Uma Visita Inesperada

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Mais dias se passaram depois daquele, e a Rosa sempre que podia vinha visitar me, mas houve uma vez que não veio sozinha, o melhor amigo do Ricardo veio com ela. Eu vendo o a li no meu quarto, a uma sexta feira logo de manhã, achei estranho, e mal a Rosa se aproximou de mim, eu perguntei lhe:

_ O que é que o Rafael está aqui a fazer?
E a Rosa apenas limitou se a dizer o que eu queria ouvir:

_ Ele está aqui, apenas para te ajudar Elisabete, se tu permitires que ele te ajude.

E eu como é óbvio aceitei, se ele conseguisse tirar me os gessos e fazer com que eu voltasse a andar isso para mim já seria perfeito. Mas sinceramente penso que isso não seria assim tão fácil como eu estava a dizer.
Em vez disso ele acompanhava me a todas as aulas de fisioterapia, e ajudava me mutuamente em todos os movimentos musculares, que tinha de fazer.
O que inicialmente era um obstáculo para mim, tornou se num desafio superado, porque graças aquelas aulas, que o Rafael me dava dia após dia, eu ia melhorando cada vez mais. Até que chegámos à parte mais difícil, a de colocar-me em pé e de começar a andar devagarinho.
E foi precisamente isso que começamos a praticar a algumas semanas depois, e a primeira aula foi um bocadinho mais difícil, mas com a ajuda do Rafael eu ia começando a melhorar.

A segunda aula, eu quase que ia caindo, se o Rafael não me tivesse pegado ao colo

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A segunda aula, eu quase que ia caindo, se o Rafael não me tivesse pegado ao colo. O que teria sido o sucesso da segunda aula de pé, passou a ser o primeiro beijo.
Porque durante o tempo em que ele me pegava ao colo, nos fomos aproximando cada vez mais um do outro, com o olhar em cima um do outro, e finalmente ele deu me um beijo. Um beijo lento, quente e suave, que durou quase que pareciam horas, mas em vez disso tinham passado apenas minutos, e ao nos apercebemos do que se tinha realmente passado.

O Rafael todo embaraçado, sentou me novamente na cadeira de rodas e acabou pedindo me desculpa e por fim as suas últimas palavras foram:

_ Isto nunca mais irá voltar a acontecer Elizabete, prometo. Porque tu estás com o Ricardo, e ele para mim é como se fosse um irmão, e eu não quero magoar nenhum de vocês os dois.

Eu acabei não lhe dizendo uma única palavra, porque ainda estava a processar o que tinha acabado de acontecer entre mim e o Rafael.

Depois de ele me ter pedido mais desculpas, eu finalmente, olhando o nos olhos, acabei por lhe dizer:

_ Não precisas de colocar o Ricardo nesta conversa, porque eu gostei do beijo que demos, e penso que tu também. Eu e o Ricardo, somos apenas amigos, entre nós já aconteceram muitos outros beijos, mas nunca nenhum de nós assumiu nada. Porque não à nada para assumir, do seu ponto de vista. E eu respeito a sua decisão.

Dito isto, o Rafael voltou a levantar me, e segura finalmente à trave, eu com todas as minhas forças, comecei a andar.

O que inicialmente parecia um sonho para mim, finalmente tornou se realidade, e sim eu estava mesmo a andar. A dar sozinha os meus próprios passos, e vendo me a andar, o Rafael quase a chorar, disse me:

_ Estou tão orgulhoso de ti Elisabete... Eu sempre soube da enorme força que tinhas dentro de ti. Sempre soube que tu serias capaz.

Quando finalmente perdi toda a minha força, cai no chão novamente. E vendo a minha enorme queda, o Rafael correu logo para me ajudar a levantar. O que achei cavalheiro da parte dele. Até que a minha curiosidade falou mais alto e duas semanas depois da queda que tinha dado no orfanato, lhe perguntei :

_ O que estás aqui a fazer, neste hospital, e a ajudar me?
E foi nessa altura, que o Rafael me contou o seu verdadeiro sonho...

Que era ajudar as pessoas, não apenas profissionalmente como fisioterapeuta, mas no geral. Ajudar idosos carenciados, crianças em risco de vida, homens e mulheres de todas as idades, em quais quer que fossem as suas limitações, ele queria ajudar todos eles. E era exatamente esse espírito do qual eu mais apreciava no Rafael, porque ele não tinha medo de ir à luta, e muito menos de enfrentar de frente os obstáculos que encontrava. Pelo meio do seu caminho, tanto profissional, como também pessoal.

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