A Família De Acolhimento III

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Ao regressar novamente até ao orfanato, deparei me com um casal bastante simpático, à porta daquele mesmo estabelecimento o que me fez perguntar:
_ Em que posso ajudá-los meus senhores?
Ambos permaneceram, quase estupefactos a olhar para mim, o que já eu própria considerava comum, visto que me encontrava presa numa cadeira de rodas. Enquanto levava o meu corpo preso ao mesmo tempo sentado naquela cadeira, a Rosa apareceu à porta, e com um enorme sorriso no seu rosto, acabou dizendo lhes:
_ Sejam muito bem vindos ao nosso orfanato feminino. Teremos aqui muitas meninas adultas, jovens e até mesmo crianças ao vosso próprio dispor...
O que me tinha deixado bastante curiosa naquela altura, até que a Rosa, vendo me a li, levou me rapidamente para dentro, logo atrás daquele simpático, mas aí me so tempo estranho casal. Será que iriam querer adotar alguém? A minha esperança, naquele curto espaço de tempo, era quase nula, porque para além de não me ter enquadrado no meio daquele casal, eles também pareciam ser pessoas bastante importantes, da alta sociedade, o que eu própria não me consideraria isso... Ao observa los, a visitarem todas as instalações, que se encontravam ao dispor deles, reparei que eles eram ambos muito antipáticos, que não demonstravam qualquer tipo de sentimento, nem de alegria, nem de dor... Nada. Até que ao entrarem no meu quarto, depararam se com a minha cama por fazer, e com a Maria bastante gentilmente a fazê la... O que eu própria não achei de todo normal, visto que nem sequer éramos amigas, como antes... Esse casal continuou a andar por a li, por todo o aquele orfanato, mas nem sequer prestavam muita atenção aos pormenores, prestavam mais atenção às meninas, à todas as meninas que a li habitavam... Como ainda nem sequer tinha comido nada, resolvi ir até à cozinha tomar o meu pequeno almoço, e foi onde encontrei um pequeno bilhete, mesmo por cima da mesa, onde eu mesma costumava tomar todas as refeições. E sem mais demoras, comecei a ler aquele papel onde dizia:
_ Querida Beatriz, peço te já imensas desculpas, pelo meu comportamento de ontem contigo, tu não tiveste culpa absolutamente nenhuma. Eu é que agi mal e senti que te faltei ao respeito em inúmeros aspectos, ainda por cima tu não conseguias fazer nada, devido ao estado em que te encontras... Espero que um dia me voltes a perdoar, e voltar novamente a ser minha amiga. Aproveita o livro de histórias que eu te dei. Eu sei que vais gostar. Por fim com os melhores cumprimentos Edmundo... Após acabar de ler a carta do Edmundo, eu senti uma imensa dor, a apoderar se por completo de todo o meu peito, o que me fez perguntar:
_ Porque motivo é que ele teria me escrito aquela carta?
Mas eu não consegui de todo ficar parada, em vez disso, fui até à casa dele, enquanto o casal continuava a ver todas as instalações, assim como as habitantes daquele orfanato. Até que ao chegar à porta da casa dele, eu bati uma ou duas vezes, com esperança, de que ele fosse o primeiro a ver me a li... À sua porta, até que... Ao ver após me abrir a porta, eu consegui finalmente vê lo, até que lhe perguntei:
_ Porque motivo Edmundo...? Me escreveste aquela carta?
E próprio, depois de muito pensar, disse me:
_ Apenas escrevi aquela carta Beatriz, porque não queria que te sentisse mal, com o que aconteceu ontem, entre nós os dois. No fundo não queria magoar te e muito menos que te sentisse mal por isso. Eu gosto muito de ti Beatriz, tu és a minha melhor amiga, e eu não quero de forma alguma vir a perder a tua amizade... Por favor perdoa a me, por ter sido tão parvo contigo ontem, e por te ter tentado beijar... Eu sei bem que não querias, mas foi muito mais forte do que eu...
Ouvindo o, nesse preciso momento, apercebi me de que não valeria de absolutamente nada, aquele seu pedido de desculpas, porque para ser sincera eu tinha gostado imenso de o ter beijado, e por essa razão eu disse lhe por fim:
_ Não precisas de te desculpar Edmundo, porque na realidade eu gostei...
Em seguida, virei lhe as costas e comecei a deslocar me em direção ao orfanato, até que ele foi atrás de mim e parando me a meio do caminho, continuou o que tanto me queria ter dito à algum tempo atrás que foi:
_ Eu amo-te Beatriz, desde o primeiro dia em que te vi, desde o primeiro segundo, soube que tu eras a tal. A tal que eu sonhava à bastante tempo ter encontrado. Eu sei que ainda somos muito novos, mas eu não aguento passar mais um único dia longe de ti. Não aguento estar longe de ti, sem ser verdadeiramente teu namorado. E espero que tu aceites este humilde rapaz, cheio de boas intenções para contigo, como finalmente sendo teu namorado... Ouvindo por fim, eu acabei por ficar sem palavras, porque na verdade tudo o que eu própria mais queria, tinha se tornado realidade... O que eu mais queria há anos, tornar me algo mais na vida do Edmundo, algo do qual certas e determinadas vezes eu julgava ser algo extremamente impossível, até à quele dia, em que o ouvi a dizer que me amava... Quando aquela doce e ao mesmo tempo querid a declaração do Edmundo surgiu, ele levou me até ao sitio, onde ambos nos tínhamos conhecido, aquele jardim lindíssimo, que ficava por trás da casa dele assim como do orfanato onde eu habitava inicialmente... E ao chegarmos a esse jardim, enquanto o Edmundo empurrava a minha cadeira de rodas, ele vendo todas aquelas rosas lindíssimas que acabavam pôr-se estender mesmo à nossa frente, ele apanhou uma, e dizendo me estas seguintes palavras:
_ Uma flor para a flor mais bonita de todo este meu jardim, Beatriz está rosa é para ti...
Vendo o próprio a ter um ato tão nobre comigo, assim como amoroso, eu acabei pegando na rosa que ele me tinha entregue em mão, e acabei sem mais demoras por agradecer lhe, dizendo:
_ Muito obrigadola por esta belíssima rosa Edmundo...
Depois de ele ter tido um gesto tão nobre para comigo, ele levou mais para dentro daquele jardim, para mais perto de todas as rosas que a li se encontravam, e ao sentar se no banco, mesmo ao lado da minha própria cadeira de rodas, onde permanecemos durante mais algum tempo, a falar e a observar apenas o ambiente maravilhoso e cheio de aromas de flores fantásticos. Aquele tinha se tornado sem dúvida alguma o meu lugar preferido, ao longo dos tempos...
Longe das confusões e até mesmo dos problemas que tinha tido ao longo dos meus dias, devido ao enorme desentendimento entre a Maria, que estava constantemente a roubar me amigas, amigas essas que ao longo do tempo, me teriam ajudado a ultrapassar esta má fase da minha vida... Em vez disso, tinha todas as raparigas que eu própria tinha considerado como minhas amigas, de costas completamente voltadas para comigo... Durante o tempo em que ambos permaneciamos a li sentados, a observar todo aquele lugar cheio de flores, onde o Edmundo continuava a dizer me frases bonitas, talvez para me tentar animar de tudo aquilo que se encontrava infelizmente a toda a minha volta, e para piorar ainda mais toda aquela situação, um casal estava lá a fazer uma visita ao orfanato, onde habitava e eu sabia perfeitamente, que não seria uma das principais escolhidas por ela, porque estava completamente dependente, desta cadeira de rodas... Não teria qualquer hipótese contra as outras raparigas... Que tal e qual como eu, queriam e precisavam de ter uma família de acolhimento, porque sendo todas nós órfãs, precisávamos de nós sentir mais amadas e protegidas principalmente pelos nossos agora progenitores... Mas na minha opinião, isso não iria acontecer, pelo simples motivo, aquela cadeira de rodas assim como de todos os meus outros problemas, quer fossem do foro pessoal, ou até mesmo do foro mental. Porque com todo aquele acidente que eu tinha tido, passei a olhar para a vida de uma outra forma. Ou seja, se não não tivesse resistido à que lá queda brusca nas escadas, eu supostamente, já não me encontraria mais aqui... E muito menos permemecia ao lado do Edmundo, como naquele momento me encontrava, ambos rodeados por todas aquelas belíssimas flores, no primeiro sitio, onde ambos nos tínhamos realmente conhecido... A falar do nosso gosto em comum, quem acabava por ser sem dúvida alguma a leitura, eu por exemplo em particular, aprecisava mais romances, como Romeu e Julieta, orgulho e preconceito, a juventude de Jane, como eu era antes de ti, um dia... Etc, mas o meu preferido era sem dúvida alguma a dama e o vagabundo... Assim que o Edmundo me levou novamente de volta para o orfanato, reparei que aquele casal que inicialmente se encontrava no interior daquele orfanato, ainda a li se encontrava, o que me fez perguntar:
_ Porquê a demora...?
Era assim tão difícil escolher uma menina para adotar...? Como ainda permemecia todos lá em baixo, eu resolvi ir até ao quarto, e pedia ao Edmundo, que me companhasse, para não ir sozinha... E quando ambos entramos no quarto, ele pegou me rapidamente ao colo, e colocou me muito gentilmente em cima da cama, sentada. E senti que ter conhecido o Edmundo, naquele curto espaço de tempo, de nos temos apaixonado realmente um pelo outro, estava sem dúvida alguma a fazer me bem, porque durante todo aquele tempo, em que estive com ele, não pensava na Maria, nem em todo o mal que ela me quereria fazer. Em vez disso estava e permanecia cada vez mais apaixonada por ele... E certas vezes perguntava me:
_ Como era isso possível?
