10. (Dezembro - 2030) - part. 6

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09/01/21

Peço desculpas pela demora, nunca foi a intenção. Meu 2020 foi uma desgraça completa, passei boa parte do ano com ansiedade e o final de ano só piorou, em Novembro minha gatinha morreu e meu avô foi internado por causa da Covid, vindo a falecer em Dezembro. Eu não estou bem ainda, talvez nunca fique pois ele era minha figura paterna, mas essa semana resolvi que tenho que tentar seguir com minhas coisas, por mais difícil e horrível que seja.

Peço desculpas também se o capítulo não estiver bom o suficiente, mas foi o que consegui dada as minhas atuais condições. Só quero deixar avisado que vou fazer a retirada dos capítulos anteriores por algumas horas para reparar os erros e logo depois publicar novamente.

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Depois que Katrina saiu irritada de casa, acabei fazendo hora até ir falar com Elizabeth, fiquei preocupada que ela tivesse escutado, mas de qualquer forma eu teria que ter uma conversa com minha filha. Minha mãe sempre disse que conversar e manter a sinceridade era o certo a ser feito e não quero enganar a Liz em momento algum, ela se tornou alguém muito especial rapidamente, querendo ou não acabei tendo essa ligação com ela, mesmo ter a lembrança real de ser mãe dela.

— Liz? — Bato na porta e logo a voz juvenil responde rapidamente. — Podemos conversar?

— Claro, mamãe. — Responde e então logo começo a abrir a porta sem pressa, não quero ser mais inconveniente do que o aceitável para uma mãe. — Sobre o quê?

— Sua mãe e eu... — Tento adiantar enquanto Elizabeth se ajeita na cama e dá espaço para que eu sente ao seu lado. — Nós...

— Vão se divorciar? — Apesar do quarto estar sendo iluminado apenas pelas luzinhas roxas consigo ver a decepção no rosto de Liz, mas não tem muito o que fazer para mudar isso.

— Sim. — Faço uma pausa antes de conseguir seguir com o assunto. — E quero que saiba que nada vai mudar e que sempre estaremos juntas para o que você precisar. Nós estamos nos estranhando há tempos e agora chegou o estopim para...

— Eu sei, mãe. — A voz dela sai um pouco embargada o que faz meu peito apertar, sinto como se meu coração estivesse se partindo ao meio. — Sinto muito mesmo, mas vocês brigam demais e ficou óbvio que não dá mais para continuarem juntas.

— Você não tem que ser madura sobre isso, Liz, mesmo assim agradeço por tentar entender. — Puxo ela para perto do meu corpo quando vejo algumas lágrimas querendo escapar, Elizabeth passa os dedos perto dos olhos na tentativa de impedir que aconteça. — Sua mãe e eu ainda temos que conversar sobre como vai ficar, mas eu gostaria que pudesse ficar comigo. Se quiser, é claro.

— Ainda tenho que pensar sobre isso, mamãe. — Ela funga e meu peito fica ainda mais apertado, então abraço-a e sinto mais culpa quando ela fala. — Ainda estou chateada que você está escondendo a identidade do meu "pai". Esperava isso da mamá, não dá senhora.

— Desculpa, eu nunca quis esconder de você. — Rapidamente falo, como se minha resposta pudesse amenizar de alguma forma minha culpa e o sentimento de Liz. — Foi uma decisão da sua mãe e não cabe somente a mim.

Tento explicar, não quero que ela pense que não quero ajudá-la.

— Tudo bem... — Liz responde com um suspiro, ela parece segurar o choro e isso só me apavora em muitos níveis.

Ser mãe é complexo e não acho que estarei preparada para tal coisa nunca, ainda mais agora que mentalmente tenho menos de 20 anos, mesmo assim eu tento por Elizabeth.

— Vou conversar com Katrina, Liz, não quero que ela te deixe a deriva, é um direito seu. — Minha filha balança a cabeça, concordando em meio algumas fungadas ao tentar segurar o choro, sem muito sucesso.

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