Helena’s POV
Quem me conhece sabe que eu não sou de beber, na realidade eu quase não faço. Por isso que o álcool me pega rapidamente, lutar contra o desejo era algo muito difícil, principalmente quando você está convivendo o motivo em pessoa 24 horas por dia. As coisas estão acontecendo tão rápido, sinto que estou perdendo totalmente o controle dessa situação, e a prova disso é a minha postura diante do loiro de 1 metro e 86 centímetros de altura, Zabdiel era como se fosse a minha kriptonita, pois toda vez em que ele se aproximava eu perdia totalmente as minhas forças e o meu auto controle, mesmo tendo consciência de tudo o que está em jogo. Sentir aqueles lábios quentes e macios de Zabdiel tocando os meus, me levava diretamente para o céu e ali era apenas nós dois, me esquecia do mundo e das pessoas em sua volta.
Mas ao voltar para a realidade, uma angustia tomava conta de mim, precisava tomar uma decisão e ser firme, independentemente do quão vulnerável eu possa estar. Mas para isso acontecer, era preciso estar sóbria, coisa que eu não estou no momento. Me sento na poltrona no mesmo lugar onde havíamos nos encontrado no começo da noite, e ao me aproximar vejo Becky e Christopher aos beijos, me encontro tão confusa e triste ao mesmo tempo que não me importo em ficar de vela para os dois pombinhos, torço para que eles não sintam minha presença ali, o que é praticamente impossível. Me sento de frente a Christopher e Becky, cruzo os meus braços em cima da mesma e apoio a minha cabeça fechando os olhos, torcendo para que tudo isso não passasse de um sonho ou de um delírio, mas imediatamente ouço me chamarem
- Ei, o que aconteceu? – Disse Becky com a mão entrelaçadas ao de Christopher
- Desculpa por atrapalhar o romance de vocês, podem continuar se beijando. Finjam que eu não estou aqui, que eu vou fingir que não vi nada – Disse elevando minha cabeça para os verem, e assim que acabo de pronunciar a ultima palavra abaixo minha cabeça novamente
- Isso é impossível – Disse Christopher
- CHRIS! – Becky o repreendeu no mesmo instante
- Ah, me desculpa. Saiu sem querer – Lamentou Chris
- Está tudo bem – O respondi ainda de cabeça baixa
- Agora conta, o que aconteceu? – Becky insistiu
- Nada – Tentei não os encher com os meus problemas
- Como nada? Você saiu pra dançar e volta assim? Fala, a gente pode te ajudar – Christopher insistiu
- Helena, acho que precisamos conversar! – A voz do Zabdiel se fez presente, imediatamente levantei minha cabeça para olha-lo
- Ele aconteceu, Chris – Becky disse olhando para o Zabdiel
- Do que você está falando? – Zabdiel parecia confuso
- Nada bro, vamos dançar Becky – Christopher se retira com Becky
- Posso? – Zabdiel apontou para o lugar ao meu lado e eu assenti
Estava vivendo um conflito interno muito grande, e tudo o que eu queria no momento era os colos dos meus pais, como uma criança pedindo carinho. Sentia tanta falta deles, mas as vezes precisamos fazer alguns sacrifícios na vida, no meu caso, farei dois, um era estar longe da minha família para que eu possa crescer profissionalmente, por mais que fosse temporário. E o segundo, era renunciar ao Zabdiel, e ao renuncia-lo, automaticamente estarei renunciando a esse sentimento que ainda não sei distinguir o que é, mas precisava mata-lo o quanto antes para o meu próprio bem.
Olhando para a situação de Becky e Christopher, me questiono como eles lidam tão bem com isso? Como Becky consegue se envolver há tanto tempo com uma pessoa e não sentir nada por ela? Como ela pode não sentir ciúme quando ver alguma notícia do Christopher com outra mulher? Na verdade, ela está certa e eu queria poder ser assim, mas antes mesmo de acontecer o primeiro beijo entre mim e o porto riquenho, já me encontrava completamente vulnerável, algo que nunca aconteceu comigo e que eu não deveria ter permitido que isso continuasse.
