Capítulo 77

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— Laços de sangue, laços de morte... Isso não faz o menor sentido! — Asher franziu as sobrancelhas e se levantou da mesa.

A cartomante percebeu o nervosismo do jovem, mas mesmo assim, não poderia deixar de dizer a verdade. — Você está preso a uma pessoa por sangue... seu próprio sangue irá tentar te matar!

— Isso é impossível! — Asher riu nervoso. — Minha família me ama! Não há ninguém...

— Tome cuidado, garoto! — A cartomante se levantou, convidando o garoto a se retirar. — Só isso que eu lhe digo, tome cuidado!

Asher saiu atordoado de dentro do local, um mal estar o atingiu. Sentiu um calafrio percorrer sua espinha, seu estômago embrulhar, a cabeça roda, o corpo esquentar... Já reconhecia os sinais da queda de pressão! Ficou tonto e ouviu uma voz ao longe, mas não conseguiu se concentrar nela... As batidas da música faziam seu corpo pular na mesma sintonia, e assim, seus sentidos foram esvanecendo.

— Hei! — Alan se aproximou do castanho. — Você tá bem pequeno!? — Antes de responder sua pergunta, viu Asher perder as forças e quase veio ao chão, por isso correu e o pegou nos braços. — Asher !? — Alan falava nervoso com o menor nos braços. — Hei! Asher! — Segurou seu rosto com delicadeza, mas viu que seus olhos estavam fechados, sua boca pálida e sua pele gelada. — Asher ! — Deu tapinhas leves em seu rosto, tentando inutilmente acorda-lo. — Puta que me...

Pegou o celular e discou para Peter, mas o moreno não atendia. — Porra! — Olhou para os lados em busca de Carol, Nic, Nathalie... ou até mesmo Tereza! Mas não encontrou ninguém! Voltou com os olhos mais uma vez para o menor, o tomou nos braços e saiu pelos corredores, rezando para que a enfermeira estivesse hoje na escola.

Alan andava pelos corredores aflito. Mil e uma coisas passavam pela sua cabeça! Olhou para o menor em seus braços e se lamentou amargamente por tudo que tinha feito no passado... Dos beliscões, das agressões, dos empurrões! Mesmo que o castanho tivesse crescido e ficado mais maduro, vê-lo naquele estado em seus braços fez Alan perceber o quanto ele ainda era frágil... Reviveu memórias do seu passado que queria esquecer... Daquele sentimento horrível que não na vez sentiu! De saber que foi ele o causador de tanta dor na vida desse pequeno... Nunca que iria conseguir se perdoar. Nunca! — Você vai ficar bem pequeno... — Sussurrou olhando para ele e para o corredor. — Dessa vez eu não vou fazer mal algum! Eu vou cuidar de você! — Declarou firme, uma promessa! Mesmo que Asher não ouvisse, ele cumpriria! — Quando finalmente chegou no andar da enfermaria se sentiu aliviado por ver as luzes de dentro da sala acesas, abriu a porta sem cerimônia alguma ! E já foi colocando o corpo de Asher sobre uma maca.

— O que aconteceu !? — A enfermeira se assustou ao ver o menino entrando abruptamente, mas se acalmou em partes ao ver que Alan trazia um garoto desacordado nos braços, por isso se aproximou. — A pulsação dele está um pouco fraca... — A mulher constatou ao aferir seu pulso. — Mas nada para se preocupar! Lábios secos e pálidos... Provavelmente ele teve uma queda de pressão... Ele se alimentou direito!? — Se virou para o jovem. — Sabe me dizer se ele toma algum remédio !?

— Não! Eu não sei se ele se alimentou direito... Ele não estava comigo! — Alan se sentiu um inútil nesse momento. Segurou a mão de Asher e negou novamente enquanto observava o menor "dormindo" — E não! Eu não sei se ele toma algum remédio... Mas sei alguém que sabe! — Afirmou mirando a enfermeira. Peter! Peter saberia dizer! Mas aonde está aquele corno!? Alan se perguntava. Se questionava todos os segundos enquanto tinha Asher em seus braços. Onde está o namorado dele !? — Eu vou atrás dele! — Repetiu firme antes de sair da sala.

O Hétero Popular da Escola IIOnde histórias criam vida. Descubra agora