Eu não sabia como agir, ele estava deixando-me apavorada!
— Vitório? Acalme-se, tente falar comigo. Imagino que poderemos resolver, seja lá o que for — tentei a todo custo passar confiança.
Ele tentava parar, porém num instante e tudo voltava.
Levantei-me, paguei um copo d’água e, entreguei-o. Agradeci mentalmente a Zelda, pelo cuidado de sempre deixar água para mim.Suas mãos estavam trêmulas.
A água o ajudou a se controlar, graças ao Altíssimo!
— Esmeralda... temo ter começado uma guerra. Como pude ser tão tolo!
— O que fizestes? — arregalei os olhos.
— Acho que devo contar-lhe toda a verdade. Não tenho dúvidas que me odiará, ainda mais. Andei fazendo algumas coisas, para prejudicar a paz entre os reinos — falou com pesar na voz. — Lembra quando meu irmão veio visita-los, assim que voltastes de Aldória? Ele foi emboscado e ferido, nos termos de Myrabel. Eu orquestrei tudo — ele abaixou a cabeça.
— Feristes o vosso próprio irmão? — senti que meu semblante havia mudado. — qual era vossa intenção?
— Eu contratei mercenários para fazer isso, sem que percebessem que era eu. Eu queria vingar-me de vós. Se meu pai pensasse que o príncipe Edgar tinha sido ferido por homens de Myrabel... bom, eu contava que teria uma guerra.
— Porque me odeia tanto, Vitório?
— Eu não te odeio Esmeralda, não mais. Mas antes, tudo que eu adimiro hoje em ti, era um motivo para odiar. Quando notei que meu irmão não quis anunciar o ocorrido, eu precisava de outro plano. Foi aí, onde comecei ser “bonzinho”, minha intenção era sabotar os vossos planos. Meu plano era eliminar todos os concorrentes que lhe agradava. E eu comecei colocar em prática, porém, a convivência contigo acabou levando-me a questionar os meus atos. Foi aí que procurei o Alberto.
— Espera aí, então envolvestes o Beto em seus planos maléficos?!
— De modo algum. Um certo dia, fiquei aguardando o momento em que ele voltou de vossos aposentos. Então eu o abordei.
— Preciso falar-lhe.— O que desejas, príncipe Vitório?
— Diga-me, o que há de errado contigo, com a Esmeralda e com a Guilhermina?
— Nada, Alteza.
— Então porque depois de tudo que eu lhes fiz, não sinto o ódio em vossos olhares?
— Porque presamos pelo perdão. Sempre que queremos alimentar o rancor, o ódio por alguém, imediatamente começamos a orar por aquela pessoa, assim o ódio não se instala.
— E quando fazem o que não devem?
— Buscamos o perdão do Altíssimo.
— Isso não é pra mim. Os meus pecados são demasiadamente grandes, mais do que podem ser perdoados.
— Onde se engana, vossa Alteza. ¹”Venham, vamos refletir juntos”, diz o Senhor. “Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Este é um trecho das escrituras sagradas.
— Estás dizendo-me, que o Altíssimo pode perdoar os meus inúmeros pecados?
— Certamente que sim. Se tivesse limite, Ele não seria todo-poderoso. Não há pecado demasiadamente grande. O que há, é falta de arrependimento, confissão e abandono do erro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre o Amor e o Dever
RandomEntre colinas, vales, riachos, florestas e jardins. Ficava o reino Myrabel. O rei Felipo Gregório ll e a sua esposa, rainha Theodora, tinham um grande dever com o povo de Myrabel! Ter um herdeiro. Nos ombros dessa criança herdeira, repousaria as ex...