cavalo e monto no mesmo, o garoto acompanha cada um de meus movimentos fixamente. Ele assobia para seu cavalo que se aproxima dele, o garoto monta no animal e galopa para perto de nós.

— Irei acompanhar vocês, está tarde e pode ser perigoso.

— Jun, você não está com condições de — o garoto a interrompe.

— Não tente me contrariar. Vamos. — ele diz tomando a frente.

Depois de um bom tempo galopando, nós chegamos até a capital de meu reino. Já próximos aos portões do pátio de meu palácio, Jun se despede de nós agradecendo pela boa companhia. Observo atentamente o garoto se afastar e parto em direção ao celeiro após sua silhueta desaparecer em meio a escuridão. Desço de forma ágil de meu cavalo e o guio até sua acomodação após retirar os equipamentos de montaria que estavam no animal, Youra faz o mesmo. Eu caminho para fora do celeiro e fico a espera da garota de cabelos curtos, não demora muito para sua silhueta aparecer ao meu lado. Me apoio ao batente da grande porta para apreciar a noite, um longo suspiro escapa ligeiramente de meus lábios.

— Confesso que fiquei surpresa com a atitude do príncipe. — ela diz quebrando o silêncio.

— Também fiquei, não esperava por aquilo.

— Vocês definitivamente criaram uma proximidade muito boa e em muito pouco tempo. Como isso aconteceu?

— Não faço a menor ideia mas algo me diz que você colaborou com isso.

— Vocês formam um belo casal. Como são os lábios dele? — ela questiona animada, um sorriso presente nos lábios.

— Não podemos nos tornar um casal, é perigoso demais. Isso não deve ir além de uma amizade e respondendo sua pergunta, os lábios dele são bastante macios. Uma pena eu não ter os explorado mais. — digo em tom brincalhão para a mesma que ri um pouco surpresa.

— Princesa!

— Estou brincando, Youra!

— Apoio vocês! — rimos juntas.

— O que fazem aqui, belas damas? — ouço a voz de meu irmão irromper em meio às nossas risadas juntamente com suas passadas largas. Ele caminha até mim e me abraça firmemente.

— Acabamos de chegar de um piquenique que realizamos esta tarde. Como foi no conselho? — questiono a ele.

— Conversamos disso mais tarde, por agora eu quero apenas te acompanhar em um jantar. Imaginei que você pudesse chegar tarde e por isso pedi para que preparassem um jantar a parte para nós dois.

— Obrigada mas se não se importa, eu gostaria de tomar um  banho primeiro.

— Certo, te acompanho.

— Está dispensada. — digo a garota que assente.

Meu irmão e eu caminhamos até meu quarto de mãos dadas, ao adentrar ao mesmo noto a presença de minha antiga criada. Encaro Chan de imediato, ele sorri para mim e com um aceno de cabeça dispensa a mulher. Ela se reverencia e sai em seguida. Me viro para encarar meu irmão, sorrio para ele e passo meus braços por volta de seu pescoço deixando carícias no local, de imediato, sinto suas mãos quente em minha cintura.

— O que andou aprontando? — o questiono.

— Nada, meu bem. Só quero que você relaxe. Vá tomar seu banho, pedi para a criada preparar para você.

— Obrigada! — caminho até o banheiro onde minha banheira se encontra preenchida por água morna, retiro minhas vestes e entro na mesma. Sinto de imediato meus músculos relaxarem com o toque suave do líquido.

Não demoro muito para terminar meu banho e surgir de roupão em meu quarto. Chan sai de meu closet com um par de roupas dobradas em mãos, ele caminha até mim e me entrega as vestes depois se vira para que eu me vista. Depois de alguns poucos minutos já estou vestida no conjunto de moletom branco que ele separou para mim, com uma toalha seco um pouco meus cabelos úmidos. Depois de deixar minha toalha e o roupão no banheiro, caminho até meu irmão que me espera na porta do quarto, de mãos dadas, ele me guia até a sala de jantar onde a bela mesa feita a ouro está disposta. Com cavalheirismo, Chan puxa uma das cadeiras laterais da mesa para que eu me sente, assim o faço e observo o garoto sentar-se a minha frente.