Mas quando olhava para ele, recordava me de todo aquele tempo, em que o tinha amado, em completo segredo... Até que esse segredo que eu própria guardava a sete chaves acabou por tornar se realidade... Como eu própria tanto esperava. Enquanto permaneciamos ambos dentro do meu próprio quarto, o Edmundo tentava com imenso custo animar me, de tudo o que se encontrava a passar à minha volta, incluído as ameaças da Maria, assim como o inesperado afastamento por parte das minhas próprias amigas... E ao mesmo tempo reconfortar me, por tudo o que eu tinha passado na minha vida... E nunca me deixou... Até que a Maria, ainda a minha colega de quarto, infelizmente devidas as circunstâncias, entrou no meu quarto, com um gigante sorriso na cara, olhou me nesse preciso instante nos olhos e disse me:
_ Felizmente não vou mais ter de olhar para essa tua cara...
O que me fez rapidamente perguntar lhe:
_ Como assim...?
Até que a própria me disse:
_ O casal que ainda há pouco aqui esteve, vai finalmente adotar, eles escolheram me...
Vendo toda aquela alegria, e imensa felicidade com que ela estava, acabei por ficar triste, quer dizer eu no fundo já sabia que não teria qualquer tipo de hipóteses, devido à minha cadeira de rodas...
E assim foi, tanto eu como o Edmundo, pudemos obereva la a arrumar todas as suas malas, assim como a preparar todas as suas roupas, em diração a uma casa nova, com uma família nova. O seu sonho tinha se finalmente tornado realidade. Enquanto ela ia para uma nova casa e eu permanecia a li fechada, dentro daquele mesmo orfanato, talvez com esperança, que que alguém na próxima vez me escolhesse e levasse embora. Até que pensei no Edmundo e no quão triste ele ficaria sem mim... Porque se me fosse realmente embora, naquela altura, quem ficaria a dar longos passeios com ele à beira rio, quem ficaria a ouvi lo a contar histórias, quem o ouviria qusnado ele próprio estivesse mal...? E se eu me tivesse ido embora, tanto eu como o Edmundo, perderiamos por completo, todos esses momentos maravilhosos, que tínhamos passado realmente ao lado um do outro... E eu própria não queria de todo ser essa pessoa, a causadora de tanta dor, assim como de tanto sofrimento na sua vida, como em tempos a Maria se tinha tornado na minha vida. Porque perdera para sempre a sua amizade, porque uma verdadeira amiga, nunca colocaria a vida de outra pessoa em risco... Uma verdadeira amiga, nunca afetava a vida de outra pessoa, uma verdadeira amiga, queria sempre o bem de todos e não o contrário, como ela tanto me tinha mostrado e ao mesmo tempo demonstrado, com a minha chegada à quele orfanato, antes mesmo de ter sofrido aquele trágico acidente nas escadas... A Maria tinha me conseguido mostrar e ao mesmo tempo me demonstrar o tipo de pessoa que ela era realmente, o que me deixada com bastante medo certas vezes, mas ainda bem que ela estava já de partida, sem ela lá no orfanato, pode ser que os dias passem a ser melhores a partir de agora... Quando ela própria já tinha a mala todo preparada, eu via com um sorriso malicioso a ir se embora, o que me deixou um pouco desconfortável, até que o Edmundo olhou para mim e disse:
_ Não lhe ligues Beatriz. Ela já se foi embora e tu e eu a partir de agora teremos paz e seremos sem dúvida alguma muito felizes, confia em mim...
Eu nessa altura, queria bastante confiar nele, mas com a Maria por perto, ou por longe, nunca se sabia o que iria ela tramar depois, de eu mesma ter tido aquele acidente nas escadas por sua culpa... O que mmao mesmo tempo me deixava com um pouco de receio, não apenas por mim, mas claro por todos as pessoas que se encontravam ao meu redor. Incluindo o Edmundo...

A última carta que eu fui sequer capaz de ler do Edmundo, dizia apenas:
_ Eu sei que me amaste muito. Eu sei que fui muito amado por ti, como nunca antes tinha sido. E muito menos me sentido ao lado de uma outra pessoa. Tu foste sem dúvida alguma a razão de todo o meu viver. E agora que estou completamente morto, queria ter te dito isto à muito tempo, quero que sejas muito feliz, ao lado de uma outra pessoa. Ao lado de alguém que seja capaz de te amar tanto ou até mais do que eu te amei, que lite por ti todos os dias como eu lutei, que queira ver o teu sorriso lindo por todas as manhãs, todas as tardes, assim como todas as noites de por fim quero que sejas a mulher mais feliz deste mundo todo, pois tu mereces ter toda a felicidade do mundo... Teu para sempre Edmundo...

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