95 | futuro namorado.

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Sina.

Saí da casa de Noah com as piores sensações possíveis dentro de mim. Eu sabia que agora, mais do que nunca, as coisas iriam se tornar um inferno.

Minha mãe estar sabendo era uma coisa, meu pai estar sabendo era outra. Ele quem criou a regra e agora era contra ele que eu estava.

O caminho pareceu ter encurtado, pois em questão de minutos eu já estava estacionando o carro na garagem. O clima estava ruim, para combinar com o que iria ficar dentro daquela casa em poucos segundos.

Tirei minha bolsa do banco do passageiro e fechei o carro, caminhando até a entrada dos fundos. Quando passei pela porta, vi meus pais sentados à mesa com alguns papéis espalhados pela mesma. Senti o nó em minha garganta, já imaginando o que seria aquilo.

Me aproximei em passos lentos e eles me fuzilaram com o olhar.

— Isso são horas? — Meu pai foi o primeiro a falar.

— Ainda são seis da noite. — Respondi.

— Você não estava na faculdade. — Revirei os olhos.

— Sim, não estava. Algum problema? — Cruzei os braços.

— Você estava na casa do Noah. Eu sei, Sina. — Olhei para a minha mãe e a vi sorrir vitoriosa. Ela conseguiu o que queria: que o meu pai descobrisse tudo.

— E se eu estivesse, qual seria o problema? Somos só amigos. — Levantei as sobrancelhas e meu pai acertou um soco no vidro da mesa.

— Amigos? — Ele empurrou aquele monte de papel em minha direção e senti o meu coração sair pela boca.

Eram diversas fotos minhas conversando com Noah no dia da festa da praia e um print do vídeo da festa em sua casa. Além de imagens, capas de revistas e matérias mostrando e provando que o affair de Noah era eu nesse tempo todo.

— Queria entender qual o problema disso tudo. — Sebastian me olhou desacreditado.

— Qual o problema? — Ele riu sem humor. — O Noah nunca foi um homem que respeita as mulheres, nunca levou nada além do futebol a sério. Isso é suficiente para você?

— Ele não é mais esse garoto que você conheceu, Noah agora é um homem. — Senti meus olhos arderem, mas dessa vez não iria chorar.

— E você acredita nisso, minha filha? Ele só quer te usar! — Ele gritou desesperado enquanto minha mãe continuava calada ao seu lado, com um sorriso nada agradável no canto dos lábios. Ela estava se divertindo com toda a situação.

— O Noah mudou e eu vi isso com os meus próprios olhos. — O defendi. — Se você apenas enxerga o Noah Urrea profissional, sinto muito, mas eu consigo enxergar muito mais do que isso nele.

— Você quebrou a regra justamente com o meu cliente mais problemático!
— Puxou alguns fios de cabelo de sua cabeça. — Não percebe o quão errado isso é?

— Noah é um cara incrível, e nada do que você disser vai mudar o meu pensamento sobre ele.

— Ele é o meu cliente! — Meu pai rosnou.

— E o meu futuro namorado! — Gritei na mesma intensidade que ele.

— Como? — Sebastian me olhou assustado e voltou a falar entredentes. — Nunca mais repita a droga dessa frase nesta casa.

— Por quê? — O desafiei e ele ficou ainda mais irritado.

— Você sabe que existe a merda da regra! — Ele acertou outro soco na mesa e eu temi que o vidro virasse farelo na próxima vez.

DADDY'S DARLING ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora