9 - 👑 Asas de borboleta 👑

73 22 142
                                    

Meu pai tirou os fios de cabelos que estavam colados em meu rosto pelo suor. 

— Minha querida, és o meu maior orgulho! Eu nunca pedi ao Altíssimo por um menino. Eu sempre dizia a Ele que eu queria ser pai. És o meu maior tesouro! Um presente enviado dos Céus pelo Altíssimo Deus!  Eu sempre soube que tinha potencial, via tudo que fazia. Mas tinha que ter uma maneira para revelar-se a mim. Primeiro, pedi para que o Alberto viesse ser seu guarda real. Não questionastes-me. Eu vi o quanto sofrestes. Mas como uma boa líder, fez dele seu aliado leal. Então tive que ir além, permitindo que fosse para Aldória. Eu tinha certeza que iria dizer-me naquele momento que tinha muitas coisas importantes que fazia aqui. Mas não o fez. Nem mesmo quando ele dispensou o Alberto e a Guilhermina. Se bem que eles aqui eram mais úteis para vossos projetos. Já que o Alberto pelo que notei é o vosso braço direito. O cúmulo para mim, foi aceitar ser agredida e nem isso a fez abrir a boca. Então tive que mexer onde eu sabia que iria doer: no povo de Myrabel. Eles não sabiam de nada. Foram todos leais a vós, minha filha. Já tens o coração do povo de Myrabel. Meu coração dói, por não ser sincera comigo, por não trabalhar lado a lado comigo.

— Suas palavras fazem sentir-me a pessoa mais amada e especial do mundo! Não sabia que queria fazer essas coisas ao meu lado, meu pai. 

— Sim minha filha, eu quero. No entanto, queria que falasse dos vossos planos. Quero que ajude-me a reinar sobre Myrabel. 

— Seria uma honra meu pai, mas sou apenas uma mulher. 

— És mais valente e sábia do que muitos homens que conheço. E a sua sabedoria é inquestionável! Myrabel irá crescer cada dia mais com a vossa ajuda. Só quero que saia das sombras minha filha! Deixe todos verem suas belas asas! Porque rastejas se podes voar? 

— Eu aceito o desafio, meu pai! Será uma grande honra! 

— Isso! — ele abraçou-me, mais uma vez. — guardas, solte-os! 

— Agradeço muito meu pai. 

— Eu não faria nenhum mal a eles. Só precisava deles para te incentivar. 
Assim que as celas foram abertas eles vieram até onde eu encontrava-me. 
Foi deveras maravilhoso sentir o amor deles! Naquele momento, parecia um reencontro de amigos, já que todos abraçaram-me. 

— Ah, quanto ao Alberto, pode dispensá-lo, se quiser. 

Eu estava deveras gostando muito da presença do Alberto. Sentia-me bem perto dele. No entanto, ele às vezes fazia-me não querer cumprir certos deveres reais. Os pequenos gestos que ele fazia... sua dedicação... 
Agora que a decisão era minha, não sabia o que fazer. Prometi não afastá-lo. Mas doía muito saber que meu dever sempre estaria acima do meu amor. Apesar de ser uma princesa, não aprecio que as pessoas façam algo por mim apenas pelo dever. Sendo assim, eu precisava saber se o Alberto queria continuar como meu guarda pessoal. No entanto, não faria nenhuma pergunta na frente das outras pessoas. 

— Eu aprecio a companhia dele. Não quero dispensá-lo — respondi ao meu pai. 

Em instantes, enquanto eu falava com o meu pai. Todos saíram sem que eu notasse. 

— Ué! Para onde foram todos?

— Venha comigo e verás. 

Quando chegamos no parapeito do castelo, do lado que dava para o pátio. Uma grande multidão estava reunida. 

— Querido povo de Myrabel — disse meu pai com uma voz potente. — A vossa princesa está de volta! 

— Viva a princesa Esmeralda! Viva a princesa Esmeralda! — todos começaram a gritar em uma só voz. 

Entre o Amor e o DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora