Encarei a imensidão dos céus, procurando orientação de como deveria agir com o Alberto.
Eu sei, ele pediu sinceridade, no entanto, as palavras podem ferir demasiadamente as pessoas. Minha atitude já o tinha deixado magoado por três longos anos, não queria ofendê-lo novamente.
— Sei que estás relutante. Ainda assim, prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira. Sabes disso Meh.
— Sim, sei como prezas pela verdade. Eu não minto. Nunca menti, apenas fujo do assunto. E por vezes, cubro minha dor com um sorriso.
— Sabia que sei discernir quando seu sorriso é verdadeiro, e quando usas uma máscara?!
— Surpreendeste-me mais uma vez jovem poeta!
— Por gentileza, não use a vossa máscara comigo, sou só eu, o seu amigo de outrora — seu semblante era triste.
— Vou ser sincera respondendo a vossa pergunta.
Eu estou ciente que fugi mais uma vez do assunto, mas não posso prometer uma coisa dessas.
— Eu tenho uma vida bem interessante — continuei—, desde que eu cumpra os meus deveres como princesa, eu posso fazer o que eu quiser. Meu pai deu-me essa liberdade, mas tomou-a de mim ontem — forcei-me para não chorar novamente. — Eu não posso dispensar a vossa presença por nenhum momento! Sendo assim, acabou minha liberdade antes do previsto. Sei que ela estava prestes a acabar, devido ao casamento, mas foi antecipada.
— Minha lealdade é convosco, minha princesa — ele ajoelhou-se com a cabeça baixa diante de mim. — jamais interferirei na vossa liberdade, não sou um espião, mas seu amigo e servo leal.
— Levante-se por gentileza Alberto, não quero que sejas meu servo. Aprecio a sua amizade e lealdade.
— Jamais revelarei seus segredos, eu juro.
— Acredito em ti.
Eu sabia que poderia confiar nele. No entanto, até então, isso era a minha vida! Eu nunca compartilhei com ninguém, nem mesmo com a Guilhermina. Agora, para poder continuar teria que contar tudo ao Alberto.
— Prefiro mostrar-te, vou só pegar algumas coisas e partiremos. Hoje precisamos retornar mais cedo, já que é o dia do baile aqui no castelo.
— Combinado! Baile? Não sabia que seria hoje. Deves estar radiante por conhecer o seu futuro esposo.
— Eu já o conheço, de outros bailes, no decorrer dos anos ele tem visitado-nos. Embora nas três últimas vezes que ele veio, eu não estava presente.
— Onde estavas?
— Me aventurando pelo nosso lindo reino. Isso que dá, vir sem avisar. Ele quis surpreender-me, no entanto foi surpreendido.
— Pena que hoje não dá para fugir dele Alteza.
— Fugir? Como ousa?! Eu tenho o hábito de me aventurar pelo reino quase todos os dias. Foi só azar.
— Tudo bem Meh, pode usar mais esta máscara — empurrei-o de leve, (como fazíamos na infância), e saí em disparada.
Claro que ele alcançou-me. Graças aos Céus, ele contentou em apenas desgrenhar os meus cabelos.
— Acho que eu não deveria acompanhar-te com esses trajes, atrairei muita atenção.
Ele usava os típicos trajes da guarda real. Calça, camisa preta, e um sobretudo Verde. Sim, por causa do meu nome, meu pai mudou muita coisa no reino. Uma delas foi a cor dos trajes da guarda. “ sempre que eu olhar para a guarda real, lembrar-me-ei de vós.” Dizia meu pai. Ele queria que tudo fosse nessa cores, por eu ter os olhos verdes e os cabelos negros. Sinto-me muito amada por eles!
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Entre o Amor e o Dever
RandomEntre colinas, vales, riachos, florestas e jardins. Ficava o reino Myrabel. O rei Felipo Gregório ll e a sua esposa, rainha Theodora, tinham um grande dever com o povo de Myrabel! Ter um herdeiro. Nos ombros dessa criança herdeira, repousaria as ex...