𝐌𝐔𝐒𝐈𝐂𝐀𝐋 𝐂𝐀𝐌𝐏, 2gether × BL

#13

Depois que almoçamos eu passei a tarde inteira jogando alguns jogos e andando na trilha com meus amigos, tiramos sarro até das formigas.... Nunca pensei que chegaria a tal nível. Ri a beça com eles, eles me fazem tão bem... Fang arrumou o acampamento para as apresentações e o professor tirou o violão na barraca dele e chamou todos. Passava das 19h aparentemente e estava um tanto quanto frio. Eu observei a "decoração" improvisada da Fang que logo iria ser tirada (segunda de manhã).

Sentamos perto da barraca e meu coração e corpo estavam acelerados, ansiosos para saber como iria me sair.

—Boa noite, como sabem hoje começaremos nossas apresentações e depois dos resultados, veremos que irá ganhar o prêmio. Vamos começar por ordem alfabética...

[...]

Ohm terminou de se "apresentar", mas acabou que foi tão ruim que chegou a ser bom. Rimos com isso e o professor olhou para mim.

—Como não temos nenhum aluno com "P, Q, R e S" no grupo agora e Phuak não está aqui, Tsk... Aiai... É sua vez Tine. —Professor fala pegando o violão de Ohm.

—Vaiii Tineee!!. —Fong começou a bater palma e todos fizeram também.

—Tine, o pupilo de Sarawat!. —Todos bateram mais fortes e senti um frio na barriga. Eu não deveria estar tão nervoso. Sinto algo no meu bolsinho do casaco e tiro aquilo.

—Desde de quanto tem palheta?. —Fang pergunta me olhando incrédula.

—Wat me emprestou...

Todos fazem "Hummmm", até mesmo o professor. Senti meu rosto queimar e comecei a rir sem graça.

—Eitaaa!. Era só brincadeira, mas pelo visto ein. Sei não hein!. —Fang fala me abraçando de lado. —Começa a tocar por favor, querido.

—Err... —Respiro fundo e arrumo minha postura. —1...2...3...

Começo tocando os primeiros acordes nervoso, mas logo quando a letra começa fecho os olhos e consigo vê-lo, sentados na areia, sorrindo, sem camisa... Saia naturalmente a letra da minha boca que me preenchia com memórias recentes. Quando comecei a cantar a melhor parte da música, parecia que recitava como poesia.
 
“(...) Não importa se você tem outra pessoa
Olhe para mim...
Apenas isso,
Já estou feliz por dentro”

E sim! Eu estou feliz por dentro, eu estou explodindo de alegria. A cada segundo que passei com ele foi bom, gostoso e caloroso. O sorriso dele conseguiu me ganhar de pouco em pouco. Gestos simples e comuns se tornaram únicos. Acho que todos sentem medo quando percebem o que sentem, sentem medo como nunca sentiram, saber que seu coração está na palma de uma mão. Podendo ser esmagado com tanta facilidade a qualquer momento. Nem sempre sabia o que queria realmente quando saía com garotas da minha idade e até mais velhas que eu...

“(...) Eu vou tentar de todas as formas
Fazer com que você sinta seu coração aquecido comigo
Acabamos de nos conhecer,
Mas apenas olhar dentro dos seus olhos
Me faz saber como as coisas irão ser.”

Mas eu sei o que quero agora, mesmo que seja momentâneo ou que eu só esteja "afetado" por ele, não importa, não mais. Só quero passar mais tempo com ele, saber que ele aquece meu coração e está cuidando de mim me traz confiança no que sinto. Confiança o suficiente para não ignorar o que sinto por medo, essa confiança me faz seguir cada vez mais fundo nos meus sentimentos, explorando cada vez mais o que sinto.

  “Eu o quero. Quero senti-lo agora...”

Quero um beijo, quero apenas saber como é tê-lo por alguns segundos antes de partir sem ter nada dele no qual possa me apoiar o suficiente para dizer "Talvez no futuro..." E preencher com "Possamos estar juntos".  Esse conforto com ele, sinto que não posso viver sem e muito menos não querer ele... É Tine, você está apaixonado mesmo por querer desejar tanto alguém que você nem se quer "flertou" ou beijou. Parece que voltei no tempo e tenho 14 anos novamente.

—Bravoooo!!. —Eu acordo dos meus pensamentos e todos me parabenizam. —Foi bom! Foi muito bom! Tirando a parte final que do nada você se perdeu e ficou cantando baixinho pensativo. —Fong fala batendo nas minhas costas.

—Minha nota é 8.0, só porque se esforçou para aprender ein. Hahahaha. Me dá vai. —Professor pega o violão e me faz um "OK" com a mão sorrindo. Isso vindo dele é "Perfeito" ou "Incrível". Me preenchi de orgulho e satisfação.

