O que sentia realmente pelo Ricardo era um amor não apenas vivido. Como ainda sentido, um amor único que não sendo preso era livre e que andava por entre os nossos corações. O meu peito enchia se de alegria vendo apenas a felicidade com que ele se encontrava no nosso dia a dia.
A mesma felicidade com que eu me teria apaixonado por ele. A cada olhar, a cada beijo que ambos sentíamos. Era algo diferente, algo único nunca antes sentido, porque nunca em toda a minha vida me tinha apaixonado por alguém, assim como me tinha apaixonado pelo Ricardo. Por ele sentia muitas coisas, muitos sentimentos diferentes uns dos outros ora era amor, outra era raiva ou desprezo, e por vezes sentia me confusa e de certa forma baralhada comigo mesma e isso deixava me a maior parte das vezes em baixo.
Porque queria arranjar uma forma sincera de lhe dizer tudo o que sentia por ele, mas não era fácil. O que inicialmente parecia amor, para mim tornou se num quebra cabeças porque nunca em toda a minha vida me tinha apaixonado e esse sentimento consumia me de dia após dia.
Quase que nem me reconhecia, às vezes andava feliz outras triste, umas desajeitada outras certinho. Estaria eu realmente apaixonada por uma pessoa? Seria o Ricardo essa pessoa?
Isso eu não sabia, e essa pergunta, na altura eu não sabia responder. O que apenas sabia era que adorava estar com o Ricardo, tanto longe, como perto dele. Sentia me feliz, amada e a última conversa, que ambos tínhamos tido um com o outro, não me saía da cabeça. Que ele me amava realmente, mas que não me queria fazer sofrer... Seria verdade, ou não?
As voltas que dava dia após dia à minha cabeça, faziam me tonturas a maior parte das vezes. Porque eu sentia o mesmo pelo Ricardo, mas tinha medo, de acabar por sofrer. Até medo tinha de fazer sofrer o Ricardo, o que não era bom. Porque em vez disso eu queria sem dúvida nenhuma amá-lo.
Depois da inesperada separação dos pais do Ricardo, senti que ele me procurava demasiadas vezes, do que fazia antes. O que me deixava ainda mais preocupada, mas feliz.
O mesmo lugar onde continuávamos ambos a falta, dia após dia, situava se em frente ao rio Tejo, o primeiro e único lugar capaz de nos deixar a ambos em paz. Não demorou muito, até ao Ricardo começar a desabafar comigo, sobre a decisão precipitada dos seus pais, o divórcio. Durante a conversa senti que o Ricardo chorava mais do que falava, e para o acalmar eu acabei abraçando o, e por dizer lhe ao ouvido:
_ Vai correr tudo bem.
Ele sentindo o meu forte abraço, olhou para mim nos olhos, e por fim beijou me os lábios... O Ricardo gostava mesmo de os sentir, porque já nos tínhamos beijado inúmeras vezes, e quem tomava sempre a iniciativa era ele. Aquele beijo foi tão intenso, que quase que ia ficando sem ar. Era assim que por vezes o Ricardo me fazia sentir, sem ar para respirar. O meu coração acelerava sempre que ele estava perto de mim, e as borboletas na barriga, começavam sempre com os beijos que ele me dava, ou que por vezes eu lhe dava.
Era quase impossível resistir ao olhar dele, e muito menos aos seus beijos intensos e deliciosos que ele me dava, fazendo me de certa forma querer mais... Provar lhos, senti los.
Dia após dia eu cada vez mais os desejava, os desejava sentir e tê los unicamente só para mim. Quanto mais o Ricardo falava comigo, mais a nossa amizade crescia e aumentava.
De dia após dia a vida de cada um de nós era completamente diferente uma da outra, mas ao fim do dia, quando nos juntavam os finalmente, era como se fossemos apenas um só. Uma só vida, um só coração.Mas de dia após dia, sentia cada vez mais o Ricardo perto de mim, como nunca antes um rapaz tinha estado antes. Nunca me tinha sentido assim antes, com uma pessoa, aquelas chamadas borboletas na barriga. Seria amor?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor De Longe
RomanceNas margens do rio Tejo... Verdejante e calmo um orfanato de meninas irás encontrar... E uma história incrível de Beatriz por desvendar...