Zabdiel tentou conversar sobre o que havia acabado de acontecer, mas eu não queria continuar no assunto e então pedi educadamente para que ele parasse e que me deixasse sozinha, obvio que ele não entendeu a minha postura depois do ocorrido e eu não esperava que ele compreendesse, afinal, eu que comecei e parei. Não quero brincar com ele, sei que uma hora a paciência do Zabdiel vai acabar, mas não posso me permitir viver o que eu tanto desejo e não quero brincar com o meu coração, isso não poderia continuar acontecendo, e o fim será a melhor maneira de me proteger, mesmo que para isso precise andar na contra mão do coração.
Todos ficaram dançando na discoteca que havia no local, enquanto eu afogava minhas mágoas com cervejas, tequilas e Whisky
Na manhã seguinte
Me desperto na manhã do dia seguinte com o despertador do celular tocando em cima do criado mudo, olhei para a tela que marcava 07:00 da manhã. Minha cabeça doía tanto que mal conseguia abrir os olhos, mas ao abri-los imediatamente começo a fazer um raio x por todo o quarto e percebo que esse não era meu quarto onde estava hospedada, ao olhar para o lado da cama vejo que estava bagunçada, como se alguém tivesse dormido ao meu lado, olho para o meu corpo que estava coberto por um lençol e imediatamente o olho por de baixo dele para ver como estava a minha situação, e graças a Deus eu estava vestida com a mesma roupa da noite anterior e isso significava que não havia acontecido nada, ufa! Mas aonde eu estava? Com quem eu passei a noite? Como eu vim parar aqui? Me sento na cama ainda com minha cabeça dolorida e ao olhar para o chão vejo os meus saltos ao lado da cama, seguido por um par de tênis.
Foi ai que eu tive a brilhante ideia de apertar o botão do celular estava em cima do criado mudo, para que eu pudesse então liga-lo, na esperança de ver a foto do dono para assim tentar me recordar do que aconteceu e de como cheguei até aqui. E antes mesmo que eu conseguisse apertar o botão, ouço uma voz familiar
- Bom dia, pedi um café forte para você. Acho que você vai precisar
Ao olhar na direção daquela voz, o meu coração disparou imediatamente. Zabdiel tinha acabado de sair do banheiro e estava com o seu corpo e seu cabelo ainda um pouco molhado, coberto somente por uma toalha branca que estava em sua cintura. Zabdiel estava com outra toalha, um pouco menor, secando seus lindos cabelos loiros, confesso que eu não sabia como agir diante dessa situação, ao mesmo tempo que eu gostaria de correr para os seus braços, beijar os seus lábios e sentir seu corpo junto ao meu, também queria sair correndo daqui. Não conseguia pronunciar uma única palavra diante daquela imagem que estava bem na minha frente, e Zabdiel percebeu e tentou quebrar o clima
- Vim pegar a minha roupa, já vou para o banheiro me trocar – Zabdiel se direcionou ao closet
- Bom, bom dia Zabdiel - Disse ainda tentando me recompor – Tudo bem, mas como eu vim parar aqui? O que aconteceu essa noite entre eu e você? Não consigo me lembrar de nada, e...
- Ei, calma. Ontem à noite você bebeu demais, te acompanhei até a porta do seu quarto e você não estava encontrando a chave de acesso ao seu quarto. Então você me pediu para dormir essa noite em meu quarto, fou só isso. – Zabdiel se pronunciou diante de mim
- Meu Deus, eu passei vergonha, obrigada Zabdiel – Disse colocando minha mão sob minha cabeça
- De nada, fica tranquila que nada mais acontecerá entre nós – Zabdiel disse entrando no banheiro para trocar de roupa
Não me recordo do que eu disse à ele ontem à noite, mas essas palavras de Zabdiel soaram com muita mágoa, pude sentir meu coração apertado, triste, ao ouvir as palavras ditas pelo loiro, por mais que manter a distância fosse a coisa correta a se fazer.
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Eres tú (CONCLUÍDO)
Fanfiction"Aquele beijo, o nosso primeiro beijo, era uma promessa de tudo que estava por vir." Zabdiel tem 22 anos, cantor, tentava aproveitar ao máximo a sua liberdade e sua fama. Helena tem 25 anos, linda e inteligente. Formada em fotografia, trabalha desd...