#03

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(...)

   Cheguei no refeitório e logo avistei meus amigos em uma mesa ali perto. Pego uma bandeja colocando o almoço e ando até eles após terminar. Passo por uma mesa onde Pete estava sentado.

—Hey!... Tine.

—Hum?. —Eu me viro. Pete sorri e fica me olhando por um tempo, ao lado dele tinha um rapaz moreno.

—Você vai sentar a onde? Pode ficar na nossa mesa junto com a gente. —Dou uma olhada na mesa vendo que tinha Pete, Tharn, e mais duas pessoas.

—Foi mal Pete. Eu preciso ir lá com meus amigos, e também não conheço metade de vocês.

—Ah... Então! Esse aqui. —Aponta para o moreno que acena. —É meu namorado. Ae fala alguma coisa.

—Oi Tine. —Ok...?.

—E esse aí do lado do Tharn é o Type². São um casal também. —Gente???.

—É melhor eu ir. Não gosto de ser vela. Veja vocês depois. —Quando me viro bato de frente com Sarawat. —Tch. Sai.

—Ué? Eu sair? Você que tá na frente do meu lugar. —Eu me viro e vejo uma parte do banco vazia. —Gostei da maquiagem... Menos do gloss, tá exagerado. —Eu o olho indignado. Alguém?.... Bom! Ahrãm! Alguém sabe se pedi a crítica dele da arte na minha cara??.

—Olha aqui seu-

—Eu posso tirá-lo se quiser. —Engulo seco. Respiro fundo. —Por que o silêncio?... É um sim?. —Desvio o olhar.

—É um não. Estou feliz com o gloss. Licença. —Saio de perto dele indo até a mesa dos meus amigos.

Me sento de frente para a mesa de Sarawat. Que filha da mãe.

—A gente viu o galã ali flertar. —Fong fala rindo.

—Vai vê ficou afim de você. —Ohm diz em tom de brincadeira.

—O que?! Não fode!... Eu disse para a Fang que poderiam se apaixonar por mim desse jeito. —Digo sorrindo.

—Infelizmente foi um homem. —Phuak fala olhando para a mesa de onde tinha vindo.

—Eu não vou opinar... As pessoas daquela mesa estão na mesma cabana que eu. Quer dizer duas delas.

—Quê!?. —Ohm fala logo chamando atenção. —Isso é sério?.

—Não imagina... Huf. Claro que é burro.

—Cacete calem a boca e comam! Temos um encontro com nossos grupos essa tarde. —Como fui esquecer? Fiquei estressado de mais com o jeito irritante daquele idiota.                       
O

resto da tarde foi com meu grupo, nosso tutor explicou como seria a programação da semana. Amanhã iríamos fazer uma escolha de instrumento para aprender em trio, aqueles que não escolherem nenhum instrumento específico iriam aprender em grupo. Maldito tinha razão!. Mas por quê tão cedo??.
Já perto das 18h eu estava na cabana, na verdade acabei de chegar.


—Bem vindo de volta Tine~. —Pete diz deitado acenando para mim.

—Oi.

—Parece irritado. O que foi?. —Tharn pergunta tirando os fones de ouvido.

—Nada.

Eu me sento na cama e escuto a porta abrir novamente. A única coisa que escuto de Pete foi, "Wat! Até que enfim". Ótimo. Ele é daqui. Deveria esperar por isso.

—Olha... Você é aqui. —Ele estava com o violão na mão.

—Pensa que eu não existo por favor. —Digo fechando meus olhos.

—Vai ser difícil. Minha cama é do lado da sua. —Eu abro os olhos.

—Como??.

Ele se senta na cama ao lado da minha. Deixa o violão na parede encostado. Eu apenas ignoro. Me remexo na cama ficando de costas para ele. Consigo enxergar da janela o céu azul escuro. O que minha mãe está fazendo agora? Espero que tenha tomado os remédios certinho...

—Então, você vai fazer as atividades em grupo ou em trio?. —Tharn pergunta fazendo eu me sentar na cama pensativo.

—Em trio. Até porque não tô a fim de começar tudo do zero-zero mesmo sabe?. Talvez uma revisão de acordes básicos...


—Entedi... Eu vou fazer em grupo com uns amigos meus. O Tharn sabe "tocar" violão, assim como o Wat. —Pete falou me deixando com um sentimento ruim...

—Quer fazer conosco?. —Tharn diz. —Posso te ajudar, e o Wat toca bem.

—É eu sei... —Olho para Wat que sorria parecendo satisfeito com o caso. —Como não tenho tanta escolha, por mim tudo bem.

Até porque não conheço mais ninguém que sabe tocar e que possa fazer trio comigo. Meus amigos vão fazer em grupo, e muito gente lenta em um só lugar não da mesmo!. Se completar todo mundo junto, vamos vagabundar isso sim.

—Amanhã a gente decide tudo que vamos fazer. A música que vamos tocar individualmente vai ser com tempo decidida, depois disso a gente treina junto. Acho que assim está bom. —Tharn falou já se deitando.

—Boa sorte a vocês e a mim... Mas tem algo que não perguntei a você Tine... —Eu presto atenção no Pete. —Você se sente incomodado com a gente?.

—Quê? Claro que não. —Digo fazendo ele suspirar, creio que aliviado.

—Isso é bom. Não sabe pelo o que eu passei por causa de gente preconceituosa. —Tharn continua. —E namorada? Tem?.

—Se eu namoro?... Não.

—Isso é meio triste, mas bom. Precisamos de tempo juntos. Temos só duas semanas para praticar e apresentar. Normalmente menina é muito... Bom, pegajosa. —Oh se é.

—Hum. Tá bom. Eu tô indo tomar um banho rápido.

Quando volto vejo que todos estavam em suas respectivas camas. Eu fecho devagar a porta, tranco e deixo minha toalha na cadeira e me deito. A luz de fora da cabana estava ligada, que saco. Me viro para ficar de costa para a janela.

Sarawat estava dormindo aparentemente. Se ele não fosse tão audacioso não ia ter raiva dele, não é que seja "Quero que morra", é só uma raivinha de "Que eu não encontre-o". Nem sei como senti raiva de algo tão idiota... Pff. Esse idiota é realmente bonito... Eu fico um tempo acordado, mas não demorou tanto assim para dormir.

𝐌𝐔𝐒𝐈𝐂𝐀𝐋 𝐂𝐀𝐌𝐏, 2gether × BLOnde histórias criam vida. Descubra agora