3 - 👑 Máscara👑

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Encarei a imensidão dos céus, procurando orientação de como deveria agir com o Alberto. 

Eu sei, ele pediu sinceridade, no entanto, as palavras podem ferir demasiadamente as pessoas. Minha atitude já o tinha deixado magoado por três longos anos, não queria ofendê-lo novamente. 

— Sei que estás relutante. Ainda assim, prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira. Sabes disso Meh. 

— Sim, sei como prezas pela  verdade. Eu não minto. Nunca menti, apenas fujo do assunto. E por vezes, cubro minha dor com um sorriso. 

— Sabia que sei discernir quando seu sorriso é verdadeiro, e quando usas uma máscara?! 

— Surpreendeste-me mais uma vez jovem poeta! 

— Por gentileza, não use a vossa máscara comigo, sou só eu, o seu amigo de outrora — seu semblante era triste.

— Vou ser sincera respondendo a vossa pergunta. 

Eu estou ciente que fugi mais uma vez do assunto, mas não posso prometer uma coisa dessas. 

— Eu tenho uma vida bem interessante — continuei—, desde que eu cumpra os meus deveres como princesa, eu posso fazer o que eu quiser. Meu pai deu-me essa liberdade, mas tomou-a de mim ontem — forcei-me para não chorar novamente. — Eu não posso dispensar a vossa presença por nenhum momento! Sendo assim, acabou minha liberdade antes do previsto. Sei que ela estava prestes a acabar, devido ao casamento, mas foi antecipada. 

— Minha lealdade é convosco, minha princesa — ele ajoelhou-se com a cabeça baixa diante de mim. — jamais interferirei na vossa liberdade, não sou um espião, mas seu amigo e servo leal. 

— Levante-se por gentileza Alberto, não quero que sejas meu servo. Aprecio a sua amizade e lealdade. 

— Jamais revelarei seus segredos, eu juro. 

— Acredito em ti. 

Eu sabia que poderia confiar nele. No entanto, até então, isso era a minha vida! Eu nunca compartilhei com ninguém, nem mesmo com a Guilhermina. Agora, para poder continuar teria que contar tudo ao Alberto. 

— Prefiro mostrar-te, vou só pegar algumas coisas e partiremos. Hoje precisamos retornar mais cedo, já que é o dia do baile aqui no castelo. 

— Combinado! Baile? Não sabia que seria hoje. Deves estar radiante por conhecer o seu futuro esposo. 

— Eu já o conheço, de outros bailes, no decorrer dos anos ele tem visitado-nos. Embora nas três últimas vezes que ele veio, eu não estava presente. 

— Onde estavas? 

— Me aventurando pelo nosso lindo reino. Isso que dá, vir sem avisar. Ele quis surpreender-me, no entanto foi surpreendido. 

— Pena que hoje não dá para fugir dele Alteza. 

— Fugir? Como ousa?! Eu tenho o hábito de me aventurar pelo reino quase todos os dias. Foi só azar. 

— Tudo bem Meh, pode usar mais esta máscara — empurrei-o de leve,  (como fazíamos na infância), e saí em disparada. 

Claro que ele alcançou-me. Graças aos Céus, ele contentou em apenas desgrenhar os meus cabelos. 

— Acho que eu não deveria acompanhar-te com esses trajes, atrairei muita atenção. 

Ele usava os típicos trajes da guarda real. Calça, camisa preta, e um sobretudo Verde. Sim, por causa do meu nome, meu pai mudou muita coisa no reino. Uma delas foi a cor dos trajes da guarda. “ sempre que eu olhar para a guarda real, lembrar-me-ei de vós.” Dizia meu pai. Ele queria que tudo fosse nessa cores, por eu ter os olhos verdes e os cabelos negros. Sinto-me muito amada por eles! 

Entre o Amor e o DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora