Inseparáveis sendo separados (Livro 1)

09

Hardin narrando.
Não posso negar à mim mesmo que as palavras dela me machucaram, sempre impliquei com Tessa mas não achava que ela me via dessa forma, e por mais duras que suas palavras fossem nós dois sabíamos que eram verdadeiras, porém nunca iria admitir isso à ela. Quando sai do seu quarto, me direcionei ao "meu", só que como não conseguia dormir, resolvi descer um pouco para beber um copo de água, o que foi um tremendo erro pois tive que encara-lá novamente e fingir plenitude, coisa que pra mim é bem difícil, no entanto tá virando hábito já. Após a nossa pequena discussão, voltei para o quarto e fiquei refletindo sobre o que ela havia dito.
"Você queria saber o porquê de nós nunca nos darmos bem, certo? Então, aí está o motivo, VOCÊ sempre começa as confusões, não foi eu que comecei essas briguinhas entre a gente!"
O que ela quis dizer com isso? Ela foi quem começou a me atacar, me lembro muito bem até hoje.

-flashback on-
Hardin: Oi tia Carol, vim falar com a Tess. — digo depois de ter apertado a campainha e a mãe da Tessa atender.
Carol: Ah, oi meu amor, pode ir lá, ela está no quarto, talvez vê-lo deixe-a um pouco melhor. — diz em um tom doce e eu fico confusa com o fato dela falar que eu posso deixar a Tess melhor, ela tá mal? Mesmo com esses pensamentos me atordoando, dou-lhe um sorriso fraco.
Hardin: Valeu, tia. — subo em direção ao seu quarto com pressa, mas começo a me preocupar quando ouço um choro baixinho, então quando abro a porta me deparo com a Tess com o rosto enfiado entres os travesseiros e seus fios loiros todos desgrenhados — Tess, o que aconteceu? — pergunto me sentando perto dela, em sua cama.
Tess: Sai daqui, eu não quero te ver nunca mais, você é a última pessoa que eu quero ver no momento. — diz tudo embolado por causa do choro e levanta a cabeça me olhando com aqueles olhos verdes tão profundos que no momento estão inchados e vermelhos de tanto chorar.
Hardin: Q-que? Porquê? O que eu fiz? Porquê tá chorando? Quem fez isso com você? — pergunto todo afobado por ter escutado aquelas palavras sairem de sua boca, ela não pode fazer isso comigo, não pode fazer isso com a gente.
Tessa: Saiii, você é um escroto, ridículo, babaca, idiota! — diz e começa a me dar socos no peito, porém eu não sentia nada e nem conseguia entender o que estava acontecendo, só fui sair do transe que eu nem percebi que tinha entrado quando o pai dela entrou e me tirou do quarto, enquanto a mãe a acalmava.
Henry: Hardin, vá para casa, ela não está bem hoje, ficou assim desde quando chegou. — tenta me confortar, só que tudo que eu queria era ter a Tess em meus braços, poder abraçá-la e dizer que tudo ia ficar bem, não sei o que causou aquilo, porém eu faria de tudo para a protegê-la e vê-la bem.
Hardin: Ok, mas amanhã eu venho aqui de novo, não sei o que houve para deixá-la desse jeito. — realmente não entendo, ainda mais por ela não querer me ver.
Henry: Ok, pode ser, amanhã vocês conversam melhor. — sorri afagando minhas costas.
Hardin: Tudo bem. — falo e suspiro pesado me direcionando até a saída.
E foi isso que eu fiz, voltei no dia seguinte, no próximo e no outro dia, fiz isso por uma semana e sempre recebia as mesmas respostas, até que um dia eu parei. Não iria ficar correndo atrás dela por uma coisa que eu nem sabia o que era, se ela quisesse ficar perto de mim já teria conversado comigo ou me explicado o que aconteceu.
-flashback off-

Lembrar de todas essas memórias do passado me machucam, porém não foi eu quem procurou isso e sim ela, não posso ficar me martirizando por algo que não fiz. Mesmo assim, isso tudo ainda me intriga e eu vou descobrir o porquê desse ódio todo por mim.