18 - 👑Dor👑

47 15 109
                                    

Nem sei o porquê de tanto espanto, da parte do doutor! É apenas um pequeno corte.

- Princesa - disse o doutor pesaroso-, estás sangrando demasiadamente. Terei que cauterizar sua ferida, o contrário disso morrerás de hemorragia. Acho melhor procurarmos um lugar mais reservado.

- Faça o que for necessário, doutor. No entanto, prefiro continuar aqui.

Eu queria que aqueles jovens presenciasse. Pena que estarei em uma terrível dor, não dará para observar as reações deles.

- Sabes como funciona a cauterização, princesa?

- Sei sim. Irás colocar um objetivo metálico no fogo, e quando estiver extremamente quente, colocará na minha ferida. Sei que passarei por uma dor quase insuportável. Se algum de vós, desejar retirar-se, fiquem a vontade. Não julgarei - olhei para os jovens, que cercavam-me.

Todos disseram que permaneceriam ali. Só esperava que nenhum deles desmaiasse , o doutor estaria ocupado.

Distrai-me um pouco, observando o doutor fazer os preparativos. Então, notei alguém tocando minha mão.

Olhei rápido, para ver de quem se tratava.

- Não acho que seja um boa idéia, príncipe Duílem. Sentirei uma enorme dor, não terei controle das minhas ações, poderei machucar a sua mão.

- De modo alguma princesa. Não preocupe-se. A culpa é minha por ter que passar por isso, o mínimo que posso fazer é oferecer-lhe, a minha mão.

- Quer que eu chame os seus pais, princesa? - perguntou um dos condes.

- Não será necessário, ele não poderá ajudar-me. Agradeço-te pela prontidão.

A medida que aquele metal aquecia-se, meu coração disparava. Então, elevei meus pensamentos ao Altíssimo Deus. Precisava do consolo e do conforto Dele.

O Beto estava sem lugar. Andava de um lado para o outro, sem parar. Ele aproximou-se de mim e, entregou-me um pedaço de tecido.

- Creio que morder isso irá ajudar-te, pelo menos um pouquinho - disse franzindo o cenho, com pesar nos olhos. - não se preocupes, o tecido está limpo - tentou animar-me, com um gracejo.

Eu apenas sorri sem graça. Eu estava demasiadamente apavorada.

- Estás preparada, princesa? - perguntou-me, o médico.

- Na verdade não, doutor. Mas, sei que não tenho escolha.

Ele aproximou-se se do meu braço com aquele metal quente. Fechei os olhos com muita força.

Quando ele tocou aquilo em minha ferida, eu mordi o tecido, e apertei muito forte a mão do príncipe Duílem.

Senti meu corpo amolecer e, de repente tudo ficou escuro.

Quando abri meus olhos, eu estava deitada no leito, em meus aposentos.

- Beto? - chamei com a voz fraca.

- Oi minha princesa - respondeu com a voz suave.

Ele estava sentado uma cadeira, na beirada do meu leito.

- Como eu cheguei aqui? - perguntei já corando a face.

- A dor foi demasiadamente grande. Desmaiastes e, eu carreguei-a em meus braços, até aqui.

Aí sim, senti minha face queimar! A vergonha que eu sentia naquele momento era muito grande.

- Porque enrubescestes, princesa?

- Não tenho o hábito de ser carregada.

- Não se envergonhe, sou só eu! - deu um sorriso sincero. - Irei chamar o médico. Ah, os seus pretendentes estão ávidos para vê-la.

Entre o Amor e o DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora