3

19K 1.8K 797
                                    

CAPÍTULO TRÊS
ORFANATO SAINT-OMER

CAPÍTULO TRÊSORFANATO SAINT-OMER

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

SER LEVADA PARA um orfanato era de longe uma das ideias de Rose e como diz o ditado trouxa "nem tudo são flores". Lá era o lugar mais desconfortável em que ela já estivera, não só por ter mofos, aranhas e ser totalmente decadente e um tanto quanto fora de moda, sejamos sinceros, aquelas paredes roxo berrante são lastimáveis.

No primeiro dia, tentou com toda sua força, admitir para seu subconsciente que na verdade aquilo era um grande hotel cinco estrelas, cheio de luxo, mas logo após comer a comida de lá, toda esperança esvaiu-se pelo vaso, junto com toda comida. Rose não queria muito fazer amigos naquele lugar, nenhuma das meninas  pareciam-se com ela, além do fato de serem órfãs, brincadeiras à parte. Logo seus dias ficarão muito solitários, o que de modo algum a incomodava, na solidão podia pôr em ordem seus muito pensamentos. As irmãs dividem os quartos de uma maneira muito legal, vejam: Todas meninas em um só quarto, simples. A cama era muitíssimo parecida com as de hospital, não, não, as de hospital são mais confortáveis.

A rotina dela era geralmente assim: acordar, arrumar o quarto, tomar café reforçado pois não tem almoço, ter aulas com a professora Eleonora, uma mulher rechonchuda e mau-humorada, ter aulas de etiqueta e dança e a noite limpar os banheiros e só depois jantar e dormir. Rose odeia monotonia, ela não curte muito regras, mas em sua cabeça, caso fizesse tudo direito, iria reencontrar sua tia logo, logo. Então essa chata rotina repetia-se todos os dias, às vezes pegava-se pensando em como e onde estará sua madrinha, ela sentia saudade? Se preocupava com Rose? Lembrava-se ao menos do rosto dela? Diana lembrava-se dela todos os dias e noites, seu coração estava pesado e apertado, mas de nada poderia fazer, assuntos importantes estão em jogo, que futuramente não terão mais importância.

Posso dizer que a nossa doce Rose não tinha mais ânimo para nem ao menos sonhar, era tão exaustivo estar só. O trabalho pesado que a irmã Violet passava nem era mais tão pesado, passava o tempo e os calos nas mãos não a incomodava mais, era angustiante o ponto em que ela chegou. Nunca foi de comemorar seu aniversário, então eles passavam sem nem serem notados. De vez em quando o que lhe dava ânimo, era aprontar com as meninas e com as irmãs.

Era uma tarde fresca na França, as pessoas saíam para comprar os pães fresquinhos e quentes que saíam do forno, as crianças voltavam para casa após brincarem na rua, as pessoas voltavam exaustas do trabalho e Rose Potter subia a caixa de água com corante rosa em um saquinho. O que ela está fazendo aí? Foi que ela se perguntou após ter ganhado o castigo. A cada degrau da escada em que punha seu pé, sentia seu estômago se contorcendo, "calma Rose, respira. Você é uma guerreira ou um saco de batatas?" repetia mentalmente.

A caixa d'água tinha no mínimo dez metros de altura, era toda revestida em tinta azul. Chegado o último degrau, Rose olhou para baixo e sentiu o arrependimento batendo tão forte que quase caiu "vai valer a pena". Subiu em uma escadinha que tinha apoiada na caixa e abriu um pouco a tampa. Obviamente, dentro de uma caixa d'água, tinha água, mas Rose esqueceu desse detalhe e quase desmaiou de medo ao ver a profundidade do local, sim, ela tem medo de água. Tomou fôlego e abriu o saquinho, quase que desesperadamente, pois o sol já estava se pondo e aquilo seria pior a noite. Sem muita calma despejou todo conteúdo rosa dentro da água e sorriu marotamente ao ver a cor andando por toda água que antes era translúcida, agora está rosa forte "Só sucesso" pensava ao descer os degraus. Abriu a porta da cozinha e todas meninas estavam lá, retirando os aventais e preparando-se para tomar banho.

- Estava fazendo o que lá fora?- Irmã Cássia disse ranzinza.

- Olhando o céu- Disse sorrindo e passando a mão sob as vestes amassadas.

- Não me parece verdade- Liv, uma menina magricela e com aparelho disse com as mãos na cintura.

- Verdade é muita coisa...sabia que os filósofos acreditam que- Rose começou a filosofar e a Irmã já perdendo a paciência, disse:

- Para o banho, todas!

Ah, o banho....era isso que iria fazer o dia de Rose feliz. Sim, meus caros, ela queria ver todas de caras, corpo e cabelos rosas e o circo dos horrores ia ser muito aproveitado por ela. A menina acabou ficando por último como sempre, e milagrosamente essa casa tinha mais de um banheiro, e para equilibrar, não tinha espelho, logo não poderiam se enxergar, a não ser que fossem no espelho do quarto. Rose iria tomar banho como todas as outras, seria muito óbvio se só ela não estivesse rosa também. A cada menina que saia do banheiro com a cara rosa, ela segurava com total força a vontade de rir.

- Tá rindo de que palhaça?- Angelica disse secando o cabelo.

- Lembrei de uma piada, apenas- Rose disse simples e entrou no banheiro.

A cada vez que a água caia sobre seu corpo, perguntava-se "como essas meninas não repararam na cor da água?" terminou o banho sorrindo que nem uma boba e quando abriu a porta do banheiro, todas pessoas do orfanato estavam lá com a cor rosa muito aborrecida.

- Oh, meu Deus. Vocês estão rosas, como isso aconteceu?!- Disse chocada.

- Foi ela!- Liv disse com sua voz aguda e irritante.

- Se tivesse sido eu...eu estaria rosa também?

- Nem disse que estava te acusando disso. Poderia ser pela quantidade de corujas que estão lá fora...

Sim, este foi o calcanhar de aquiles dela. Sempre foi uma boa mentirosa, só que nesse momento falhou miseravelmente. Seu castigo foram dez chicoteadas e limpar o chão do orfanato com escova de dente. A cada uma chicoteada que a irmã dava com cinto, era um sorriso de Rose por estar olhando aquela cara oval e gorda toda rosa, já estava na merda mesmo, por que não tirara sarro da sua desgraça? era uma cena estranha de se ver, quem olha de longe pensa que é um manicômio, pois quanto mais ela apanha, mais ela ri. Eu particularmente não queria estar ali.

A noite caiu e consigo a dor no bumbum e Rose sinceramente pensava se havia sido tão bom ver todos com cara rosa para apanhar tanto. Caiu na cama e soltou todas as lágrimas que segurou em frente a irmã, nunca iria demonstrar fraqueza para ela. Chorou baixinho para não chamar atenção das outras e então um inesperado sonho veio:

Rose estava em uma casa nem muito grande e nem muito pequena, haviam duas pessoas lá, uma mulher mediana, de cabelos ruivos e olhos verdes, parecidos com o dela, e ao seu lado tinha um homem alto, cabelos negros bagunçados, óculos redondos, eles estavam felizes, eles se sentaram na mesa, e lá estavam Rose e Harry em cadeirinhas, ambos estavam felizes, aquilo animou-a. A Rose bebê começou a chorar, seu pai a pegou no colo e disse:

-Doce Rose, não chore, estamos aqui-ele a abraçou e disse- você é especial Rose, você é uma Potter, você é forte, linda e eu te amo muito-dito isso Rose continuou dormindo, apesar da dor que estava sentindo, ela deu um sorriso com essa lembrança tão especial.

-

Hey hey leitores do meu coração, como estão?

Espero que tenham gostado do capítulo.

Não esqueçam de votar e comentar.

Playlist da fanfic está disponível na minha bio 🐍

Ass, Y.A.M

𝐑𝐎𝐒𝐄 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑, 𝐚 𝐢𝐫𝐦𝐚 𝐧𝐚𝐨 𝐭𝐚𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚 Onde histórias criam vida. Descubra agora