—Hey, Tine... —Fong se aproxima do meu ouvido e fico atento com o que ele vai falar. —Sei que vai parecer chato agora, mas... Acho bom ir agora atrás do seu amor.  —Eu o olho assutado e ele me puxa novamente para continuar. —Eu escutei "eu o quero, quero senti-lo agora"... —Ele se afasta e sorri. —Se for quem estou pensando, é melhor ir agora.

—Ir a onde?. —Phauk pergunta saindo do meio do nada.

—PHUAK! ONDE VOCÊ ESTAVA??. —O professor falou irado já que antes de mim era ele. Todos começam a focar nele e decido sair no meio da confusão.

Eu pego a primeira laterna que vejo perto das barracas e corro até a trilha. Meu coração estava batendo tão forte quanto um baque de carros. Foi horrível a metáfora, mas é assim que me sinto!. Eu enxerguei a areia de longe e desci o quanto antes da trilha e pulei sentindo areia entrar nas lacunas estreitas do meu pé. Por coincidência (ou não) eu vi Wat em pé de braços cruzados com fone de ouvido olhando para a água, sabia diferencia-lo dos outros, aponto a laterna para o chão checando o caminho limpo. Meu corpo inteiro aqueceu e abri um sorriso, eu preciso dele. Agora! E acabou!!.

—SARAAWAAAT!!. —O grito foi alto o suficiente para ele se virar, fui correndo como se eu encontra-se um ídolo de infância.

—Hum?... Tine! Como-...

Senti seus lábios nos meus e era melhor do que achei, melhor que pensei nos sonhos. Me afasto vendo ele me olhando assustado, estava nervoso na verdade e um tanto quanto assutado, mas e daí? Era isso que queria e vim atrás.

—Wat... É assim que me sinto. Está vendo? Eu gosto de você. Na verdade, acho que gostar não é a palavra certa. Não precisa mais jogar charme ou me encarar... —Falo passando a ponta dos dedos no seu cabelo.

—Humm... Então eu não preciso tentar te ganhar mais?. —Eu faço não com a cabeça. —Acho que já sabe como me sinto. —Ele falou me olhando nos olhos.

—Está muito na cara idiota. —Falo desviando o olhar.

Pensando bem... Estou me confessando certo?! Ah Deus!. Ohhh Shit que frio na barriga agora.

—Então... Já que sabe, posso fazer isso até me saciar?.

Engulo seco. Esperei muito por isso.

—O que está esperando?.

Ele abriu um sorriso e senti sua mão subindo passando pelos meus braços até minha nuca puxando devagar minha cabeça. Quando voltei a sentir seus lábios macios, derreti com a sensação. Meus olhos se fecharam devagar para sentir melhor o beijo, não sentir só os lábios juntos como o corpo também. Coloco minhas duas mãos no seu rosto e na mesma hora, sinto ele me puxar pela cintura sentindo seu corpo. E a melhor parte não demorou para vir.
  
Senti sua língua abrindo espaço na minha boca e o calor que tinha, o beijo que começou delicado e lento se acelerou ficando forte e mais bruto. Era como se ele tivesse se segurado por um longo tempo, desde de quando agora?. Ele desceu sua mão pela minha costa e adentrou minha camisa, me arrepiei sentindo sua mão meio fria, ele aprecia desenhar com a ponta dos dedos na minha costa. Mordo seus lábios deixando segundos para pegar um pouco mais de ar, mas foi tão curto! Seu beijo foi ficando tão profundo e quente. Passei minhas mãos pelo seu cabelo dando leves puxões, meu corpo inteiro pedia por ele.

Eu nem sei ao certo desde de quando comecei a deseja-lo, talvez a partir do momento em que disse que poderia tirar o gloss ou desde de o momento que fomos mais abertos um com o outro. Eu não sei realmente!. Só quero ele. Apenas ele!. Suas mãos desceram para minha cintura e pressionou contra sua, senti algo a mais ali. O beijo cessou pelo falta de ar, mas não se interrompeu e foi em direção ao meu pescoço, era quente e frio ao mesmo tempo. Senti arrepiar dos pés a cabeça, ele colocou sua boca perto da minha orelha e senti sua respiração ofegante que estava idêntica a minha: pesada.

—Tine... —Sim... Sim, chame meu nome. Quero ouvir. —Tine... —Suas mãos descem até minha bunda e abro um sorriso ladino. —Você é mais gostoso do que pensei. —Ah não! AAAAH NÃO. Assim eu não aguento!!.

—É?... —Falo com dificuldade. —Tenha certeza que sou muito mais que isso...